Cultura

“Mar Aberto 2021” trouxe bisneto de Ayres de Menezes para São Tomé e Angola

O sub-tenente José Manuel Azancot de Menezes, médico da marinha portuguesa,  a bordo do navio Setúbal, redescobriu a história e as referências do seu bisavô, Ayres de Menezes na ilha de São Tomé.

O bisavô Ayres de Menezes, nasceu em São Tomé no ano 1889. Primeiro médico negro de São Tomé e Príncipe, Ayres de Menezes, é uma figura histórica do país. É o patrono do hospital central, Ayres de Menezes.

No quadro da iniciativa “Mar Aberto” vocacionada para formação da marinha dos países da região do golfo da Guiné, o sub-tenente José Manuel Azancot de Menezes, integra a tripulação do Navio Setúbal da armada portuguesa, que atracou em São Tomé no início do mês de Abril.

Foi pelo mar que a família Ayres de Menezes se instalou em São Tomé, no século XIX. Pelo mar aberto, no século XXI, o navio Setúbal, trouxe a São Tomé, um dos descendentes de Ayres de Menezes.

«É uma grande honra pisar pela primeira vez, esta terra natal dos meus antepassados… Ainda por cima representando a marinha portuguesa, nesta missão mar aberto, que me permite conhecer as minhas raízes, » declarou o sub-tenente José Manuel de Menezes.

O bisneto José Manuel Azancôt de Menezes, herdou o dom genético do bisavô, relacionado com a medicina. Com 30 anos de idade formou-se em medicina, e integrou-se na marinha portuguesa.

Representa a quarta geração de médicos no seio da família de Ayres de Menezes. O bisavô gerou o filho Hugo Azancôt de Menezes, que seguiu as pisadas do paí, tendo sido médico em Angola. O filho Hugo gerou Aida Azancôt de Menezes, neta de Ayres de Menezes que também formou-se em medicina. A neta Aida, deu a luz o jovem José Manuel Azancôt de Menezes, hoje médico e oficial da marinha portuguesa.

«Filho de peixe sabe nadar, e é com muito orgulho que pertenço a esta geração de médicos, e espero que assim continue na minha família», sublinhou.

O bisavô Ayres de Menezes nasceu na cidade de Guadalupe em São Tomé. No entanto acabou por formar família, e fixar residência em Angola.

«Há coincidências muito grandes… Eram caminhos feitos pelo mar, e eu volto, e piso esta terra pela primeira vez através do mar», acrescentou.

O nacionalismo de Ayres de Menezes e o seu empenho na emancipação do povo africano, principalmente de São Tomé e Príncipe, país onde nasceu e de Angola a sua terra de acolhimento, dominam grande parte do livro “Ayres de Menezes – O Leão”, obra do professor Carlos do Espírito Santo, Bené.

Aliás por iniciativa do professor Carlos do Espírito Santo, a cidade de Guadalupe passou a ter um busto de Ayres de Menezes. Também o recinto do hospital central passou a contar com um busto do patrono do maior e mais importante centro de saúde do país.

Depois de São Tomé, a iniciativa mar aberto fez o Navio Setúbal da marinha portuguesa zarpar no dia 8 de Abril rumo a outro ponto do Golfo da Guiné, onde Ayres de Menezes fez história, Angola. País onde reside e trabalha a médica Aida Azancôt de Menezes, a neta de Ayres de Menezes e mãe do médico da marinha portuguesa José Manuel Azancôt  de Menezes.

«Angola é um dos destinos nesta iniciativa “Mar Aberto”. Tenho muita sorte em poder estar nestes países, que são muito importantes na carreira do meu bisavô e da minha família inteira. É muito inspirador, e é uma bênção ter esta oportunidade representando a marinha de Portugal, e todas as suas forças armadas», pontuou, o sub-tenente José Manuel de Menezes.

“Percursos da Luta de Libertação Nacional”, é o título de um livro que não sai das mãos do marinheiro. Durante a conversa a bordo do navio Setúbal, José Manuel Azancôt de Menezes, explicou para o Téla Non, que o livro foi escrito pelo seu avô, Hugo Azancôt de Menezes, que também foi médico em Angola. O livro relata as acções desencadeadas por Ayres de Menezes, no período de luta pela independência de Angola.

«O meu bisavô foi acima de tudo um grande médico, e um grande líder. Teve papel importante na emancipação dos povos africanos, de São Tomé e Príncipe mas também de Angola», concluiu.

Após  o reencontro com as suas raízes pelo caminho do mar no Golfo da Guiné, José Manuel Azancôt de Menezes, prometeu regressar a São Tomé, para envolver-se mais com a história e as gentes da ilha, e visitar Guadalupe, a cidade natal do seu bisavô.

Abel Veiga

7 Comments

7 Comments

  1. Original

    11 de Abril de 2021 at 17:32

    Dá para convidares os Menezes desta terra que são parentes directos teu bisavô?

  2. Sem assunto

    11 de Abril de 2021 at 18:46

    Tragam mais matérias semelhantes, por favor, lufada de ar fresco no patriotismo santomense.
    Deste modo repousamos um pouco em relação aos assuntos tóxicos desde a política de Delfim Neves/ Patrice Trovoada / Jorge Bom Jesus, passando pela justiça de Ivete, obras públicas de Osvaldo Abreu, Tribunal de Silva, e outras bassuras.

  3. Terra arrassada

    12 de Abril de 2021 at 0:42

    Esses rapaz deve olhar para isto e fazer a seguinte pergunta
    Porque é que meu bisavô foi lutar para independência disso? Está terra parece igual ao sitio onde judas perdeu as botas. Nem estradas tem em condições. Ainda assim o estado exige pagamento de imposto de circulação.
    Nem edificios antigos conseguem conservar. Não há esgotos.
    Os políticos só roubam e nada lhe acontece.

  4. Maria Amélia da Cunha

    12 de Abril de 2021 at 8:43

    Bisneto não. Um dos bisnetos. Mesmo aí no Hospital Ayres de Menezes há um, e que por sinal também é médico.

  5. Lucas

    12 de Abril de 2021 at 14:48

    Senhor doutor médico
    Quando visitar o hospital que leva o nome do seu visavô,por favor,manda meter lá agua, por favor

  6. Chicão da Mina

    12 de Abril de 2021 at 14:52

    Onde anda agora o Gentino Plama?? Já não comenta???????????? Dizer Vá prá tua terra; sou preto, etc.
    Dizia o Gentino que ” A imagem que testemunha a força de operação portuguesa quanto a mim, só teria expressão, se no caso me fizessem o favor de exibir apenas um operacional da cor negra”. è que tal? Chega ser bisneto do Dr. Ayres de Menezes ou nem por isso???

  7. Toni

    14 de Abril de 2021 at 16:37

    Coitado, qual será a opinião dele sobre o estado do hospital, ainda por cima com o nome do bisavô….

    Falta de respeito pela história, pelo povo Santomense, vergonha!!!!

    O resultado duma independência gerida por comunistas!!! Que é igual a pobreza e miséria….

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