PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Novo estudo aponta para uma expansão de 4,5% este ano; queda dos preços do petróleo e das matérias-primas provocam baixa ligeira; Angola deve crescer 4,5% este ano.
Economia regional deve crescer. Foto: Banco Mundial/Jonathan Ernst
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Fundo Monetário Internacional, FMI, prevê que a África Subsaariana tenha um crescimento económico de 4,5% este ano.
Será a segunda maior expansão do mundo a seguir aos países emergentes e em desenvolvimento da Ásia, segundo o estudo “Perspectivas Económicas Regionais para África Subsariana”. O documento foi lançado esta quarta-feira.
Petróleo
Apesar de o crescimento ser ligeiramente inferior em relação a 2014, o órgão destaca um desempenho económico sólido. O FMI realça a influência de fatores como o impacto da queda dos preços do petróleo e das matérias-primas dos últimos seis meses.
O órgão defende que oito exportadores de petróleo da África Subsariana têm sido duramente atingidos pela queda de preço e a sua média de crescimento em 2015 será 1,25% mais baixa que em 2014 devido ao choque. No grupo está Angola, que deve crescer 4,5% este ano e 3,9% em 2016.
Benefícios
Para grande parte da região, as perspetivas de crescimento continuam favoráveis pelo facto de as economias aproveitarem os benefícios dos menores gastos com a importação de petróleo.
Entretanto, algumas dessas economias também “sentem o impacto da redução dos preços para as suas exportações de matérias-primas não-petrolíferas.”
Prevê-se um crescimento particularmente forte na maioria dos países de baixa renda e nos mais frágeis, o que deve ajudar a reduzir os níveis de pobreza.
Ébola
O impacto do ébola na Guiné Conacri, na Libéria e na Serra Leoa também é refletido pelo FMI. Apesar do controlo das novas infeções e da queda acentuada na incidência, 2015 será um ano difícil com uma atividade económica a ser significativamente deprimida.
O órgão recomenda uma vigilância nos mercados de fronteira para evitar o risco de movimentos de capitais desordenados, especialmente em resposta a mudanças na política monetária dos Estados Unidos.
Crescimento
O órgão alerta também para a necessidade urgente de políticas que ajudem a transformação estrutural para diversificar a base de produção da África Subsaariana e promover uma maior integração nas redes comerciais globais.
De acordo com o FMI, em 2030 o número de pessoas em idade ativa na região será superior ao resto do mundo. O facto vai oferecer uma “enorme oportunidade” para impulsionar o crescimento a longo prazo na África Subsariana.
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