Opinião

MLSTP: a nossa causa

STP é a razão de ser do MLSTP. A finalidade do Partido é pensar o país e agir para o bem deste e do seu povo. Sempre que tal acontece o Partido vê-se realizado e as pessoas bem o reconhecem.

É por aí que se compreende o percurso moderado do Partido que permitiu reforçar o patriotismo e imprimir reformas, que para a grande maioria, foram essenciais.

O Partido conquistou a independência nacional e para tal foi reconhecido como o único e legítimo representante do povo de STP. Vindo da comunidade internacional, tal reconhecimento acomodou no MLSTP a cultura de moderação que as posições integracionistas, pela via da federação, e de um radicalismo de esquerda, não favoreciam por não estarem adaptadas as exigências da época.

Por uma posição intermédia, entre a integração e o radicalismo de esquerda, o Partido começou por conduzir o país e o seu povo, enquanto frente revolucionária de forças democráticas anti-neocolonialistas e anti-imperialistas, através da orientação política que chamou de via não capitalista de desenvolvimento.

O Partido pôde assim adaptar-se as circunstâncias do mundo quando este era bipolar e também quando deixou de o ser.

Foi compreendendo o estado das mentalidades e produziu receitas teóricas com resultados práticos favoráveis ao envolvimento do cidadão e a instauração da democracia plural.

As adaptações empreendidas permitiram vantagens por onde se criaram  bases para a sustentabilidade do progresso e do desenvolvimento, se não fossem as imprudências e os descuidos posteriores que provocaram a destruição e a reconversão dessas bases.

A passagem para o multipartidarismo fez-se sem uma transição suficientemente prolongada para o amadurecimento de todos aspectos da nova realidade.

Se noutras paragens tal passagem foi também relativamente repentina, pelo tipo de mentalidade, níveis de produção e o estado do conhecimento, a realidade de STP precisava de um período de transição devidamente preparado.

A insuficiente preparação da transição implicou desvios na ética, incluindo no MLSTP, que então se transformou em MLSTP/PSD.

Deixando de se ocupar directamente de uma parte considerável do interesse geral, o Estado passou a  admitir e a permitir que cada um trate dos aspectos financeiros da sua própria subsistência. O espaço ficou aberto para a afirmação do mais forte. Este acaba por ser o mais endinheirado, sendo que por esta via lhe revém o poder, incluindo o poder público.

O equilíbrio que se rompe entre os indivíduos,  pela diferença entre o rico e o não rico, só pode ser reposto através de instituições punitivas sólidas, operando com independência e imparcialidade, de modo que o mais forte não se arrogue em arbitrário para transpor os limites.

O equilíbrio entre os indivíduos supõe ainda que o Estado cumpra o dever de assegurar e regimentar a existência e o bom exercício de uma larga esfera de actividade económica, social, cultural e política para à todos garantir a satisfação dos fundamentais, como o emprego, a saúde e a formação.

Se o domínio do mais forte se afirma por falta de barreiras suficientemente elevadas e consistentes para contrariar a sujeição, esta vai-se alargando porque as necessidades dos indivíduos ampliam-se aumentando a pobreza e, daí, a disponibilidade para a dependência.  Bastará então a simples percepção, mesmo nebulosa, do material financeiro para que as pessoas se disponibilizem a servi-lo e se aproximem daquele que o mediatiza.

É por aí que em grande medida se compreende as alianças tecidas no âmbito do Congresso do MLSTP/PSD de 2010 para compor a liderança que se formou e que noutras circunstâncias seriam impensáveis.

Por aí também se percebem as negociações que se impuseram para os compromissos dando lugar a liderança negociada no Congresso de 2011.

Pelas mesmos motivos se depreendem ainda as derrapagens ocorridas no último trimestre de 2014 tendo em vista a realização do Congresso de Janeiro de 2015. Os órgãos dirigentes do Partido aderiram maioritariamente a uma solução violadora dos Estatutos do Partido, para a organização da eleição do Presidente do MLSTP/PSD por métodos contrários aos então expressamente fixados nos Estatutos. A democracia interna saiu a perder. A moral também ficou ofendida na medida em que, a excepção do anterior Presidente do Partido que dignamente se retirou, todos os membros da liderança anterior, que perdeu as legislativas de 2014 como nunca antes o Partido perdera, compuseram a liderança saída do Congresso de 2015.

Pela sedução do material financeiro, sente-se a aceleração de um movimento centrífugo com origem no interior do Partido.

Estando na oposição, as orientações assumidas pela direcção do Partido vêm sendo para o desagrado do próprio Partido e para a satisfação do poder instituído. A oposição política tornou-se residual porque principalmente o MLSTP/PSD não a protagoniza suficientemente, alinhando-se nas posições do poder.

É preciso que se estanquem os desvios, prejudiciais para os interesses do Partido, e que se empreendam concertações internas para refazer a glória do MLSTP.

A soma das médias dos resultados obtidos, nas eleições legislativas e presidenciais dos últimos 6 anos, pelas diferentes correntes de opinião geradas no Partido, conferem ao MLSTP uma aceitação considerável, de 68,22% dos votos validamente expressos.

É caso para confirmar que a união faz a força. Unidas todas as componentes geradas pelo Partido, o MLSTP não perderá qualquer eleição.

Entre 2010 e 2016, a média de percentagem dos votos obtidos directamente pelo Partido é 28,13%. A média das  percentagens dos votos pessoais do Pinto da Costa, entre as 1ª e 2ª voltas das presidenciais no mesmo período, é de 37,78%. O PEPS, força política dissidente do Partido nas legislativas de 2014, representou 2,31% dos eleitores.

É preciso inverter-se a tendência que tende a sugar o Partido da sua substância e imprimir-se uma dinâmica que reenvie para dentro do MLSTP todas as forças que dele directamente derivam. É por aí que as percentagens eleitorais maioritárias, matematicamente possíveis, podem se traduzir em realidades políticas objectivas.

É por isso urgente a abertura de um diálogo interno por onde tais forças encontrem o ambiente institucional propício ao estabelecimento de entendimentos sólidos que fortaleçam o MLSTP e que reforcem a democracia interna de modo que se repercutam nos órgãos dirigentes do Partido as correntes de opinião que nele existem.

Amaro Couto

10 Comments

10 Comments

  1. Descamisado

    1 de Setembro de 2016 at 12:35

    O Descamisado concorda com tudo em que está expresso nesta abordagem de ideias.Para isso, deve existir o próprio MLSTP, que é Movimento de Libertação de S. tomé e Príncipe) que conduziu o País para a Independência Nacional em 12 de Julho de 1975.As portas de entradas a toda gente desde os seus fundadores,dos mais adultos, dos jovens, dos seus conselheiros, dos que já foram líderes. Terá que surgir o verdadeiro MLSTP e não MLSTP/PSD que tem gente faminta de poder agarrada a outros partidos, sendo eles renumerados, sobretudo pelo líder do Partido ADI, senhor Patrice Trovoada. Isto de divisão do Partido deve-se também a uma parte escura da questão,porque alguns Dinossauros do MLSTP/PSD, que nestas Presidenciais apunhalaram o cidadão Pinto da Costa. Eles estão famintos de dinheiro e buscam remédio nas mãos do senhor Patrice Trovoada. São remunerados e por conseguinte empregados do Partido ADI, fugindo inclusive de pagamento dos impostos. A Direcção dos Impostos atacam apenas nas cobranças aos pequenos e não aos grandes. Vejam nas auditorias de Tribunal de contas, em que muitas das Instituições do Estado não pagam impostos.

  2. Manuel quimbonda

    1 de Setembro de 2016 at 13:01

    MLSTP foi e é um partido histórico, não há dúvida. Mas faltou aos seus membros o espírito de irmandade, de bom senso, cooperação, patriotismo e orgulho de querer desenvolver o país. Se as pessoas quisessem ver o país desenvolvido, não o deixaria ao ponto de degradação a que chegou.Recebemos um país colonizado, é verdade, mas deveríamos aproveitar e preservar o pouco que tínhamos de bom.
    Hoje, a grande parte das infraestruturas das ditas roças coloniais, que em tempo sentia-se prazer ver, tn hoje como moradores os ratos, cobra preta…
    Será isso o exemplo que o povo esperava de um partido histórico? Chegou a hora da verdade e da mudança. Esperemos que os outros pensem e repensem sobre a situação deste país e deste povo. Por favor, se querem manter como partido histórico, deixem de lamentar, arregacem as mangas, sem ódio, sem rancor e demonstrem a vossa capacidade pela contribuição no desenvolvimento do país. Esqueçamos de enriquecimentos duvidosos com objetivo de espezinhar os desfavorecidos o que sempre se notou nos elementos do partido histórico.

  3. Zé Maria Cardoso

    1 de Setembro de 2016 at 13:08

    “A confissão de culpa” de doutor Amaro Couto após a derrota eleitoral dos dois candidatos do partido anuncia, não só, a realização de um Congresso para breve, mas sobretudo a necessária e profunda reflexão e, o assumir de uma oposição actuante e responsável que possa introduzir nova dinâmica de longe apenas bombeira para apagar fogos possíveis.
    Os momentos mais imediatos exigirão muita ginástica mental e pouca culpa no cartório para o partido não cair em negociatas depressivas e perigosas com mãos estendidas ao purgatório.
    A adaptação aos novos tempos abrindo espaços a juventude não deve continuar a ser uma decoração da Corte onde os “repetentes” não largam as cadeiras. Há muito boa gente com ficha limpa para fazer a diferença.
    No desvio da morte, o amadurecimento da própria democracia reclama dos partidos as várias opções políticas adaptáveis a cada circunstância que ainda deverão salvar São Tomé e Príncipe.
    Não será demais novos anúncios de pré-candidaturas.
    Bem-haja!

  4. Motche nhedo

    1 de Setembro de 2016 at 13:29

    Senhor é caduco, deixa jovens quadros do partido apareceram. Senhor ja esta na campanha para Presidencia do partido? É melhor falar e fica a saber que o senhor não dá. O seu pesrfil nao enquadra no contexto actual e também ja passou no tempo. Senhor é muito parado, fechado, não cumprimenta as pessoas, enfim. Senhor não dá. Nao tem aceitacao na sociedades e nem no MLSTP. Vamos ser sinceros connosco mesmo…

  5. juventude consciente

    1 de Setembro de 2016 at 16:08

    Já está querendo assaltar o poder no partido!
    Deixa de manobras. O MLSTP tem espaço interno para estas e outas colocações!
    Aprenda a ficar sem poder. a vida não é feita só de poder

  6. Corredor

    1 de Setembro de 2016 at 16:40

    Já tiveram tempo suficiente para governar,tem que entender no partido MLSTP,todos já estão envolvidos na corrupção da qual fazes parte Doutor Amaro.
    Estamos cansados de ver as vossas figuras e tanta má fama,vão cuidar dos vossos netos.

  7. Explicador Meu

    1 de Setembro de 2016 at 19:24

    Motche nhedo-Qual jovem? Senhor bebeu ou fumou erva verde? País sério os jovens têm que fazer a escola da vida. Jovem sim, mas não para liderança a este nível.Caso contrario vamos afundar não só as organizações deste país, mas também o país no seu todo. Aprenda mais e só depois emite opiniões destas okey
    Se não vais passar por um fala barato

  8. explicar sem complicar

    1 de Setembro de 2016 at 22:22

    Sou apartidario.
    Meu ponto de vista muito pessoal,com base nos resultados obtidos nas eleições presidenciais vejo que a pessoa mais indicada neste momento para unir o MLSTP é o Dr Pinto da Costa.
    A Maria das Neves até poderia ser uma possível figura.Mais com toda a máquina partidária que teve nas eleições passadas,com os resultados obtive indica logo, que a família do MLSTP apoiaria uma eventual candidatura de Pinto da Costa para tomar dianteiras deste grandioso e histórico partido.
    Vos aconselho é escutar as bases e realizar UM CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO.
    Pelo visto quer moral quer éticamente esta actual direcção já não está em condições de liderar olpartido.
    Foram os resultados das eleições presidenciais que está a vos orientar.
    Unam-se e deixem de ALAS em nome de Alda do Espírito Santo.
    UM CONGRESSO JÁ.

    • Fingui sun século

      10 de Setembro de 2016 at 7:03

      Pinto da costa também não. Chegou, demais é moléstia. Pinto da Costa já deu muito partido e acho k agora é tempo d ele ajudar mas de uma outra forma, mas nao como lider do partido. Vamos ser razoáveis no nosso pensamento…Mas Pinto mais porquê? Vamos respeitar os tempos actuais… Apesar de tudo, Pinto será sempre bem-vindo, mas nao para Presidência do partido?

  9. helmer dias

    10 de Setembro de 2016 at 6:50

    Boas MLSTP-PSD não morreu ainda porque esta, ligado a maquina no cuidado intensivo. Mas a maior tristeza não é a morte, mais a maneira que o partido esta a morrer. A morte do partido esta no envenenamento,que muita gente tem dado ao partido. Temos quem evenena por proveito próprio, quem envenena por não ter onde ir buscar toma veneno do outro entrega o partido.Proprio o líder do partido é um veneno que ele sabe mais não quer deixar de dar veneno.Por isso sem alongar, mais espero que quando houver consciência de boa gente o partido volte para a essência real da sua genesse. Presidente Pinto da costa falou e disse tudo, é para pensarmos,refletir e deixar de proveito próprio, mais aproveitar o partido para fazer são tomé e princípe ir para frente. Mais muitos de nós temos que saber oque é MLSTP-PSD.

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