Luís XIV afirmava “o Estado sou eu”. A crise que inferma o mundo é prova cabal para dizermos: uns tantos com o trabalho e outros com o suor de milhares, a quem roubaram a felicidade, a estabilidade e a confiança no futuro. Hoje, os governos se servem do dinheiro dos contribuintes para salvar um sistema cujo ideário liberal afastou o Estado das pessoas de bem e entregou-os às bestas do Apocalipse, aos grão-mestres maçónicos, à malandragem, que com palavras mansas pausadas, levaram os povos ao cimo do monte e mostraram-lhe a miragem das riquezas da terra.
E, lhes prometeram: dou-vos tudo isso, se votarem em mim.
Ora, se o Estado quer ser uma pessoa de bem, não roube o bem das pessoas. A opção correcta e moralmente responsável seria adjudicar o fracionamento da moeda nacional através de um concurso internacional. Mas para alguns “gatinhos fofinhos”, não sabemos se tal solução seria vantajosa! A maioria dos jornais de folha, da boca e electrónicos são publicados opiniões que reflectem a indignação dos cidadãos perante uma malandrice do Estado “crioprecipitado”!
Caros leitores, por vezes, a ânsia de expurgar a sociedade dos seus pecados, torna pior a emenda que o soneto e, a este propósito, me traz a memória a história dos pardais de Mao Tze Tung. Durante os gloriosos tempos de maoismo, o Grande Líder teve uma brilhante ideia de matar todos os pássaros e passarinhos que lhe comessem o trigo e que impediam a produção agrícola de cumprir os seus objectivos revolucionários. E foi assim que toda a população chinesa fora mobilizada para, durante horas, dias e noites, atroarem os ares do antigo império asiático para que, com o pânico, impedissem os pardais e outros pássaros de pousar e os obrigasse a voar até cairem mortos de exaustão. Ora, o resultado foi: os pardais comiam algum trigo, mas alimentavam-se, sobretudo, de parasitas. Saciados, posteriormente, eram eliminados aqueles parasitas, e estes proliferaram nos campos e, em consequência disso, uma infausta e anaudita baixa de produção dominou todo império, tendo a fome assolado a China.
É preciso não embarcar numa decisão, sem que sejam vistos os contornos do problema e que seja analisada, com profundeza, os prós e os contras. Nunca deveremos permitir correr o risco de, no futuro, termos apenas acesso ao produto de leviana qualidade só para satisfazer os sonhos macabros de um falso desenvolvimento económico e financeiro do país, à troca do novo rótulo .
Ora, que pena, mísera aberração!?!
Na verdade é que a apresentação da questão parece ter mais a ver com os desígnios de explorar uma tese que garanta audiência do que informar com rigor o cidadão dos processsos de fracionamento que exigem uma elevada capacidade e conhecimento dos meios humanos, hoje, sensívelmente obsoletos. Contudo, os “crioprecipitados” dizem ter elaborado um estudo para instalar unidade na apresentação de uma nova face da moeda, já considerado inviável pelos custos técnicos. Neste caso, o que falhou? Procedimentos incorrectos? Falta deles? Urgência de resultados? Falta de conferência de conformidades? Excesso de lucubracões político-filosóficas? Ou o porvir político?
Caros leitores, compreenderam? Risos… E, finalmente, me veio à memória duas lembranças. A primeira, a de um cantineiro que nos confins do sertão enriquecia à custa das “velhas mortas” que queriam combinação preta transparente para fazer cavalheiro “babozo”. E a segunda, de um poeta que dizia a música ser uma amalgama erótica de sofrimento, alegria e sangue quente, somente para alimentar a única e soberba gula, de um plano que eternize a glória. Mas em Deus ou Messias?
Trindade, 03 de Maio de 2016.
Júlio Neto
Herlander Carvalho dos Santos
5 de Maio de 2016 at 8:58
Dois estudantes são-tomenses no exterior morreram de fome esta madrugada , devido do atraso de estipêndio , ate onde se sabe os estudantes eram de famílias pobres os familiares não tem dinheiro para manda-los, não podendo trabalhar , forma expulsos das casas de rendas , eles viviam na rua , tiveram que suspender as aulas, tentarem comer buscastes mas não conseguiam , vieram a falecer esta madrugada, vitima de fome porque o estado não paga há 9 meses , estado manda estuda depois vira costa.
Aos familiares as mais sentidas condolências.
Informação por atualizar , a qualquer momento.
Jorge Dias
5 de Maio de 2016 at 10:33
Não sei como adjectivar a excelência e a pureza dos seus artigos. Dizer que é indefinível, magnifíco, sapiciente, extraordinário, belo, acho que não chega.
Tela Non, quem é Júlio Neto?
Enfim, já alguém dizia que “um sábio, conquista e vence pelas palavras, o tolo usa de força para subjulgar o homem fraco, mas esquece que o homem fraco além de poder se tornar forte, poderá se tornar sábio, enquanto o tolo por imposição de sua força só pode torna-se um burro de carga!
Toda maquiagem, por mais bem feita que seja pelos melhores profissionais borra ao simples escorrer de uma lágrima, ela só ameniza o aspecto, mais a real face um dia vai aparecer. Até mesmo para aqueles que fazem “plásticas” constantemente na real intenção de manter uma aparência apenas superficial, não adianta mudar de cara, ou seja, estar bonito por fora. Se o conteúdo está podre, o odor sempre vai estar no ar!
Há uma característica em comum nos melhores intelectuais que conheci, todos fizeram de seu trabalho uma arte”.
Meus cumprimentos, continua escrevendo ajudando a gente a compreender o país e o mundo.
Obrigado, Sr. Júlio Neto, cada artigo seu é uma arte, parabéns.