Sociedade

Matagal volta a engolir cemitério de Gongá

Construído mato.jpghá cerca de 10 anos, para aliviar a pressão sobre os cemitérios do alto São João e da Trindade, que já não tinham espaço para receber cadáveres, o cemitério de Gongá, é o mais rejeitado no país. Mesmo mortos os são-tomenses sobretudo os da classe favorecida, não aceitam repousar em Gongá. Ainda mais quando o cemitério, já se transformou num matagal. Os 5 coveiros que trabalham no cemitério, dizem que não podem fazer todo trabalho. Alguém terá que ir capinar Gongá.

Recentemente os militares do exército realizaram um trabalho de limpeza. O cemitério que se tinha transformado numa autêntica selva, mudou de aspecto. Sob administração da câmara distrital de Lobata, o cemitério voltou a encher de capim. Não se consegue ver os muros de vedação, nem tão pouco as sepulturas.

Os 5 coveiros que diariamente marcam presença no cemitério, dizem que Gongá é o maior do país. Tem 100 metros de largura e 180 de comprimento. Um espaço demasiado grande segundo os coveiros, para ser trabalhado por 5 pessoas. «5 Pessoas não resolvem o problema. Não temos força para capinação e abertura dos buracos», referiu um dos coveiros.

Uma declaração que demonstra o baixo nível de produtividade em São Tomé e Príncipe. Até os finais da década de 80 quando existiam as empresas agrícolas, cada trabalhador assalariado das roças, principalmente as mulheres, capinavam diariamente 50 metros quadrados. Capim duro incluindo morangos.

Actualmente, 5 pessoas não conseguem em 12 meses, capinar um espaço de 100 metros de largura e 180 de cumprimento. Por isso mesmo, o mato está a apoderar-se da capital do país. O cemitério de Gongá está situado a cerca de 1,5 quilómetros do centro da capital São Tomé.

Um edifício público, onde o capim está a se transformar em árvores de grande porte. Nem os mortos têm sossego, uma vez que a cobra preta poderá estar a caminho do matagal que já engoliu o cemitério de Gongá e leve-leve avança para o centro da capital são-tomense, que no passado foi uma das mais lindas e limpas da região da África Central.

Abel Veiga

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