João Maciel, cidadão santomense residente a mais de 40 anos em Portugal, transformou cerca de 30 metros quadrados de um terreno na zona de Falagueira, região de Amadora-Portugal, num espaço agrícola dominado por plantas de São Tomé e Príncipe.
Em 2013, o Téla Nón visitou a horta de João Maciel, e constatou abundante produção das plantas que constituem ingredientes dos pratos típicos de São Tomé, nomeadamente maquêquê, quiabo, beringela, mesquito, mússua e outras plantas.
Plantas tropicais que a paciência e o gosto de cultivar que caracterizam, João Maciel, permitiram seu desenvolvimento em larga escala, sobretudo nos meses que correspondem as estações de primavera, verão e Outono.
O agricultor acumula stock das folhas e frutos de São Tomé e Príncipe, para vender aos seus clientes, maioritariamente santomenses, durante a estação de inverno, principalmente de Novembro à Fevereiro.
Sete anos depois, o Téla Nón, constatou a evolução da produção de plantas de São Tomé e Príncipe em Micoló. Pois sim, Micoló é o nome com que João Maciel baptizou a sua pequena parcela de terra, que mata saudades de São Tomé e Príncipe.
Banana maçã é um dos sabores de São Tomé e Príncipe, em produção abundante na zona de Falagueira em Portugal. A horta de João Maciel tem várias pinhas de banana maçã.
«Isto é resultado de uma experiência feita por mim. Pedi a minha sogra já falecida, que me trouxesse uma planta pequena de banana maçã. Ela trouxe, plantei e foi dando rebentos. Então comecei a plantar por todos os cantos…», explicou João Maciel(na foto em baixo).
O santomense que cultiva aa terra de Falagueira-Portugal, sabe que a sua terra natal, São Tomé e Príncipe, tem mais de 5 variedades de bananas. A banana maçã, já é um sucesso na sua horta designada Micoló. Promete testar no mesmo terreno, outras variedades, nomeadamente a banana Pão, banana Prata, banana Gros Michel, banana Ouro, etc.
«Brevemente irei a São Tomé, e trarei uma planta de cada espécie de bananeira de São Tomé para testar. A maçã já é um sucesso…», precisou.
Micócó planta cuja folha é utilizada em vários pratos típicos santomenses, também já invadiu o terreno de Micoló criado por João Maciel em Portugal.
«Deram-me uma flor de micócó. Lancei como viveiro, e desde de lá até hoje não falta micócó aqui…», sublinhou o agricultor.
A comunidade santomense radicada nos arredores da cidade de Lisboa, encontra no espaço Micoló de João Maciel, boa parte dos ingredientes para confeccionar os pratos típicos de São Tomé.
«Os clientes são os mesmos, só santomenses. Telefonam e vêm buscar as folhas para calulu etc….», garantiu.
Um espaço de agricultura intensiva, onde uma cultura é substituída imediatamente por outra. Nos canteiros onde há cerca de 3 meses, colheu cebola e tomate, foram lançadas estacas de batata-doce.
Apenas adubos orgânicos alimentam o solo de Falagueira-Portugal, onde o santomense colheu nos últimos dias dezenas de quilos de batata-doce.
«Para batata doce a maioria dos clientes são portugueses. Ainda hoje vieram buscar 60 quilos. A batata-doce é actualmente muito procurada», concluiu, João Maciel.
Grande produção de tubérculos e de plantas e frutos de São Tomé e Príncipe, num pequeno terreno de cerca de 30 metros quadrados em Portugal.
Agricultor João Maciel – 968565289
Abel Veiga
Manuel Aragão
15 de Outubro de 2020 at 8:46
Força amigo
O homem põe as mãos e Deus ajuda
Tudo de bom para si
Jorge Trabulo Marques
15 de Outubro de 2020 at 13:25
Parabéns pelo belo exemplo desse bravo santomense: esforço esse que também é seguido por alguns cabo-verdianos: pois, onde encontram uma nesga de terra, aproveitam-na o melhor que podem. Pena não ter mais terreno e, sobretudo, no Algarve, onde há muitas áreas por cultivar e onde clima é mais quente ao longo do ano, pois, nesta região a sul de Portugal, clima mediterrânico, já se produzem todas as plantas tropicais, tal como o abacate –– Quando era importado, era vendido, bastante mais barato nas lojas – Agora, quem o queira comprar, dificilmente o compra por menos de 3euros o quilo – A sofreguidão da ganância, é no que dá
Em STP, há cerca de 30 espécies de bananeiras, até daquelas que apenas dão flores: Quando trabalhei no Pótó Póto, na Brigada de Fomento Agro-Pecuário, na qual também trabalhou o Presidente Evaristo, como chefe de secretaria, tomei ali conhecimento de todas essas espécie. Depois, com esses conhecimentos, quando estive encarregado da Agro-Pecuário no quartel, como furriel miliciano, desenvolvi ali uma grande plantação, cujo estudo e imagens, acabaria por fazer parte do relatório do estágio do meu curso de Agente Técnico Agrícola, ao fim de seis meses, deu para abastecer e o quartel e vender para o exterior: a exportação para a Europa, acaba por não compensar por via das grandes exportações que vêm da América central e do sul
A própria banana da Madeira, que também existe em STP, é vendida no continente ao dobro do preço da banana Gros Michel.- Na gastronomia, em Portugal, existem boas iniciativas, tal como a do restaurante das irmãs Nyna e Sole Torres, https://www.nit.pt/comida/restaurantes/o-novo-restaurante-de-lisboa-tem-os-melhores-pratos-de-sao-tome – O que espanta é que, a gastronomia turística em STP, é muito cara, enquanto os ordenados, são miseráveis: o cliente, em certos restaurantes, paga mais por uma refeição do que ganha uma empregada ou empregado em todo o mês https://viagens.sapo.pt/saborear/gastronomia/artigos/nove-restaurantes-para-provar-as-delicias-da-cozinha-de-sao-tome
Acho que devia haver por parte do Governo Santomense, esforços no sentido de, com apoios do Governo Português, aproveitar a experiência de santomenses em Portugal, que, em vez de trabalharem nas obras, pudessem dedicar-se também à agricultura, onde a população está envelhecendo e deixando os campos abandonados -Só que, essa propensão, tem sido mais de cabo-verdianos – No meu tempo, nas roças, tal como sucede, atualmente, qualquer cabo-verdiano, tinha a sua horta para mandioca e bata-doce. No entanto, os santomenses, querendo, também são hábeis agricultores e amigos da sua hora, pois é o que fazem junto das suas humildes cubatas.
As Ilhas de STP, deviam apostar na exportação de outros produtos, além do cacau, cuja concorrência é grande no Gana e noutros países, pese o facto da excelente qualidade do cacau e do café, considerados os melhores do mundo floricultura por via aérea (rosas de porcelana, rosas de madeira, especialmente, cuja durabilidade é grande) nas especiarias, tal como no gengibre, pau de canela, quina, priri-piri e tantos outros produtos, tanto para a gastronomia como para a industria farmacêutica.
Maria José Peres
16 de Outubro de 2020 at 4:13
Vou guardar o seu número de telefone. Será que poderia encomendar e enviar-me para Vila Nova de Gaia ou Porto pelo correio se não ficar muito caro ou por outro meio de transporte, nem que fosse camionete e eu pago o transporte? Agradeço resposta. O meu número é o 919990783. Cumprimentos e parabéns pela sua horta. Maria José Peres