Záua e (cu) Gweva(camisa branca na foto), são dois compadres que nos últimos anos, promovem as línguas tradicionais de São Tomé e Príncipe, nomeadamente o fôrro e o angolar. Através de um programa da Televisão São-tomense, os dois compadres começaram a despertar o público são-tomense para a sua identidade através das línguas maternas, cada vez menos faladas no país.
A pronúncia e os versos das línguas Fôrro e Angolar, praticamente desconhecidas da maioria da população, os jovens, voltaram a ecoar em muitas almas são-tomenses desenraizadas da sua identidade.
Arma de luta e de resistência contra a colonização, a língua materna são-tomense, foi também um instrumento fundamental de formação do homem são-tomense no passado.
O respeito, a ética, os bons costumes que caracterizavam o homem são-tomense foram forjados em boa parte, pelos contos e outros ensinamentos transmitidos oralmente pelos mais velhos, através das línguas maternas. «Quando eramos pequenos os nossos avôs sentavam connosco e contavam histórias em crioulo fôrro e não só. Os contos serviam para educar as nossas famílias», afirmou Gweva (Brás da Vera Cruz Andreza) em entrevista exclusiva ao Téla Nón.
Os compadres “Záua cu Gweva”, que passaram a entrar em todas as casas do país via televisão, para contar histórias e revelar segredos da identidade nacional que as línguas maternas conservaram de geração em geração, estão a conseguir despertar aos poucos a alma são-tomense, para o reconhecimento de si mesma.
Brasil que está a cooperar com São Tomé e Príncipe no domínio da comunicação e cultura, através do projeto “São Tomé-Brasil Plural”, reforçou as capacidades dos dois compadres. Foram formados por quadros brasileiros no domínio da oralidade.
A cooperação brasileira reconhece o valor da oralidade como património cultural de um povo, e decidiu levar os compadres Záua e Gweva, para o Brasil, para que os brasileiros conheçam a pronúncia genuína são-tomense, e descubram com os dois compadres, a riqueza cultural do ser são-tomense. «Vamos falar sobre a nossa cultura, os contos tradicionais, com destaque para os dez contos mais destacados que chamaram a atenção dos professores brasileiros», acrescentou Gweva.
A viagem dos compadres que se exprimem em língua nacional, está marcada para 15 de Setembro próximo. Záua(Álvaro Lima Vaz) também está optimista. «Isso vai fazer-me sentir que plantar é bom, trabalhar é bom, e um dia vamos colher. É a promoção da língua materna, com certeza, porque decidimos fazer isso tudo em defesa da nossa cultura», declarou Záua.
João Seria, destacado músico são-tomense do África Negra, também faz parte do grupo dos contadores de histórias, e recitadores de versos em língua materna. Segundo os compadres Záua e Gweva, o General João Seria que se encontra ausente do país em missão cultural, deverá juntar-se ao grupo nas próximas semanas antes da viagem para o Brasil.
O leitor pode escutar a pronúncia de raiz são-tomense, numa das exibições dos compadres Zàua e Gweva. O vídeo reflecte os acontecimentos de 3 de Fevereiro de 1953.
Abel Veiga

Ma Fala
27 de Agosto de 2014 at 9:53
Viva a Cultura Saotomense!
Viva o que nos une, o que nos identifica!
Viva a Nossa Memoria Coletiva!
Viva o que refuta odio, rancor, Inimizade!
VIVA O QUE E O CONTRARIO DOS CAOS !
VIVA SAOTOME E PRINCIPE !
nonouzin ho
27 de Agosto de 2014 at 12:51
é bom
bintoudjalo
27 de Agosto de 2014 at 14:23
É de uma importância capital de salvaguardar a cultura e o saber empirico, em ocurrencia linguistique. É importante de re-lembrar que na sociedade não é so domínio jurídico que existe(que por cima nem os seus pretendidos diplomados não respeito por o não dominarem). A sociolinguista é uma disciplina que nos ensina as verdades, a comunicacao , a evolução….dos nossos antepassados. É a civilização, é a história de um povo. Sem língua não existe comunicação, contacto…o contacto das nossas línguas africanas com as dos europeus que nos invadiram(colonização…),é que surgiram os vários crioulos : caboverdiano, guineense, Sãotomense,caraíbas pitgim….! É pena que os sucessivos governos nao se tenham interessado da educação para se investir mais neste domínio, como tambem na saúde….a prova que o domínio cultural não interessa nem ao povo muito menos aos ditos políticos, pois que a má reação dos internautas que comentaram com muita violência a proposta do pm Gabriel da Costa para salvaguardar os monumentos nacionais ,palacios coloniais. Houve comentarios de insultos, tratando-o de bêbado,de mentiroso, de levain etc (ver télé-non ). A iniciativa é muito boa. Queira Deus que possam continuar a fazer valer esta riqueza linguística. BRAVO !
Jerónimo Xavier de Sousa Pontes
1 de Setembro de 2014 at 10:50
Caro, alguém terá dito: “Ninguém ama a sua terra por ser grande ou pequena, mas sim, por ser sua”. SER SUA, implica a sua Língua, a sua Cultura, a sua Literatura, a sua Música, etc, etc, etc. Mas tudo isso terá que ver com quem contamos para governar o País. Gente com ideias, a quem tiro o chapéu. Gente sem ideias, que tem que fazer o número e que se chateia, se alguém disser alguma verdade. Essa gente não sabe que a cultura,desde que bem tratada e patrocinada pode gerar riquezas. É o PETRÓLEO do mundo moderno. Mas se continuarmos com culturas paralelas, não vamos a lado nenhum. Aproveitando este espaço, pergunto: Haverá alguma cadeira de Línguas e Culturas Santomenses; História da Literatura São Tomense; História da Língua Santomense, nas nossas universidades? Fiquei muito contente ao saber que o meu primo Ngweva está a dar a cara num projecto tão relevante! Um abraço para os dois!!!
olala
28 de Agosto de 2014 at 0:09
modo cu modo esame na ca fatafa ,gosto disso
MÉ SOLO
28 de Agosto de 2014 at 11:32
A nossa LINGUA é a nossa identidade.
Gabriel Furlani Schultz
28 de Agosto de 2014 at 13:51
Abraços aos irmãos são-tomenses daqui do Rio de Janeiro
Estudei um pouco sobre a realidade linguística são-tomense e nos livros que li consta que o crioulo forro é a língua predominantemente falada em São Tomé, sobretudo nas zonas fora de Água Grande. Todavia, a notícia diz que o forro tem diminuído sua importância relativa.
Tirem minha dúvida por favor. O forro tem perdido espaço em torno do Português? E caso o forro esteja perdendo espaço, seria mais no distrito de Água Grande ou na ilha em geral, incluindo as roças?
obrigado e uma boa semana a todos.
Jerónimo Xavier de Sousa Pontes
1 de Setembro de 2014 at 10:38
O “forro” nunca perdeu terreno em São Tomé e Príncipe e nem vai perder. Há muita gente em STP que sabe falar muito bem o forro, mas não o faz por opção, por preconceito. Há indivíduos que não falam o forro, por preconceito (razões históricas: líguas dos boçais, dos atrasados, dos não escolarizados), mas se surgir alguém a pretender um informante, desde que haja contrapartidas pecuniárias e outras, o indivíduo que nunca falou o forro, transforma-se até em linguista; outros até chegam ao ponto de dar conferências, mas, atenção, em Português. Nas antigas roças coloniais, os antigos “serviças ou contratados”, por razões históricas, não falavam o forro, porque achavam que os autóctones eram aliados dos colonos (brancos). Mas agora, os jovens descendentes dos antigos contratados já não têm esse complexo. Entretanto, resta-me aqui ressalvar que no colonialismo também poucas pessoas falavam o forro, mas não quer com isto dizer que o mesmo tenha perdido terreno. O que verdadeiramente está a perder terreno em São Tomé e Príncipe é o PORTUGUÊS bem falado e bem escrito, POR FALTA DE INVESTIMENTOS, basta ver uma citação de Lorenzzino, que chama esse português mal falado de PORTUGUÊS AÉREO.
Felicio Mendes
22 de Setembro de 2014 at 11:32
Caros compatriotas eu vos saúdo calorosamente por esta inciativa,
e espero, que outras vazis, possam aparecer, e darem comtibuição das descobertas da linguas urginais santomenses, chamandos os nossosvelhos sobritudo de Batepá, cruzeiro, folhafede, mategola,
desejada, Guadalupe Santana obôquê, Madalena vage de pagaguno coia mengola e outras zonas de S. Tomé, para que de facto possão rasgatar a nossa identidade com a cotribuição dos nossos historiadores,Sociolgos e a sociadade em geral.
IDALINA SANTOS BATISTA DE SOUSA
25 de Fevereiro de 2015 at 23:02
Belo gesto… Amei meus compatriotas….Abçs caloros, meus conterrâneos!!!