O aeroporto internacional de São Tomé, esteve de portas abertas para receber o voo desta manhã da transportadora aérea portuguesa, TAP. A greve de 5 dias iniciada quarta-feira, terminou na tarde de quinta-feira, após reunião entre o sindicato da empresa que administra o aeroporto, a ENASA, e o Primeiro-ministro Rafael Branco. Segundo Osvaldo Monte Verde, Presidente do Sindicato, o regulamento interno da empresa que facilitava a injustiça salarial foi alterado.
Reajuste salarial foi o único ponto de reclamação dos trabalhadores da ENASA, tendo provocado duas paralisações do aeroporto internacional em menos de 30 dias. Desta vez, o Primeiro-ministro Rafael Branco teve que convocar os grevistas para reunião no Palácio do Governo.
Após a reunião com Rafael Branco, a liderança do sindicato reuniu-se com os trabalhadores em assembleia, que decidiram por unanimidade pelo levantamento da greve. «Já foi suspensa, depois do encontro com sua excelência o senhor Primeiro ministro, o sindicato e o ministro das infra-estruturas, e a seguir a reunião com os trabalhadores foram unânimes no levantamento da greve», declarou Osvaldo Monte Verde.
Greve levantada após, revisão do regulamento interno da empresa que segundo os trabalhadores permitia a injustiça salarial. «O melhoramento do regulamento interno implica necessariamente o aumento do salário. Porque por exemplo, há um artigo do regulamento que fala do pagamento do subsídio de alimentação. Havia uma diferença entre os níveis. A maioria tinha 20% e a minoria 50%. Agora isso está uniformizado. Todos os trabalhadores recebem 34%», explicou Osvaldo Monte Verde.
Uma vitória da maioria dos trabalhadores, que segundo o líder sindical, vão ver o seu rendimento aumentar significativamente. «Quem irá sofrer com isso são as pessoas que tinham salário mais alto. Eles como eram minoria tinham o salário que tinham, agora vão ter um decréscimo», sublinhou. Em a ver com os membros do conselho de administração da empresa, que segundo o sindicato auferiam valores que atingiam 96 milhões de dobras mensais, cerca de 4 mil euros.
Com o levantamento da greve o aeroporto internacional de São Tomé, está aberto para acolher os dois voos internacionais deste fim de semana oriundos de Portugal. Pouca sorte teve a companhia angolana TAAG, que esta quinta – feira não pôde aterrar em São Tomé. Ana Cardoso representante da transportadora angolana em São Tomé, disse que muitos passageiros com destino a São Tomé ficaram em Angola. O avião que deveria fazer a rota Luanda-São Tomé-Praia, deixou também 21 passageiros em São Tomé, incluindo estudantes que deveriam seguir para a capital cabo-verdiana em escala para Fortaleza no Brasil.
Abel Veiga