Sociedade

OIT: desemprego e falta de trabalho decente continuarão altos em 2018

PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU

Relatório “Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências 2018” sugere que mais de 192 milhões de pessoas não terão uma ocupação remunerada.

Foto: Banco Mundial/Simone D. McCourtie

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, prevê que a alta do desemprego e da falta de postos de trabalho decentes deve continuar em 2018.

Em relatório, divulgado nesta segunda-feira, a agência da ONU revela que, em muitas partes do mundo, o número de pessoas desempregadas continua grande apesar de uma tendência de estabilização da taxa de desemprego global.

Mercados

Este ano deve ser semelhante ao de 2017, de acordo com os especialistas da OIT.  No relatório, “Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências 2018″, a taxa de desemprego foi de 5,6% em 2017, o que representa mais de 192 milhões de pessoas sem trabalho no mundo.

O relatório atribui a tendência positiva entre 2016 e 2017 ao forte desempenho dos mercados de trabalho de países desenvolvidos. Ali, deve haver uma redução de 0,2 pontos percentuais adicionais na taxa de desemprego este ano.

Cerca de 5,5%, da população economicamente ativa ficarão desocupados, uma performance inferior aos patamares antes da crise econômica.

Mas a criação de novos postos de trabalho deve ser inferior, este ano, ao crescimento da força de trabalho em países emergentes e em desenvolvimento.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, explicou que os déficits de trabalho decente continuam, e que a economia global não está gerando empregos suficientes. Para ele, empregadores devem fazer mais esforços para melhorar qualidade e quantidade.

Uma das preocupações da agência da ONU é com o chamado emprego vulnerável.  A redução neste tipo de atividade está paralisada desde 2012.

No ano passado, o mercado tinha 1,4 bilhão de trabalhadores nesta situação. E mais 35 milhões de pessoas devem se juntar a este grupo até 2019.

Salários baixos

Nos países em desenvolvimento, três em cada quatro trabalhadores estão nesta condição. Mas nos países emergentes, o número de trabalhadores que vivem abaixo da linha da pobreza começa a diminuir. Este ano, serão 176 milhões de pessoas, o que representa 7,2% de todos os funcionários do mundo. E as disparidades de gênero no mercado de trabalho também continuam. As mulheres têm menos presença no mercado e são propensas a salários mais baixos.

As oportunidades de crescimento, de acordo com a OIT, devem ocorrer no setor de serviços. Já nas áreas agrícola e industrial, a tendência é de queda em novos postos.  E um fator já conhecido da agência da ONU, o envelhecimento da população continua influenciando.

O aumento da força de trabalho não deve ser suficiente para compensar a rápida expansão no número de aposentados.

Regiões

 

Foto: OIT/Nguyen Viet Thanh

Em nível regional, América Latina e Caribe devem permanecer com desemprego em alta. Já o Norte da África concentra o maior número de pessoas sem trabalho, especialmente jovens e mulheres. Este ano serão 11,5%.

Na África Subsaariana, um em cada três trabalhadores vive em extrema pobreza.

Na América do Norte, o desemprego vai diminuir de 4,7% para 4,5% em 2018. As taxas cairão no Canadá e nos Estados Unidos.

A previsão para os países árabes é de estabilidade. Este ano, o desemprego deve cair para 8,3%, mas volta a subir em 2019. As mulheres representam um terço das pessoas sem ocupação formal.

Na Ásia e Pacífico, a tendência é estável. Deve haver criação de postos de trabalho e uma taxa de desemprego de 4,2$ somando 23 milhões de pessoas até o próximo ano. Mas ali, o emprego vulnerável afeta metade da força de trabalho.

Na Europa, Espanha e Grécia devem registrar as maiores reduções nas taxas de desemprego com 15,4% e 19,5% este ano, respectivamente. Itália, Irlanda e

Portugal também registram quedas, ainda que em ritmo mais lento que no período de 2015 a 2018. França e Reino Unido permanecem estáveis, mas sofrem aumento em 2019.

Queda também no Leste da Europa, para níveis de 5,3% este ano, em média.

 

 

 

 

 

 

 

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