Cultura

Alda Espírito Santo colocada no CENTRO para o resgate da Nação santomense

«Considerada uma das mais proeminentes mulheres da chamada ‘’Geração de Cabral’’, Alda Espírito Santo foi a única mulher a integrar o Governo de Transição e o primeiro governo do pós-independência, como Ministra da Educação e Cultura. Foi, igualmente, Ministra da Informação e Cultura, tendo sido a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da Assembleia Nacional em São Tomé e Príncipe e em África.

Foi uma activista da Casa dos Estudantes do Império, durante os anos de estudante em Lisboa, onde conviveu e desenvolveu uma amizade muito próxima com militantes nacionalistas de outras colónias africanas, como Amílcar Cabral, a quem a ligou uma amizade verdadeiramente fraterna. Foi ainda amiga muito próxima do angolano Mário Pinto de Andrade, do moçambicano Marcelino dos Santos e de Agostinho Neto, poeta e primeiro Presidente de Angola. O primeiro poema a denunciar internacionalmente o Massacre de 1953, intitulado ‘’Massacre de São Tomé’’, é da autoria de Agostinho Neto e foi dedicado à ‘’Ilustre Amiga Alda Graça». ’’

FOTO : Poetisa e Jornalista Conceição Deus Lima

A sucinta descrição feita pela poetisa e jornalista santomense Conceição de Deus Lima, por sinal a promotora da primeira conferência nacional sobre Alda Espírito Santo, realizada no país nos dias 29 e 30 de abril, reflecte a dimensão da combatente pela liberdade da pátria santomense e dos países africanos de língua portuguesa.

Nasceu a 30 de abril de 1926, por isso abril é o mês da cultura em São Tomé e Príncipe. A Primeira Conferência fechou o mês da Cultura. A morte levou Alda do Espírito Santo, em 9 de março de 2010, mas deixou com os santomenses um legado que a imortalizou.

Filinto Costa Alegre, membro da ex-Associação Cívica Pró-MLSTP, organização criada também com apoio de Alda Espírito Santo, foi o primeiro orador da conferência. “A Nacionalista e Combatente da Liberdade da Pátria” o tema apresentado.

Foto : Filinto Costa Alegre / Conferencista

Após a revelação de vários factos, antes desconhecidos e que destacam Alda Espírito Santo como a matriarca da Nação santomense, Filinto Costa Alegre, descreveu a degradação moral, social e de valores que marcam a realidade nacional. Aspectos que contradizem os ensinamentos deixados por Alda Espírito Santo. O ex-líder da Associação Cívica, confrontou a plateia com várias interrogações, que não tiveram resposta. No fim da explanação mostrou o caminho traçado por Alda Espírito Santo, para que a santomensidade fosse preservada.

Foi declamado o poema “Escola de Mentiras” escrito por Alda Espírito Santo. Os versos, rimas e estrofes do poema revelaram para os jovens e adultos, a raiz do mal. A raiz da perda dos valores, dos hábitos, das tradições, e da própria identidade santomense. “A Escola de Mentiras” passou a formatar a mente das gerações mais novas, a verdadeira raiz identitária sucumbiu, e a mentira ensinada na escola moldou o ser santomense.

A reforma do sistema de ensino, foi o grito silencioso que ecoou no Pavilhão Alda Espírito Santo no Liceu Nacional, após a intervenção de Filinto Costa Alegre, e da declamação do poema “A escola de Mentiras” de Alda Espírito Santo.

Oiça a intervenção do conferencista Filinto Costa Alegre:

Um trio de Jovens poetas santomenses transmitiram para os alunos do Liceu e para as autoridades governamentais, o sentido patriótico da mulher que escreveu o hino nacional.

Ivanick Lopanbza / Poeta

Marty Pereira – Poeta

O impacto da primeira conferência nacional sobre Alda Espírito Santo já é sentido no Ministério da Educação, Cultura, Ciência e Ensino Superior. A Ministra Isabel de Abreu reuniu-se de urgência com todos os ex-Ministro da Educação, porque a identidade santomense precisa ser resgatada, antes de a “Escola da Mentira” apagar da mente das novas gerações todos os vestígios da identidade santomense.

O Téla Nón promete para as próximas edições detalhar, ponto a ponto, o resultado da Primeira Conferência Nacional sobre Alda do Espírito Santo.

Abel Veiga 

2 Comments

2 Comments

  1. Elsa Costa Alegre

    1 de Maio de 2025 at 10:31

    Alda foi e sera a unica. Dificilmente havera alguem como a poetiza Alda Espirito Santo de alma pura, sempre pronta em prol dos outros e dos Santomenses. Alda foi e sera a unica, ela vive na nossa mente como a unica mulher que incutiu nos Santomenses que vale a pena sonhar.

  2. BONITO

    2 de Maio de 2025 at 15:43

    Sendo a única Universidade Nacional, criada em 2014, há que aprimorar/expandir os serviços da universidade ao território nacional, bem como a criação de cursos consentâneos, com a nossa realidade geográfica, a nossa necessidade económica e financeira, sobretudo na economia azul, economia circular, ambiente, agricultura, aviação civil, transportes marítimos, serviços aduaneiros, a administração publica, a administração local o direito, as novas tecnologias, a arquitetura, o ordenamento do território, medicina, a enfermagem, analises clinicas, finanças, a economia etc…pois que a educação/formação, a formação para cidadania o saber, o conhecimento, a investigação cientifica, a tecnologias, são mais valias para transformação/libertação das sociedades, das instituições, fazendo jus a memoria da patriarca Alda Espirito Santo, a Julieta Costa e tanto outros

    Necessidade de robustez do nosso sistema de ensino, mediante a organização, o rigor, o trabalho abnegado, a formação para a cidadania, a responsabilidade/responsabilização, a exigência, para a sustentabilidade futura.

    Porque a sociedade necessita, formação técnico profissionais interna, aqui país, aliado a politicas de rendimentos, empregos, criação de empresas, empreendedorismo, a politicas de atração de investimentos internos/externos, aliada a politicas de habitação.

    De modo a manter a memoria do desejo e pensamento da nossa patriarca.

    Em honra de Alda Espirito Santos

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