Agência menciona famílias com medo de tocar nos filhos;  um em cada cinco casos registados no país ocorre em criança; agência prevê abrir 30 centros de atenção comunitária.

 

Órfãos de pais que morreram de ébola em Kenema, na Serra Leoa. Foto: OMS/Stéphane Saporito

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.* 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, considerou uma preocupação crescente os casos de abandono de órfãos e de crianças desacompanhadas por suspeitas de infeção pelo vírus ébola na Serra Leoa.

Em nota, a agência indica haver famílias com medo de tocar nos filhos que tiveram a doença. Mais de 1 mil dos 4,7 mil casos do país foram registados em crianças.

Sobreviventes

O Unicef está a mobilizar adultos sobreviventes para cuidar dos menores, por estes terem um risco muito baixo de ser novamente infetados.

No distrito de Bombali, foram abertos 10 Centros de Atenção Comunitária. Mais 30 locais devem estar disponíveis nas próximas semanas para aumentar a conscientização e garantir o isolamento nas próprias comunidades.

O representante da agência na Serra Leoa, Roeland Monasch, disse que a situação ainda não estava totalmente controlada no país. As outras duas nações gravemente afetadas são a Libéria e a Guiné Conacri.

Solução

Em Genebra, um médico da Organização Mundial de Saúde advertiu que não há uma solução rápida para combater o vírus e que esta só poderá ser encontrada até o fim do próximo ano.

Martin Friende confirmou haver testes de vacinas em andamento e a importância de exames toxicológicos. Mas declarou que a série de drogas atualmente disponíveis não oferece razões para otimismo.

 Drogas

Sobre os testes nos três países mais afetados pelo surto, o especialista apontou que o medicamento Lamivudina não teve nenhum efeito.

Mas comentou que o favipiravir, a toremifina e o interferons tiveram um efeito limitado sobre o vírus. Conforme explicou, foi criado um grupo de trabalho para rever as drogas continuamente e tentar encontrar alguns dados para apoio.

*Apresentação: Denise Costa.

*Parceria – Téla Nón / Rádio das Nações Unidas