Entrevista

STP-Airways em 2009

José Cajose-pestana-1.jpgetano Pestana, responsável pelas Relações Públicas da STP-Airways, apresentou para o Téla Nón as grandes acções que a  companhia de bandeira nacional desenvolve em 2009, para voar cada vez mais alto.

Téla Nón – Para 2009, quais são as grandes perspectivas para a companhia de bandeira são-tomense, a STP-Airways?

José Caetano Pestana (JCP) – Antes de mais e sendo a primeira vez que estamos a falar para a imprensa são-tomense é desejar a população são-tomense boas festas e feliz ano por parte da sua companhia de bandeira. Para 2009 a companhia tem previsto, depois de um ano que serviu para assimilar e receber os espólios da anterior companhia, identificar os problemas e fazer uma avaliação do que existia como disponibilidade, preparar então o arranque da companhia. Em Janeiro serão fechados alguns dossiers muito importantes para São Tomé e para a STP-Airways.

Téla Nón – Quais?

JCP – Prioritariamente um novo avião para assegurar a ligação regional. Existem muitas propostas em cima da mesa e durante a primeira quinzena de Janeiro estarão fechados.

Téla Nón – O avião será pilotado por técnicos são-tomenses?

JCP – Tentaremos que sim. Já provamos que os técnicos são-tomenses são bons. Da mesma forma que queremos ter o pessoal de cabine são-tomense nos aviões da STP-Airways da mesma forma queremos entregar os aviões aos técnicos são-tomenses. O tipo de avião que virá para cá poderá ter alguma especificação técnica que exige pessoal experiente nesse tipo de equipamentos, possivelmente os pilotos são-tomenses terão que passar por um estágio. Isso é um processo burocrático.

Téla Nón – Qual é a capacidade do avião que vai garantir a ligação sub-regional

JCP – É um avião de médio porte. Ainda não vou revelar qual é o tipo de avião porque existem muitas propostas em cima da mesa. Não seria muito simpático as empresas que estão a concorrer para oferecimento deste tipo de equipamento conheceram através dos jornais.

Téla Nón – Qual é outro dossier que fica resolvido em 2009

JCP – A adesão da STP-Airways, ao sistema Galileu. Isto significa que em qualquer parte do mundo, mesmo nos cantos mais recônditos como amazónia ou da China, numa agência de viagens estarão disponíveis as linhas da STP-Airways. O terceiro dossier, tem a ver com o avanço das obras de melhoria das condições técnicas e infraestruturais da STP-Airways. Estamos a melhorar o sistema informático, estamos a melhorar as comunicações, estamos a melhorar os hangares da STP-Airways no aeroporto que estão em obras. São obras que estão na fase de conclusão. Temos também a formação do pessoal da STP-Airways para adapta-la aos parâmetros da nova companhia, com base na Euroatlantic. Já estamos a tarabalhar também para no futuro termos comissários de bordo são-tomenses nos nossos aviões.

Vamos também apoiar as autoridades aeronáuticas nacionais, com técnicos nossos, para que o INAC(Instituto Nacional da Aviação Civil) esteja ao nível de qualquer INAC europeu. Porque a STP-Airways vai ser auditava pela ICAO, pelos organismcaetano-pestana.jpgos internacionais da aviação.

E queremos que São Tomé tenha uma estrutura pesada. Estamos convencidos que o conhecimento demonstrado até agora pelas autoridades nacionais ligadas ao sector aeronáutico, cremos que os seus conhecimentos vão explodir, vão se tornar figuras da aviação africana com expressão em qualquer seminário internacional. São técnicos muito competentes. Talvez seja a herança de São Tomé ser um porta-aviões, ser um ponto estratégico para a aviação.

Também vamos criar condições com o governo, para que a imagem de São Tomé seja amplamente divulgada nas feiras de turismo. Já começamos a fazer o nosso trabalho. Uma das decisões que o Presidente da Euro-Atlantic Airways teve em investir na STP-Airways, ele foi delegado da TAP em 16 países, todas essas delegações eram pontos de referência da cultura portuguesa. Já começamos a fazer isso com a abertura de um ponto de venda em Lisboa, com elementos gráficos da cultura popular são-tomense. Essencialmente é o trabalho que temos para 2009.

Téla Nón – Essas reabilitações infraestruturais da STP-Airways, implicam custos elevados.

JCP – Nós não gostamos muito de divulgar investimentos, porque em aviação hoje em dia é entregar o ouro ao bandido. Pensamos em breve numa apresentação do relatório de contas, divulgaremos esses resultados. Mas são investimentos pesados. Além deste avião para ligação sub-regional, nós registamos na STP-Airways um avião pesado, um 767 – ER que estava no Brasil e que está a voar com a matrícula de São Tomé e acabou recentemente de fazer uma série de operações para a TAAG. É um avião intercontinental.

Téla Nón – Falando da ligação sub-regional, quais são os países que estão na mira da STP-Airways?

JCP – Como sabe a TAAG, companhia de uma potência regional (ANGOLA), esteve na mesa das negociações para a constituição da STP-Airways. Infelizmente ela não ficou. Mas queremos reactivar este processo junto a TAAG, de forma a ela ter uma participação na companhia nacional. Mas, pensamos voar para alguns países regionais que estão identificados, mas depende dos acordos aéreos entre São Tomé e esses países.

Téla Nón – Quais países?

JCP – A cabeça, e é vital para o desenvolvimento de São Tomé e é desejo do povo são-tomense chegar a Luanda. Ainda neste reveillon se notou que teria algumas pessoas de Angola que queriam vir cá e tiveram dificuldades em conseguir voos.

Nas últimas duas semanas os voos da STP-Airways entre Lisboa e São Tomé sofreram atrasos, porquê?

Penso que depois desta má impressão nessas duas semanas, em que a STP-Airways teve que recorrer a aviões de terceiras companhias por motivos operacionais, voltará a qualidade, a pontualidade, voltará a informação atempada aos passageiros.

Téla Nón – Após 6 meses de início das actividades da STP-Airways com a Euro – Atlantic como sócio maioritário e gestor, sente que o futuro é promissor?

JCP – Numa companhia aérea tudo depende do avião. Os salários as benfeitorias, compra de equipamentos, tudo depende da riqueza que o avião produz. A Euro-Atlantic começou a 15 anos com um avião e hoje temos uma frota de 8 aviões. Nunca tivemos o apoio do estado. Foi construído através do investimento do dinheiro ganho nas operações. Nunca recorremos a banca, não estamos dependentes de nenhum estado, ao invés disso contribuímos com pesados impostos para o estado.

É obvio que fizemos o estudo, que apontam para viabilidade. Apontam África em crescimento, um conjunto de países emergentes produtores de petróleo a cresceram alguns a ritmo alucinante, mal grado esta crise mundial continuam a crescer. Portanto vamos seguir este caminho e tentar ligar estes países do equador, produtores de petróleo e de riqueza, ligando-os a Europa, a centros financeiros e de desenvolvimento. Uma companhia aérea além de transportar pessoas, culturas, e bens é sobretudo um motor de desenvolvimento da economia. E a STP-Airways fez o seu trabalho de casa e quer ser um motor de desenvolvimento do país e dos seus accionistas.

Téla Nón – No fundo 2009 é o ano de lançamento, após a consolidação das estruturas da empresa em 2008.

JCP – Não queremos fazer como algumas equipas de futebol fazem. Compram jogadores, fazem um jogo de apresentação com uma equipa fraquinha das ilhas Faroé e quando se aproxima o mundial da África do Sul, Portugal está aflito e não se vai qualificar. E dizem que ah… ganhamos as ilhas Faroé e somos campeões. Não quisemos fazer a festa assim. Quisemos entrar neste campeonato jogar com os grandes, para depois apresentar.

Téla Nón – É um jogo difícil porque a concorrência é grande sobretudo na ligação com a Europa tem a TAP como concorrente.

JCP – Sim e Não. Nós sabemos que podemos ganhar pontos a TAP. Porque somos a companhia de bandeira são-tomense. Nós podemos ganhar a TAP no tráfego para Lisboa, se conseguirmos que o povo de São Tomé veja para a STP-Airways como a sua camisola, então sabemos que ele vai jogar por amor a camisola.

Téla Nón – Nestes 6 meses de actividade a STP- Airways já transportou mais de 7 mil passageiros, pelas contas do Téla Nón.

Ainda está um bocado longe de fazermos uma festa no aeroporto e chamarmos a imprensa para o passageiro 1.000.000. Para já estamos a começar bem, acima das expectativas. È uma companhia que começou agora ainda não está a fazer muita carga, mas está bom. Recebemos uma companhia estamos a organiza-la e vamos apresenta-la ao público nacional. Vamos ter um apoio sustentado e vamos levar São Tomé as maiores feiras de turismo que vai ser um trabalho muito importante e tentaremos não desiludirmos.

FIM

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