Cultura

Novo alerta sobre riscos nos patrimónios culturais: especialistas e instituições exigem medidas urgentes

Falta de equipamentos de segurança, ausência de planos de prevenção e risco de inundações estão entre os maiores desafios identificados durante o ateliê promovido pela UNESCO.

Durante o ateliê de de três dias, que decorreu na Biblioteca Nacional, sobre a capacitação em Gestão de Riscos de Catástrofes promovido pela UNESCO, autoridades, técnicos e representantes de instituições públicas e culturais voltaram a alertar para a fragilidade dos patrimônios culturais e naturais de São Tomé e Príncipe. Entre os principais riscos identificados estão a falta de extintores, inexistência de planos de evacuação, sobrecargas elétricas, risco de inundações e ausência de digitalização de documentos históricos.

O representante da Região Autónoma do Príncipe, Jamilo Cassandra, não poupou críticas à fragilidade estrutural de espaços como o Museu Nacional. “Não há extintores, nem rotas de fuga seguras. Há estratégias para metas institucionais, mas não para garantir a vida e a proteção do acervo”, afirmou “Precisamos de estratégias para proteger vidas”.

A Subcomissária da Polícia Nacional, Dulcineia Santos, reforçou que o país carece de políticas específicas de preservação. “Temos patrimônios ricos, mas faltam documentos e planos concretos de salvaguarda, como no caso da Biblioteca Nacional e do Museu”, apontou a falta de políticas claras.

Segundo o consultor internacional da UNESCO, responsável pela elaboração da Estratégia Nacional de Atenuação de Riscos, o maior fator de ameaça para os patrimônios é a água. “São Tomé é uma ilha, logo, o primeiro risco são as inundações – seja pelo mar, pelos rios ou pelas chuvas”, alertou à água como o maior risco.

O encontro gerou nove recomendações estratégicas, dentre elas se destacam três:

1. É urgente avaliar os riscos que ameaçam o património cultural e natural do país, como inundações, incêndios, vandalismo ou mesmo o avanço do mar.

2. É necessário formar técnicos e envolver as comunidades na defesa do património.

3. É essencial digitalizar documentos e acervos para evitar a perda de memória coletiva.

O documento será apresentado às autoridades para validação no dia 29 de maio. Espera-se que o governo e parceiros ajam com urgência para salvar o que resta do património histórico nacional.

Waley Quaresma

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