Entrevista

Entrevista com o Director Interino do Ambiente Juvêncio Oliveira

juvencio.jpgO aquecimento global tem consequências nocivas para o meio ambiente e consequentemente para a qualidade de vida das pessoas. O Director Interino do Ambiente, Juvêncio Oliveira, explicou ao Téla Nón as principais consequências das mudanças climáticas para o nosso país.

Téla Nón (TN) – Quais são as principais mudanças climáticas que podem ocorrer em São Tomé e Príncipe?

Juvêncio Oliveira (JO) – Para o caso específico de São Tomé e Príncipe, poderemos vir a sofrer inundações, principalmente na orla costeira, uma vez que somos um arquipélago. Devido ao aquecimento global verifica-se o aumento do nível das águas do mar e consequentemente inundações costeiras, o que pode levar ao desaparecimento de algumas praias e povoações ribeirinhas.

TN – Que impacto têm estas mudanças climáticas no nosso país?

JO – A deslocação das populações para o interior que serão zonas menos afectadas. A seca e chuvas intensas diminuirão a produção dos agricultores, o que por sua vez, também contribuirá para a redução do rendimento do país. No caso dos pescadores, por exemplo, algumas praias estão a desaparecer aos poucos, por conseguinte, eles não têm conseguido guardar as suas canoas nas praias.

TN – Que medidas estão a ser tomadas para atenuar os efeitos destas alterações no meio ambiente?

JO – O Ministério do Ambiente através da Direcção do Ambiente tem elaborado documentos de acordo a Convenção das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas e o Protocolo de Kyoto. Temos vindo a obedecer as regras instituídas pela própria Convenção. Porém, apenas depois de elaborados esses documentos poderemos eventualmente estar capacitados para a obtenção de alguns apoios para a realização de algumas actividades que possam atenuar os efeitos tanto marinhos como os da seca e os da alta pluviosidade. Pelo facto de o país não estar dotado de meios para a realização de actividades de atenuação, nós ainda não fizemos nada concretamente. Mas esperamos que depois da Cimeira de Copenhaga, a Convenção  encontre mecanismos que permitam obter apoios para a realização de actividades mitigadoras.

TN – Um factor fulcral é as pessoas estarem cientes das mudanças climáticas e do seu impacto no meio ambiente. Já têm em vista campanhas de sensibilização?

JO – Ainda não foram realizadas campanhas de sensibilização propriamente ditas. No entanto, já foi produzida a I Comunicação sobre as Mudanças Climáticas em 2004. Elaboramos também o Plano de Acção para Adaptação às Mudanças Climáticas. Neste momento, estamos a fazer a II Comunicação sobre as Mudanças Climáticas, que é uma espécie de actualização da anterior. Na elaboração destes documentos são realizados inquéritos à população das diversas localidades.

FIM

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