Na semana passada foi possível iniciar a exploração controlada no Vazadouro de Penha. A utilização da máquina na base de orientações do plano de exploração permitiu a correta deposição de resíduo. O balanço foi positivo mas é ainda o início de um longo caminho a percorrer.
Finalmente realizou-se o primeiro ensaio necessário à exploração controlada do Vazadouro de Penha. Foram os primeiros quatro dias de trabalhos de espalhamento, compactação e cobertura de resíduos, orientados na base do Plano de Exploração elaborado em Agosto último e que serve de base à utilização do Vazadouro, tal como se de um Aterro Sanitário se tratasse.
“Sim, senhor! Só agora é que acredito”, foram as palavras do Sr. Cristino – guarda que acompanha há vários anos as atividades no Vazadouro de Penha – referindo-se ao trabalho realizado pela máquina de rastos na última semana. Para além do espalhamento e compactação de resíduos em frentes de trabalho definidas, a máquina realizou também outras tarefas como a eliminação de pontos de acumulação de água. O resultado está à vista de todos mas é ainda cedo para se fazerem projeções. A falta de experiência na exploração de vazadouros é ainda a principal fragilidade que se pretende colmatar, quer através da assistência técnica em curso, quer pela recente formação do pessoal realizada na semana passada.
Outra peça central ao sucesso desta intervenção prende-se com a definição de um corpo técnico da Câmara Distrital de Água Grande, que além de acompanhar as atividades atuais, esteja devidamente preparado para orientar os trabalhos necessários à correta exploração. A esse nível e após a realização dos ensaios agora em curso será necessário contratualizar o serviço de espalhamento, compactação e cobertura de resíduos, como forma de assegurar a continuação dos trabalhos.
Os benefícios diretos da exploração controlada do vazadouro, além de evidentes para a população na proximidade e arredores, são também transversais à Câmara Distrital de Água Grande, nomeadamente para o seu setor de salubridade. A consequente capacitação do pessoal para a realização de tarefas necessárias à correta exploração trará resultados tangíveis aquando da necessidade de utilização do eventual e mais que provável Aterro Sanitário de São Tomé.
Simão Dias
Artigo escrito no âmbito do projeto “Conversão da Lixeira de Penha em Vazadouro Controlado” executado pela ONG ALISEI com o apoio financeiro do governo Australiano através da AusAID.