PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Vice-secretário-geral da ONU afirmou que a questão é “fundamentalmente sobre o direito à informação, proteção de civis e respeito aos direitos humanos”; segundo Repórteres sem Fronteiras, 66 jornalistas foram mortos no último ano no exercício da profissão ou por conta de suas funções.
Diretor-geral da ONG Repórteres sem Fronteiras, Christophe Deloire, durante sua fala no Conselho de Segurança. Imagem UNTV.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O Conselho de Segurança está debatendo, nesta quarta-feira, a proteção de jornalistas. O vice-secretário-geral da ONU afirmou que a questão é “fundamentalmente sobre o direito à informação, proteção de civis e respeito aos direitos humanos”.
Para Jan Eliasson, a questão também é sobre “não ceder a ameaças e intimidações por aqueles que defendem e praticam violência e intolerância”.
Cobertura
Ele afirmou que nos últimos anos foi visto um “aumento preocupante do número de jornalistas mortos em situações de conflito”.
Segundo o vice-chefe da ONU, dos 593 casos de mortes de jornalistas entre 2006 e 2013, 273 ocorreram em zonas de conflito. Ele afirmou que jornalistas também estão sendo alvos de ameaças por grupos criminosos e terroristas que têm por intenção silenciá-los.
Eliasson disse que mortes recentes de jornalistas receberam grande atenção em todo o mundo, incluindo os “assassinatos brutais” de representantes da mídia ocidental na Síria.
No entanto, ele afirmou que “não se pode esquecer que 95% das mortes de jornalistas em conflitos armados concerne jornalistas locais, recebendo menos cobertura da imprensa”.
Para Eliasson, “conflitos armados não só põe em perigo as vidas e a segurança dos jornalistas, mas também limitam o fluxo de informação, enfraquecendo a democracia e o Estado de direito”.
Números
O diretor-geral da ONG Repórteres Sem Fronteira também participou do debate no Conselho de Segurança.
Christopher Deloire afirmou que 66 jornalistas foram mortos no último ano no exercício ou devido a suas funções.
Desde o início de 2015, foram 25 mortes. Segundo Deloire, entre elas, cinco no Sudão do Sul, duas no Iêmen, duas na Ucrânia e uma na Síria.
Resolução
Durante a sessão, o Conselho de Segurança adotou uma resolução reafirmando seu compromisso com a proteção de civis em conflitos armados, assim como a proteção de jornalistas, profissionais de mídia e equipes associadas.
Mariane Pearl, viúva do jornalista do Wall Street Journal, Daniel Pearl, morto em 2002, no Paquistão, também falou no debate.
Unesco
Também nesta quarta-feira, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Irina Bokova, condenou o assassinato do jornalista brasileiro Evany José Metzker e pediu uma investigação apronfundada da ação.
O corpo do brasileiro foi encontrado no estado de Minas Gerais no dia 18 de maio, cinco dias após o relato de seu desaparecimento. Metzker, de 67 anos, era jornalista investigativo em seu próprio blog chamado Coruja do Vale.
A chefe da Unesco emite declarações sobre o assassinato de trabalhadores da mídia conforme a resolução 29 adotada pelos Estados-membros da agência em 1997. O documento é chamado “Condenação de Violência contra Jornalistas”.
Leia Mais:
Ban alerta que “mundo enfrenta sérias violações dos direitos humanos”
Brasil é um dos países mais perigosos para jornalistas, diz Comitê
Ban Ki-moon condena assassinato de civil japonês pelo Isil
ONU: assassinato de jornalista americano foi “horrendo e abominável”
Bartolomeu Dias
1 de Junho de 2015 at 9:32
Com toda a franqueza, permitam-me dizer que o primeiro país do mundo, repito, o primeiro país do mundo onde esta medida das Nações Unidas deveria começar a ser implementada deveria ser em S.Tomé e Príncipe.
S.Tomé e Príncipe sim, porque é difícil termos ganhos em matéria de liberdade de imprensa e de direito dos jornalistas durante largos anos, mesmo no regime monolítico e subitamente a comunicação social santomense embrenhar-se numa deturpação total, num beco sem saida com todos os órgãos de imprensa do Estado transformado em espaços exclusivos de propaganda de uma forma politica. A dignidade dos jornalistas foi beliscada e um punhado de miúdos oportunistas não sabem ainda como estão sendo manipulados, pondo de fora a sua total dignidade propria e profissionalismo.
Portanto, hoje que o mundo é global, espero que um alerta sério deve ser dado ao mundo e que de facto essa medida das Naçoes Unidas chegue a S.Tomé e Principe.