Cultura

‘Conceição Lima lança ‘O Mundo Visto do Meio – Crónicas seguidas de um Auto do Século XX.”

 A escritora são-tomense, Conceição Lima, acaba de dar à estampa, com a chancela da Editorial Caminho, de Lisboa, o seu último livro, intitulado ”O Mundo Visto do Meio – Crónicas seguidas de um Auto do Século XX.” A obra, com 156 páginas, é a primeira em prosa da autora que já publicou quatro livros de poesia, nomeadamente, ”O Útero da Casa”, ”A Dolorosa Raiz do Micondó”, ”O País de Akendenguê” e ”Quando Florirem Salambás no Tecto do Pico.”

Segundo Conceição Lima, as crónicas, ” entre muitas outras excluídas do formato livro ou, simplesmente, retidas ainda numa zona de hesitação entre publicar e não publicar, foram transcorrendo ao longo dos dias, ao longo de anos, ao longo dos tempos de ofício de jornalista.” Umas acionadas por factos, considerados, por uma ou outra razão, relevantes e dignos de registo, outras filhas ‘’apenas’’ de reflexões íntimas, subterrâneas congeminações, (in)frutíferas meditações, fundas palpitações. Elas aí estão, finalmente, em páginas cronologicamente alinhadas.

O lançamento em São Tomé deverá ter lugar em finais de Fevereiro, estando os livros disponíveis nas livrarias em Lisboa a partir do dia 5 de Fevereiro.

Escritora Conceição Lima

O texto dramático intitulado ”Um Confronto Imaginado e uma Profecia”, vencedor da I Edição do Prémio de Literatura Dramática Isaura Carvalho, ficciona um episódio real ocorrido antes do massacre de 1953, quando o então governador Carlos de Sousa Gorgulho foi à casa do engenheiro agrónomo e nacionalista Salustino Graça, considerado o líder dos forros, para o convencer a persuadir os filhos da terra a aceitarem o contrato nas roças do cacau e nas obras públicas, baseadas em trabalhos forçados. Esse propósito do governador chocou com a oposição em bloco dos forros e Salustino Graça colocou-se do lado destes, mantendo uma posição firmemente antagónica à do governador.

O texto é uma sequência de argumentos e contra-argumentos acesos entre as duas personagens. Os dois são praticamente os únicos protagonistas da peça que termina com o engenheiro Salustino Graça a profetizar o massacre que viria a ter lugar em 1953, a proclamação da independência e também o rumo do país até aos dias actuais.

Membro-fundadora da UNEAS, União Nacional dos Escritores e Artistas São-tomenses, Conceição Lima é o nome mais traduzido da literatura são-tomense, com livros e poemas em alemão, espanhol, checo, galego, italiano, francês, neerlandês, inglês, árabe, turco e servo-croata.

Téla Nón

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