Recuperação dos trajes, assim como os hábitos e costumes tradicionais de São Tomé e Príncipe, é o desafio assumido por um grupo de mulheres.
Natália Umbelina, antiga secretária-geral da comissão nacional da UNESCO, liderou um trabalho de investigação e de recolha das amostras dos trajes típicos das mulheres de São Tomé e Príncipe.
«São Tomé e Príncipe é um mosaico de várias culturas e de vários povos, e o que é hoje os nossos trajes típicos resulta da miscigenação de todas essas culturas», declarou.
Na ilha de São Tomé os trajes tradicionais das mulheres são variados. Reflectem os diversos momentos que a mulher vive. «O traje típico santomense não tem vestido. É saia, o quimono, o lenço, o pano manta e o xaile, isso é que perfaz a nossa identidade», precisou.
Cada peça define para a sociedade o estatuto da mulher. Na idade adolescente é mais simples. Quando é casada o traje assim denunciava o estatuto da mulher. Se ficasse viúva, a vestimenta declarava para a sociedade.
Ester Will, educadora de infância, é um dos poucos exemplos de mulher santomense que preserva o traje tradicional. «Sou santomense de gema e vestida como viúva. Sou viúva, por isso tenho usado lenço branco. Nunca vou para a igreja com cabeça aberta. Sempre com um lenço branco e com uma tira preta. Qualquer pessoa percebe que sou viúva», explicou.
Os trajes tradicionais santomenses são de origem africana, e passaram a ser moda no século XIX. «Nesta altura o grande regime colonial numa política assimilacionista proibiu, o uso de pano e de todo o traje típico. Daí que durante muito tempo o traje típico deixou de ser usado», afirmou Natália Umbelina, que é também historiadora de profissão.
Os “moladô”, designação dada a pequenos grupos de santomenses, que bajulavam o governo colonial, em troca de favores do “branco”, e consequentemente assimilados à cultura do colonizador foram os que decididamente abandonaram o traje identitário.
«Sobretudo os chamados moladô, a elite forra, não era usado o traje tradicional». Confirmou Natália Umbelina. Segundo a historiadora a política assimilacionista colonial formatou a mente dos moladô, de que o uso do traje tradicional, «era um sinal de atraso, e por isso, durante muito tempo não se usava, sobretudo os moladô», frisou.
A política colonial de assimilação cultural comprometeu a evolução dos trajes típicos de São Tomé e Príncipe.
Mas, no século XXI, apesar da assimilação ter transformado completamente o modo de vestir da mulher santomense, o traje tradicional santomense desperta interesse e curiosidade aos olhos dos europeus.
Esperança Cosme, santomense adepta dos trajes nacionais, comprovou durante uma visita a Lisboa, que os portugueses valorizam e muito, o estilo tradicional da mulher de São Tomé e Príncipe. Foi num almoço num restaurante em Alcochete.
«Mesmo em Portugal eu usava o traje tradicional. Minha filha me disse que eu não iria aguentar o frio. No entanto, fomos almoçar e as pessoas que estavam no restaurante espantaram. Falei em crioulo fôrro com as minhas filhas, e um senhor branco, entendeu e respondeu-me. Então fui conversar com aquele senhor».
Esperança Cosme prosseguiu com o relato. «De repente um senhor que estava na outra mesa, me perguntou de onde sou. E pediu-me para falar com ele em português…. Respondi que sou de São Tomé. Ele perguntou-me se o traje era também de São Tomé. Respondi que sim…Ele disse que nunca antes tinha ouvido essa língua (crioulo fôrro)».
O traje típico e o crioulo fôrro, marcas da identidade santomense encantaram o restaurante de Alcochete-Portugal.
«Depois 3 outros senhores levantaram das suas mesas vieram ter comigo e disseram para a minha filha, que o almoço seria pago por eles. Criou-se uma amizade por causa do nosso traje e da nossa língua, que me convidaram para regressar ao restaurante. Regressamos, comemos e bebemos tudo pago pelos portugueses… Isso é que é o nosso bilhete de identidade, o nosso luxo, o respeito pela nossa terra», pontuou Esperança Cosme.
Património cultural e identitário do país valorizado pelos estrangeiros, nos tempos de hoje rejeitado pelas filhas da terra.
«A mulher africana quando atinge uma certa idade, nunca anda com a cabeça descoberta. Se for ver no continente africano, independentemente do factor religioso, a mulher quando se casa, ela já não mostra as pernas, nem mostra a cabeça. É uma mulher mais recatada, que impõe respeito», reforçou Natália Umbelina.
No entanto, os olhos da Esperança Cosme têm visto no país o reinado de vestimentas sem pudor despidas de ética, e da identidade genuína santomense.
«Hoje se visto e deixo as coxas à mostra, quem vai me querer? Um homem que quer mesmo uma mulher, não aceita que a mulher tenha as coxas a mostra. A coxa é o luxo da mulher, deve ser buscada e descoberta, não exposta», reclamou.
Traje tradicional é o bilhete de identidade, que as mulheres pretendem restaurar, para dignificar a nação santomense.
Abel Veiga

POLVO
17 de Março de 2025 at 2:08
A expansão, domínio política colonial durante 500 anos, de assimilação cultural comprometeu a evolução dos Africanos, da cultura e bons costumes e habitos, pensamento dos Africanos, logo também dos São-tomenses, até os dias de hoje, sob outra capa outro domínio, o financeiro para conseguir o domínio político, meneatar do desenvolvimento de um território, de um povo, de uma administração, com a farça muitas vezes de ajuda ao desenvolvimento ex; (temos o caso da barragem do contador 20 anos a execução de um projecto de 3 megawots de potência energética, enquanto no mesmo espaço de tempo surgem turbinas aeolícas, paines solares, barragens, bem como outras fontes de energias renováveis, nos territórios, população, administração ocidentais, Asiaticos, Europa, América, China, etc,..tornando o preço de energias mais acessíveis, permitindo a evolução tecnológica), ajuda aliada a programas de ajustamento estrutural, que comprometem e atrasam anda mais o desenvolvimento dos territórios, populações administração Africanas, o mesmo se passando xim a formação de estudante no exterior, que muitas vezes levam dez a vinte anos a terminar a formação superior pelos constrangimentos de adaptação, ou muitas vezes por ser Africanos, e muitas vezes terminadas a formação, querem assim desta forma permanecer nos territórios de formação, pelo facto de neste espaço de tempo o seu território, administração esteve comprometida, subjugado, dominado pelos programas de subdesenvolvimento, muito por culpa de nós próprios Africanos, pelo facto de jamais gostarnos de amar a nossa terra, trabalhar, sermos rigorosos connosco, semis organizados, a falta de gosto pelo trabalho, pelo rigor, pela a organização, pela justiça, pela responsabilidade e responsabilidade, firmeza e definição de pensamento, para o desenvolvimento sustentável, habito de esperar que os outros, venham ou ajudam de forma financeira a resolver os problemas e desafios nossos, sociais, culturais, políticos, desportivos, económicos e financeiros.
Como exemplo de subjugação e vexame ainda na peça, o facto de estar vestido de traje nacional, devia ser motivo de orgulho, para jamais aceitar o pagamento de almoços por outros e gratis, é está inversão de pensamento de modo de ser estar que temos que mudar, deixar de afabalismo, já imaginaram se a moda pega, vou a um restaurante na europa, ou no ocidente vestido de traje Africano, para ver se me pagam o almoço, este jamais é sentido de rigorijo, ou de valorização orgulho, pelo contrário de subjugação cultural, dominio pelo preço, domínio do traje, apartir daí, do território, população, administração,…”Depois 3 outros senhores levantaram das suas mesas vieram ter comigo e disseram para a minha filha, que o almoço seria pago por eles. Criou-se uma amizade por causa do nosso traje e da nossa língua, que me convidaram para regressar ao restaurante. Regressamos, comemos e bebemos tudo pago pelos portugueses… Isso é que é o nosso bilhete de identidade, o nosso luxo, o respeito pela nossa terra», pontuou Esperança Cosme…. Nunca pelo contrário é ultraje, deviamos ser capazes de pagar os nossos almoços, independentemente de sermos convidados.
Importante nos africanos percebamos de uma vez por todas jamais a almoços gratis, ninguém dá nada há ninguém sem esperar receber algo em troca, assim é o pensamento ocidental…
Ama a tua terra, as tuas gentes, a tuas cultura
LULA
17 de Março de 2025 at 10:03
A África, nós Africanos, os São Tomenses, temos que valorizar o que é nosso, desde a comida, os productos nacionais, o território, o mar, os rios, o espaço aerodinâmico, os nossos recursos naturais, as pessoas, os Africanos, os São Tomenses
Formar o Africanos África, fortalecimento institucional,
Programas de habitação social, empregabilidade, criação de empresas, parques industriais, para fixação de jovens e população no seu território de modo que jamais tenham que emigrar, para o exterior.
É essencial o desenvolvimento, fortalecimento das de instituições de ensino, instituições de formação, de saúde, de segurança, da justiça, da protecção, do sistema financeiro, a banca, os seguros, as infraestruturas
Conceito de valorização e atractividade do território
Ajuda a desenvolver o teu país, cuida da tua família, dos teus filhos, da mulher africana, da mulher São Tomense
Ama a tua terra, o teu território, a tua cultura
santomé cu plinxipe
17 de Março de 2025 at 7:33
Apoio total::::
Jacó
17 de Março de 2025 at 19:33
STP tem que preservar sua cultura, sua identidade, e ter orgulho de tudo aquilo que lhe é tradicional e que não causa prejuízo nem aos seus, nem a terceiros.
Abraços desde o Brasil