Sociedade

Populações de várias localidades da ilha de São Tomé, estão sem acesso a água potável

pop-monte-macaco.jpgO corte no fornecimento de água potável tem a ver com uma revolta que eclodiu na manhã de segunda – feira na Roça Monte Macaco, centro da ilha de São Tomé. Os habitantes da Roça onde está localizada a capitação de água, que alimenta várias localidades de São Tomé, decidiram cortar o fornecimento, como retaliação pelo facto de a roça não ter acesso a água potável, mas sobretudo por causa da recusa da EMAE em instalar energia eléctrica na comunidade, apesar de terem patrocínio para o efeito.

A capitação de água localizada há cerca de 200 metros do centro da roça Monte Macaco, foi assaltada pelos moradores que cortaram o fornecimento de água a várias localidades de São Tomé, nomeadamente o aeroporto internacional e os arredores.

No entanto segundo os habitantes da roça Monte Macaco, não têm acesso a água potável. «Aqui não temos água. Quando chove temos que utilizar água suja do rio. Mas as pessoas do aeroporto e outros locais têm água», reclamou Cesaltina Furtano, habitante de Monte Macaco.

 

monte-macaco.jpgMas segundo os moradores não foi por causa da falta de água na roça, que se revoltaram na manhã se segunda – feira, tendo tomado controlo da capitação e cortado o fornecimento de água para o resto da ilha de São Tomé.

A revolta tem a ver com a energia eléctrica. Monte Macaco nunca teve electricidade, mas recentemente segundo os moradores, a comunidade conseguiu um patrocínio privado de 300 milhões de dobras, cerca de 12 mil euros, para instalação de energia.

 

O problema surge porque os passos dados pela comissão dos moradores, foram rejeitados pela empresa de água e electricidade, EMAE. «A EMAE recusou dizendo que só o governo o pode fazer. Se temos alguém que tem vontade de financiar algo para nós, não é justo que a EMAE venha impedir. Nós não temos dinheiro para fazê-lo. Já que há um financiador com possibilidade de financiar com 300 milhões de dobras porque não realizar?», interrogou João Baptista, antigo feitor da roça.

 

 

A EMAE recusou a proposta para electrificação da roça, e os moradores decidiram retaliar, fechando a torneira da capitação de água que alimenta a cidade de São Tomé. «Cortamos água por causa da falta de energia.

Fechamos a água a espera de uma decisão», reforçou Cesaltina Furtado.

 

João Baptista, também defendeu a mesma posição. Só o anúncio pelo governo ou a EMAE, da instalação de energia eléctrica na comunidade, poderá resolver o boicote de abastecimento de água para o resto da ilha. «Mesmo se for hoje, se um dirigente chegar aqui e nos dizer que dentro de 10 ou 15 dias colocarão energia, abriremos de imediato a água para a cidade», pontuou o ex-feitor de Monte Macaco.

 

O Primeiro-ministro Rafael Branco também foi duramente criticado pelos habitantes. s habitantes da roça, criticam também o governo porque prometeu levar energia para Monte Macaco e não cumpriu. «Rafael Branco veio para aqui no Mês de Outubro e garantiu que em Novembro ele ia por energia. Ele foi e nunca mais voltou. Para o natal ele disse que Monte Macaco ia ser uma beleza. Até agora não vimos essa beleza», concluiu Cesaltina Furtado.

 

O Comandante da Polícia de Mé-Zochi esteve no terreno a negociar com os moradores de Monte Macaco, uma saída para crise.

 

Abel Veiga  

 

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