Mundo registrou “desenvolvimento impressionante” nos últimos 25 anos
Relatório sobre Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, indica que Noruega é a 1ª da lista das 188 nações mais desenvolvidas do mundo, a última é a República Centro-Africana; Angola está na 150, Brasil na 79 e Cabo Verde, 122; reportagem traz lista completa do ranking de todos os países lusófonos.
Foto: Pnud
Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
O relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano, lançado esta terça-feira, revela que tem sido “impressionante” o progresso alcançado no desenvolvimento humano nos últimos 25 anos.
Segundo os autores do estudo, em todo o mundo, a expectativa de vida está aumentando, mais crianças frequentam escolas e houve um aumento também no acesso a serviços sociais.
Noruega
Apesar disso, ainda há desequilíbrios entre países, grupos socioeconômicos, étnicos e raciais; áreas urbanas e rurais, e entre homens e mulheres.
Na lista do ranking de 188 países, divulgada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a nação com melhor IDH foi a Noruega, seguida por Austrália, Suíça, Alemanha e Dinamarca. As três últimas da relação são: Chade, Níger e República Centro-Africana.
Já nos países de língua portuguesa, Portugal encabeça lista na posição 41, Moçambique é o último na posição 181. Portugal é seguido por Brasil, em 79, Cabo Verde 122, Timor-Leste 133, São Tomé e Príncipe 142, Angola 150 e Guiné-Bissau na posição 178.
Alta
Em relação ao Brasil, o país estagnou no IDH e no ranking em comparação a 2014. Na América do Sul, o Brasil é o quinto país com maior índice, atrás de Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela.
O Brasil registrou progresso em cada um dos indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano. O crescimento do IDH foi de 23,4% entre 1990 e 2015.
Durante este período, a expectativa de vida no nascer aumentou 9,4 anos, passou de 65,3 para 74,7 anos. A média de anos de estudo subiu quatro anos e o Rendimento Nacional Bruto, RNB, per capita, teve uma alta de mais de 31%.
Lusófonos
O relatório cita investimentos na educação em Cabo Verde. Por exemplo, o programa de merenda escolar proporcionou vários benefícios aos estudantes e aos agricultores locais que aumentaram suas vendas. O país também adotou nova lei para combater a violência de gênero.
Moçambique foi outro país lusófono citado pelo Pnud na luta contra a violência à mulher. Segundo a agência da ONU, a alternativa de um estuprador se casar com sua vítima não é mais uma opção de defesa para os criminosos.
Salários
Na questão da igualdade salarial, os indicadores do IDH mostram que apesar das mulheres terem melhor desempenho nos setores de educação e longevidade do que os homens, elas ainda perdem no indicador de renda.
O relatório mostra ainda que o país com menor Índice de Desenvolvimento Humano do mundo tem mais mulheres no Parlamento do que o Brasil.
O Brasil tem 10,8% de assentos ocupados mulheres no Congresso enquanto a República Centro-Africana tem 12,5%.
Mensagens
O relatório apresenta cinco mensagens básicas. A primeira é a que o “universalismo é a chave para o desenvolvimento humano e que o desenvolvimento humano para todos é alcançável”.
Em segundo, o documento diz que apesar dos avanços, muitos ainda sofrem de privações básicas e enfrentam barreiras significativas. Os especialistas dizem que para se atingir o desenvolvimento humano, é preciso reavaliar questões analíticas e perspectivas.
Em quarto lugar, opções políticas existem e se forem aplicadas podem contribuir para chegar ao objetivo. Para finalizar, o relatório afirma que “uma governança global reformada, com multilateralismo mais justo, ajudará a alcançar o desenvolvimento humano para todos.
Saneamento básico
O relatório mostra que em 2015, o mundo superou o que se acreditava serem “desafios assustadores” há mais de duas décadas. Mesmo aumentando a população de 5,3 bilhões, em 1990 para 7,3 bilhões em 2015, mais de 1 bilhão escaparam da pobreza extrema, 2,1 bilhões tiveram a saneamento básico.
Além disso, mais de 2,6 bilhões de pessoas ganharam acesso à água potável. O índice de mortalidade de crianças menores de cinco anos caiu mais da metade, de 91 para 43 para cada mil nascimentos de crianças vivas.
A incidência de HIV, malária e tuberculose também caiu entre 2000 e 2015. As mulheres atingiram 23% de participação nos parlamentos mundiais e o desmatamento global registrou uma queda de 7,3 milhões de hectares por ano, em 1990, para 3,3 milhões entre 2010 e 2015.
Lista de países lusófonos no ranking de IDH de 188 nações:
Angola- 150º
Brasil- 79º
Cabo Verde- 122º
Guiné-Bissau- 178º
Moçambique- 181º
Portugal- 41º
Timor-Leste- 133º
São Tomé e Príncipe – 142º
Falar Verdade
22 de Março de 2017 at 8:57
Dos 8 países lusófonos, ficamos no quarto lugar. Acho que não estamos tao mal. O que devemos (Estado) fazer mais é investir seriamente no capital humano.
O desenvolvimento de um País deve-se em primeiro lugar sua qualificação académica e profissional.
Bem haja a todos!