Em entrevista dada ao Téla Nón, a Ministra do Plano e Finanças, Ângela Viegas, abriu as contas do negócio que o governo fez com a empresa Sonangol. Os 35% das acções da empresa nacional de combustíveis e óleos, ENCO, foram vendidos à Sonangol, pelo valor de 32 milhões de dólares. Do montante apenas 22 milhões vão ser depositados nos cofres do estado. Os outros 10 milhões vão servir para pagar a dívida que a ENCO acumulou junto a sua antiga fornecedora de combustíveis, a Sonangol. No entanto o Téla Nón recolheu informações seguras que indicam o interesse da petrolífera angolana em assumir também o controlo da empresa de electricidade, a EMAE, por sinal a principal cliente da sua nova filial são-tomense, a ENCO.
A parceria estratégica defendida pelo governo do MLSTP/PSD liderado por Rafael Branco para com Angola, entrou na velocidade de cruzeiro. O mercado são-tomense de comércio dos combustíveis foi entregue nas mãos da empresa angolana de petróleo, a Sonangol. Após ter comprado e reabilitado as principais bombas de combustível do país, a Sonangol que já detinha 40% das acções da empresa são-tomense que comercializa os combustíveis, recebeu a oferta do governo de mais 35% das acções da empresa.
O estado são-tomense que era o accionista maioritário da empresa com 51% das acções fica apenas com 16% de participação. A Ministra do Plano e Finanças, garantiu o encaixe directo de 22 milhões de dólares para os cofres do estado. «É um negócio no valor total de 32 milhões de dólares, dos quais 22 milhões em queche com o valor a ser depositado na nossa conta, e 10 milhões serão para o pagamento de uma parte da dívida da ENCO para com a Sonangol», explicou a ministra do Plano e Finanças, Ângela Viegas.
Ângela Viegas, explicou ao Téla Nón que o negócio ainda não está fechado a 100%. O contrato assinado entre as partes deverá ser apreciado pelas instâncias judiciais nomeadamente, a Procuradoria Geral da República e o Tribunal de Contas. «Depois disso haverá o depósito do valor na conta do estado. Acho que será uma questão de dias», declarou a ministra.
O governo do MLSTP/PSD, confirma a parceria estratégica com Angola, e manifesta-se seguro de que desta forma o impacto das oscilações dos preços dos combustíveis no mercado internacional poderá ser mais suave para o arquipélago.
Confrontada pelo Téla Nón com as informações seguras de que no quadro da parceria estratégica entre o governo do MLSTP/PSD e Angola, a petrolífera angolana deverá brevemente passar a ser proprietária da empresa nacional de electricidade, a EMAE, a ministra sorriu e no meio da graça, respondeu «não é do meu conhecimento», disse Ângela Viegas.
Ma, os elementos recolhidos pelo Téla Nón , indicam que o propósito da Sonangol em controlar a gestão da EMAE, vem amadurecendo há alguns anos. A EMAE, empresa de electricidade é a principal cliente da ENCO, mais de metade do combustível que a Sonangol vende através da ENCO, é consumido pela EMAE, principalmente o gasóleo.
Com a velocidade da parceria estratégica em curso, fontes bem colocadas, garantem ao Téla Nón que a venda da EMAE para o grupo angolano é para breve. Será o último passo para o controlo absoluto do sector energético são-tomense por apenas uma empresa estrangeira.
Abel Veiga