Cultura

“Roça Viva”

É a designação do projecto de recreação no meio rural, que visa estimular os agricultores no aumento da produção e da produtividade agrícola. Através da música, dança e outras manifestações culturais e desportivas, a monotonia é afugentada do quintal das comunidades agrícolas.

Já lá foi o tempo em que o terreiro das roças, era palco de grande animação desportiva e cultural. Os torneios desportivos inter-comunidades agrícolas, deixaram de existir. O terreiro que no passado a luz do luar, se transformava em palco para danças de roda e outras actividades culturais, como a puíta, o bulawê, ou o Socopé, é hoje na maior parte das comunidades espaço conquistado por capim e arbustos em crescimento.

A morte da vida na Roça, ficou confirmada com a explosão do êxodo rural. Espaço que conserva grande parte da história de São Tomé e Príncipe, a Roça, está no centro das atenções da Aliança Francesa de São Tomé. A instituição de apoio ao desenvolvimento cultural, financiada pelo governo francês, está a promover o projecto Roça Viva.

Um projecto que aos fins-de-semana, traz música, dança, desporto e outras actividades culturais para o terreiro das roças. O programa de Apoio Participativo a Agricultura Familiar e Pesca Artesanal, também juntou-se a iniciativa.

Uma forma de estimular as comunidades agrícolas para o incremento da produção e da produtividade.  «É necessário que psicologicamente os agricultores se sintam motivados. Tenham actividades desportivas, recreativas, culturais para que tenham mais força para o incremento da produção e da produtividade», explicou António Dias, responsável da fileira de produção do cacau biológico.

Roça Viva, luta contra a monotonia que conquistou as roças, e que tem contribuído para o aumento da natalidade no meio rural. Acto contínuo a população rural em crescimento, não encontra futuro, nem animação no terreiro e na sanzala da roça e movimenta-se em massa para a cintura da capital. «Independentemente do incremento da produção e da produtiva, a Roça Viva, significa travar também um pouco o êxodo rural», realçou António Dias.

A iniciativa da Aliança Francesa de São Tomé e Príncipe, em parceira com o programa de apoio ao desenvolvimento da Agricultura Familiar, tenta dar vida a Roça elevando a moral dos agricultores. Mas não só, contribui também para manter operacional a mais antiga e histórica organização social e económica do país, as Roças.

Abel Veiga

8 Comments

8 Comments

  1. Madalena

    27 de Setembro de 2010 at 10:37

    Muito boa idéia, mas como sempre deve haver o apoio do poder central. Desde logo, promover a categoria de vila as sedes das ex empresas agro-pecuarias, colocação de um zelador, tido Regedor(Minimo Grau de Mestre).
    Em seguida preparar plano estrategico p+ara o desenvolvimento, tenho a certeza que o actual ministro do Plano e Desenvolvimento iria apoiar.
    Se Santa Margarida for Vila, naturalmente Madalena será Cidade.
    Vamos trabalhar neste sentido.
    Bolo Bolo

  2. Matabala

    27 de Setembro de 2010 at 10:45

    É necessário repensarmos a situação actual das Roças…lembrar o passado, ve o presente e projectar o futuro.
    Educação, formação, sustentabilidade.
    Por exemplo na área do turismo penso que as Roças poderão ser uma das potencialidades de São Tomé e Príncipe, é bom começarmos a preparar essas populações para o futuro com pequenas formações, etc. ha muito trabalho em STP…

  3. lolo dedo

    27 de Setembro de 2010 at 12:53

    concordo plenamente consigo camarada e os jovens nao terem vergogonha em trabalhar nas roças para bem da naçao

  4. Hugolima

    27 de Setembro de 2010 at 14:39

    Iniciativa muito importante e lucrativa para STP.
    Uma vez que visa o aumento da produção consequentemente mais actividade e necessidades de mão de obra, evitando o fluxo da população ao centro da capital.
    Que seja extensivo A Roças mais distantes da capital e com maior número de habitantes.

    • Hiost. Vaz

      29 de Setembro de 2010 at 9:30

      Viva Hugo faço das suas palavras as minhas
      temos que ter a visao do desenvolvimento no ponto de vista geral…

  5. Digno de Respeito

    28 de Setembro de 2010 at 1:45

    É mais uma iniciativa louvável. Sempre debati e continuarei a debater sobre a questão cultural como um dos factores do desenvolvimento. E em boa hora António Dias se apercebeu. Espero que olhem para este projecto como uma ponte por onde poderemos atravessar em direcção de muitos destinos. E digo destinos muito favoráveis aos mais desfavorecidos. É ai, onde a Direcção da cultura deveria complementar nem que fossa mediante a ajuda psicológica. Pois, a população local simplesmente agradeceria. Bem haja

  6. clistupletu

    28 de Setembro de 2010 at 16:56

    um dos beneficios da democracia é ter a liberdade de poder espressar os nossos sentimentos , e tudo que nos preocupa como homem mais para tal é necessario fazelo com coerência, responssabilidade, respeito, e dignidade, por nós e pelos outros todos comentarios tem seu lado positivo , mas se podermos torna-lo mais positivo , o ganho sera ainda melhor

  7. Leopoldo Mariano

    13 de Outubro de 2010 at 16:59

    É de louvar essa iniciativa, e espero que ela consiga ganhar forças para andar, mas para tal será necessário o envolvimento de toda a sociedade santomense. É necessário devolver a vida as roças, elas devem voltar a atrair o pessoal da cidade a visitas, retiros e por aí alem. Obrigado e visa STP

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