Na qualidade de cidadão sãotomense que sou, e com um grau elevadíssimo de preocupação no que toca ao desenvolvimento económico de STP, não poderia ficar indiferente, depois de ter visto e lido uma notícia publicada no sítio da internet do jornal Visão de Sábado (http://clientes.cstome.net/visaosabado/publicidade.htm) referente ao “suposto” Resultado do Exercício da ENCO tornado público.
É importante frisar que, a divulgação das informações financeiras das empresas é necessária e sempre exigível, uma vez que permite aos utentes da informação (investidores, credores e potenciais credores, financiadores) fazer juízo daquilo que são políticas da empresa, de que forma eficiente e eficaz a gestão da entidade e o Conselho de Administração estão a cumprir as suas responsabilidades na utilização dos recursos da entidade, nomeadamente aos recursos fornecidos para a entidade, sobre a compra, venda ou detenção de instrumentos de capital e dívida; pagamentos, dividendos e juros ou de aumentos de preços do mercado; a tempestividade e a incerteza dos (as perspectivas) fluxos de caixa futuros; das condições económicas gerais e expectativas, eventos e clima político, e as perspectivas da indústria e da empresa; garantia de que a entidade é cumpridora de leis, regulamentos e disposições contratuais, etc…
A divulgação das informações financeiras é também importante na medida em que permite o melhor investimento num sector específico, aumenta a competitividade das empresas do(s) sector(es), permite ao Estado detectar fraquezas e intervir, permite melhor transparência fiscal e consequente arrecadação de impostos, evita a crise económica e financeira quando elas são fornecidas de forma fiel e verdadeira.
Tal divulgação é feita muitas vezes por exigências legislativas e no cumprimento dos estipulados pelas normas contabilísticas vigentes.
Posto isso, e numa análise sucinta das informações publicadas pela ENCO no jornal Visão de Sábado, sobre o “Resultado do Exercício de 2010” não é transparente, “derroga” o predisposto nas normas de contabilidade no que concerne à divulgação das informações financeiras, põe em causa a própria elaboração destas informações no que concerne a sua lealdade e veracidade, induz numa clara fuga aos impostos, traduz numa verdadeira falta de controlo por parte do Estado, demonstra a desorganização da classe empresarial, indica a fragilidade da economia e do poder do Estado.
A ENCO, SARL poderia ter divulgado no mínimo, os mapas exigíveis numa apresentação de informação aos utentes (balanço, demonstração dos resultados, fluxos de caixa se exigível e notas explicativas das transacções económicas e financeira), aqueles que traduzem a real situação económica e financeira da empresa conjuntamente, o relatório de Auditoria como prevê a Lei 17/94 de 30 de Junho, dado tratar de uma Sociedade Anónima.
Devemos deixar o preconceito (de que ninguém deve ter informações sobre a empresa) que há muito tem levado a decadência da nossa economia e tem desincentivado o investimento estrangeiro no país. Temos que ser um povo open-mind e menos nacionalista!
O governo tem que procurar medidas que obrigam as empresas tornarem público as informações financeiras, porque só assim conseguirá controlar o sector, incentivar o crescimento económico e competitividade.
Não se estranhem porque já é hábito nos países mais desenvolvidos.
Ass: Yáqueson Zacarias
Vugu-vugu
19 de Abril de 2011 at 18:32
Yáqueson Zacarias,
Não sei a que título faz estas críticas ao R&C da ENCO.
Espero que esteja bem documentado para dar suporte às suas críticas.
As suas afirmações (crime de evasão fiscal, dúvidas quanto à fiabilidade e integridade da informação, etc) nos ditos países civilizados, dão direito a um processo-crime por difamação, ou outro crime mais gravoso.
Não sei se as contas são, ou não, certificadas/auditadas, mas se forem o sr. corre o risco de levar também com uma acção judicial movida pelo ROC ou empresa de auditoria externa.
Buter teatro esquecido
20 de Abril de 2011 at 10:11
Senhor Vugu-Vugu;
Compreendo muito bem a sua preocupação. Mais na verdade mesmo se a ENCO contrata o melhor advogado do mundo a lei não permite que a ENCO ganha a causa junto ao tribunal. Porque a falta de divulgação das informações contabilística da empresa leva as autoridades e pessoas singulares a pensar na possibilidades de fraude e evasão fiscal. Cabe as empresas públicarem informações conforme manda normais contabilísticas.
Buter teatro esquecido
19 de Abril de 2011 at 19:04
Muito bom artigo.
Aproveito esta oportunidade para exigir a públicação dos resultados financeiros das outras grandes empresas. Nomeadamente, CGI, Rosema,CST,EMAE,ENASA,ENAPORT,BCSTP,BISTP, todos os bancos privados, Todas as grandes empresas.
B. Oliveira
19 de Abril de 2011 at 19:35
Vimos compelidos a dizer que isso é chamar a população são-tomense de burra. Pessoas que nada entendem de contabilidade. Jamais vi uma coisa dessa. No mínimo devem publicar toda a conta p+or forma a ser devidamente analisadas por demais cidadãos.
boca calada
19 de Abril de 2011 at 20:05
força filho de terra…avança
Buter teatro esquecido
19 de Abril de 2011 at 21:35
A ENCO teve um lucro de quase três milhões de dólares mesmo assim aumentou o preço de combustivel em S.Tomé e príncipe país muito pobre.
Jucilene
20 de Abril de 2011 at 8:23
Excelente artigo, grande análise.
Osama bin Laden
20 de Abril de 2011 at 9:27
Tens toda razão rapaz, quando vi aquilo fiquei parvo. Esses são resultados da forma como se faz recrutamento no sector público em STP.
Os conceitos elucidados por te são ensinados em qualquer escola de gestão! Mais devo dizer-te que na ENCO não tem ninguém com curso superior na área financeira ex a razão para que as coisas sejam feitas por baixo do joelho.
O senhor Barbosa é que manda e desmanda, só entra na ENCO que eles querem, capacidade?!! Qual capacidade? Amigos, primos, sobrinhos….
Sabes que quantos anos que Barbosa está a frente da ENCO? Não sabe! Tenta descobrir…
AGER
20 de Abril de 2011 at 16:17
Aqui tem um dono…começa com OR…..
Politico da Elite Corrupta de STP
20 de Abril de 2011 at 9:34
Devias ver as demonstrações financeira da AGER, senhor Orlando também faz das suas.. O relatório de auditoria mete nojo uma vergonha total. Isto não por falta de quadro, temos jovens com currículo para fazer esses trabalhos com alguma dignidade, mais o sistema não deixa, é só cunha.. Basta ver a forma como AGER está a recrutar um novo contabilista, querem pessoas com 11ª classe isso até mete dó…
Virtual
20 de Abril de 2011 at 10:01
Meu caro Yáqueson Zacarias,
Antes de criticares devias agradecer a ENCO, SARL pela divulgação destes resultados. Pois, qual outra empresa são-tomense o faz para poderes criticar?
Bem ou mal apresentado, acho que devias primeiro reconhecer a iniciativa e quem sabe depois criticar, desde que tenhas dados ou informações credíveis, ou mesmo tenhas autoridade suficiente para abordar o assunto.
Quando a iniciativa é embrionária temos primeiro que reconhecer o esforço e a vontade de quem a realizou.
Temos que deixar de criticar por criticar!
Concordo com o comentário de “Vugu-vugu” queria ver-te duvidar de resultados de exercício dos anos anteriores da Microsoft Inc., Vale, Grupo Sonae, Google Inc., MGM, Barclays Bank, etc., e ires ao Financial Times, Bloomberg ou outro sítio na internet, escrever um artigo como este!?
Com certeza, tiravas uma boa lição!
Vugu-vugu
26 de Abril de 2011 at 16:30
Pelos vistos não sou o único santomense com juízo.
Obrigado Virtual.
Em STP temos o mau hábito de misturar alhos com bugalhos e lançar a confusão nos espíritos menos preparados.
pupet
20 de Abril de 2011 at 10:27
Não é necessário um curso superior na área financeira. Um simples curso de contabilidade geral de poucas semanas, o que está em causa na gestão da Enco é bom sens.
pupet
20 de Abril de 2011 at 10:28
Bom senso.
Madalena
20 de Abril de 2011 at 11:43
Não deve ser verdade, uma empresa destas sem tecnico superior.
Hoje faz pouco sentido, falar da Enco. Sonangol, sim. Duas empresas, com unico dono.
São Tomense pensa que pode opinar sobre tudo, sabe de tudo, só não sabe tirar o país da miseria.
Grupo Zero.
Bragança
20 de Abril de 2011 at 12:02
Caro Yáqueson,
Lendo este artigo chamo mais uma vez atenção para o papel fundamental que a Administração Fiscal tem que desempenhar neste sentido. Não querendo culpabilizar ninguém sem conhecer muito bem tanto as normas fiscais como as contabilísticas que regulam neste momento este tipos de sociedades. Uma vez não existindo tais normas ou existindo, a letra da lei não sendo clara, sendo susceptível de varias interpretações não podemos falar em evasão fiscal mas sim em elisão fiscal, o que lesa o estado e estado somos nos. Quanto a Certificação Legal das Contas, que normalmente é exigido as sociedades anónimas, resta saber se há esta exigência. A Certificação Legal de Contas (CLC )existindo, teria que ser feita por um auditor externo normalmente o Revisor Oficial de Contas (ROC) que iria expressar a sua opinião quanto a imagem fiel e verdadeira das Demonstrações Financeiras. Outra questão é saber se há algum órgão (Ordem) que controla o trabalho dos ROC, ou se há alguma norma que estes devam seguir para garantir a sua independência na emissão da opinião.
Enquanto não se começar a responsabilizar e punir as pessoas por apresentarem relatos financeiros fraudulentos este tipo de situação irá manter-se por muito mais tempo.
Revoltado
20 de Abril de 2011 at 14:45
ROC esse figura não existe em STP… Tudo não pode ser igual a Portugal, somos um país soberano.
HFM Productions Lda.
21 de Abril de 2011 at 11:42
Meu caro o que está aqui escrito são apenas conhecimentos contabilísticos adiquiridos na cadeira universitária… Isso não tem nada a ver com um país ou outro… cabe a cada um por em prática o que aprendeu…
Malé
22 de Abril de 2011 at 16:04
Caro amigo Bragança!
Gostaria apenas de chamar atenção para o seguinte facto: as Leis Fiscais, não são susceptíveis de várias interpretações, elas transmitem exactamente o que está escrito, o contrário acontece por exemplo com as Leis Criminais e outras. As Leis Fiscais são as únicas, salvo erros e omissões, que apresentam essa particularidade.
Exemplo: quando existe uma lei sobre uma determinada taxa (30%),a qual deve ser pago o IRC, é e deve ser esta…não haverá outra interpretação.
edy
20 de Abril de 2011 at 14:14
boa nota colega
cito
20 de Abril de 2011 at 16:34
Mto bom artigo
jaca doxi
20 de Abril de 2011 at 17:19
O sr Vugo-Vugo,
O facto de alguem ter denunciado a forma como a ENCO divulgou a sua demonstracao financiera, nao corresponde nenhum crime por difamacao, nem tao puco havera o risco de uma acao judicial.
Portanto, a forma como a ENCO divulgou o seu relato financeiro,nao corresponde com os principios e as normas vigente de contabilidade, veja GAAP( Generally Accepted Accounting Priciples).As corporacoes devem seguir as regras da GAAP quando estiverem a divulgar os dados nas suas declaracoes financeiras, para ser usado pelos investidores e credores de modo a determinar a saude economica e financeira das corporacoes para um futuro investimento.
A boa divulgacao do relatorio financeiro, promove transparencia e confianca, como um dos principios basicos de boa governacao corporativa.
Osama bin Laden
21 de Abril de 2011 at 9:14
Da GAAP não, deve seguir as normais Interna de contabilidade com recurso a norma internacional de contabilidade, emanada do IASB, organismo internacional de contabilidade a qual STP não faz parte.
Tudo isso acontece porque STP não tem um normativo contabilístico interno baseado nos pressupostos contabilístico da estrutura conceptual do IASB.
A criação desse normativo passa pela vontade politica, porque o mesmo tem que ter força de Lei. Se quiserem, eu posso ajudar, tenho habilitações para isso…
Anónio Júnior
20 de Abril de 2011 at 20:03
Grande artigo.
Engenheiro( LISBOA)
20 de Abril de 2011 at 22:55
Nota positiva e mais nada. Mas de qualquer forma considero ser um passo dado pela ENCO. Tomara que outras empresas da mesma natureza ou não fizessem mesmo. É necessário que o país cresça mentalmente e em cumprimento, de igual da legislação vigente.
Há muito atraso mental aí, o que leva as pessoas mesmo tento o que comer beber com fartura( ganhos desonestos, claro!), emsmo assim só pensam todos o dias em se corromper em pecar contra o colectivo cada vez mais.
Gostei da iniciativa da enco e se for transparente melhor ainda e que sirva de exemplo as outras e que a lei o exige.
1982
21 de Abril de 2011 at 21:52
Realmente este artigo demonstra e desmascara de forma técnica a desorganização do estado e dos agentes económico no pais (desculpa mais em vez de utentes de informação poderia ter usado outro termo como, interessados, utilizadores, …). As boas praticas contabilisticas são relativamente fáceis de adotar. Basta seguir as normas internacionais.
No inicio deste ano, se a memória não me falha, stp baixou no ranking dos países onde se pode investir. E ninguém admira porquê.
Enquanto as coisas continuarem assim não haverá saída possível para o país. E aos que tudo fazem para que a situação se mantenha não se esqueçam que se não tratarmos do dedo podre um dia o corpo todo morre.
BARÃO DE AGUA IZÉ
22 de Abril de 2011 at 10:35
É importante conhecer as contas da ENCO, mas como se poderá aferir o rigor dessas contas se não se conhece com extatidão as contas do ESTADO de STP?
É a começar pelo ESTADO que se deve exigir contas auditadas por organismo independente. A qualidade dessas contas irá refelectir-se na contas da Enco e outras empresas em que o Estado esteje presente. ESTADO sem contas rigorosas implica que tudo o mais possa ser fantasioso.
E.Santos
23 de Abril de 2011 at 22:39
Bem acho esta discussão baste pertinente, não obstante entender também que o autor do texto extravasou na sua interpretação das “contas da ENCO”. E digo isto, tão simplesmente porque o que eu vi não se trata de divulgação de informação financeira, mas tão somente a parte final de uma demonstração de resultados.
Aliás, isto dá a ideia de que esta publicidade tem mais o objectivo de mostrar o que a ENCO paga ao Estado a título de imposto do que propriamente o seu resultado do período. De qualquer forma, qualquer trabalho de auditoria não dura menos de 4 semanas, e a opinião só é emitida após verificação (um aspecto bastante importante em Auditoria), pelo que acho bastante prematuro alguém emitir qualquer opinião com base no que foi publicitado. Além de que, acredito que não foi apenas esta a informação que foi entregue às Finanças.
Mas isto não invalida o cumprimento da lei, sobre a obrigatoriedade das empresas divulgarem as suas demonstrações financeiras para os seus utentes externos. De qualquer forma, acredito que existem aspectos que estão na base desta falta de cultura de divulgação de informação financeira que não podem ser descurados. Desde logo uma questão cultural de que o “segredo é a alma do negócio”. Acresce a isto o peso do mercado informal, o fraco número de empresas com dimensão significativa, a inexistência de empresas de capital aberto, a inexistência de órgãos reguladores do mercado, a inexistência de um órgão encarregue pela normalização contabilística, a fraca expressão da associação dos contabilistas, a deficiente oferta formativa em matéria de contabilidade no país, o reduzido número de profissionais qualificados em matéria contabilística, entre outros.
E.Santos
23 de Abril de 2011 at 23:26
Contudo, deve ser do interesse do Estado que este cenário seja revertido.
Na verdade, os investidores vão onde há oportunidade de negócios, mas também avaliam para entrada em qualquer mercado, não só as questões ligadas ao risco e rendibilidade mas também, as políticas de divulgação da informação que demonstram o seu grau de transparência. Assim, num contexto de globalização de mercados, e de forma a não perder competitividade face a países terceiros, torna-se urgente que o Estado adopte medidas que possibilitem a entrada de capitais estrangeiros no país, particularmente, pela via do investimento directo estrangeiro. A par das facilidades de criação da empresa, a mobilidade de capital, os incentivos ao investimento, é também imprescindível conferir aos investidores segurança e credibilidade.
E, ao adoptar um modelo contabilístico com aceitação internacional (como é o caso das normas do IASB, actualmente adoptadas por mais de 90 países e com um projecto de convergência em curso com o FASB), este viria a constituir um elemento facilitador no financiamento dos projectos que o país possa ter em vista para o seu desenvolvimento. A harmonização contabilística a nível internacional advém do facto de se fazer necessário a comparabilidade da informação financeira nos diversos mercados, de modo a facilitar a tomada de decisão dos seus gestores e investidores e reduzir custos de conversão da informação uma vez que as empresas ficam obrigadas a elaborar localmente uma demonstração financeira de acordo com as normas do país, e uma outra para consolidação com a empresa mãe nos seus países de origem.
De facto, podemos dizer que o OCAM está obsoleto e está bem na hora de iniciarmos também o nosso processo de convergência com as normas do IASB, obviamente, não pela adopção integral, mas pela aproximação das nossas normas à aquelas. De referir que, desde de 2001 que o Sistema Contabilístico Angolano tem por base às normas do IASB.
Filho da Terra
24 de Abril de 2011 at 13:28
Quero agradecer Dr.Yáquison pelo artigo publicado,é claro que os Santomenses não gostam da verdade, mais as mesmas têm que ser dita.Muito bem que são normas que aprendemos na Universidade,por isso que temos que aplica-lo no mundo fora.
Um aluno quando se Licencia a Contabilidade ele tem de estar atento pelo o que acontece ao seu redor.Muito bom artigo Yáquison Záquarias
Lucileide Lima ( GIBELA)
25 de Abril de 2011 at 9:51
Bom Artigo. Vamos ver o que se passa na CST. Caso de Polícia sobretudo na época do Manuel Capitão Amaro. Prescisamos de saber também como é que uma Empresa com 49% das Acções do Povo ~São tomense gasta bilhões a financiar um Club. Diga-nos qual tem sido a participação da CST na promoção do desporto e da cultura Sãotomense?
Vugu-vugu
25 de Abril de 2011 at 16:43
Caro(a)s,
Acabei por não acompanhar este assunto, mas não posso deixar de manifestar a minha preocupação com a confusão e profusão de conceitos de grande parte das intervenções.
Insisto que o artigo do Yáqueson é positivo por lançar o tema do escrutínio das contas de empresas, mas é extremamente infeliz e elviano por, ao mesmo tempo, levantar suspeitas sobre a idoneidade e integridade da informação prestada.
Concordo e subscrevo que a informação prestada é escassa, sintética e parcial. Mas daí a extrair dessa informação outras conclusões, constitui um salto perigoso e irresponsável.
No artigo da Visão de Sábado (era publicidade) vi apenas 3 (últimas) linhas de uma conta de exploração. Dúvido que intenção fosse apresentação de contas.
Espera-se que nestes artigos os autores sejam responsáveis e pedagógicos, aspectos que, muito sinceramente, não encontrei no artigo do Yáqueson.
Foi apenas mais um artigo inflamado, com manifestas preocupações de protagonismo saloio, pretensa defesa dos interesses nacionais e outras parolices.
Assim, não vamos lá.
Gostei, essas sim esclarecidas, das intervenções E. Santos.
Temos que ser exigentes no dever de divulgação de informação contabilística. Mas as empresas não são, nem podem ser, obrigadas a divulgar mais do aquilo que lhes é exigido pela lei.
Para lá dessa exigência entramos no campo da política de comunicação de cada empresa com o mercado e com os investidores.
Regra geral, se uma empresa, por maior que seja, não estiver cotada numa bolsa de valores não está obrigada a disponiblizar reportes financeiros a terceiros. É obrigada, quanto mais não seja por razões fiscais, a ter contabilidade organizada, mas não tem a obrigação de divulgar essa informação. Se optar por essa divulgação pode fazê-lo como bem entender, respeitando, obviamente, as normas contabilísticas.
Por razões profissionais lido hà vários anos situações dessa natureza. Enquanto profissional gostava que todas as empresas divulgassem as suas demonstrações financeiras, mas percebo, por outro lado, que, excluindo as situações previstas na lei, cada empresa está no seu direito de ditar a sua própria política de disponibilização dessa informação.
Conheço empresas com volume de negócios 5 vezes (ou mais) superior ao PIB de STP, com mais colaboradores que a população activa de STP e que não divulgam contas.
A não divulgação de informação não é sinónimo de falta de transparência ou de práticas contabilísticas menos correctas. É isso que pretendo deixar aqui de forma clara e transparente.
Temos que ler devidamente os artigos e só depois comentar.
Temos que deixar de ser pavlovianos em relação a algumas empresas, como a ENCO, EMAE, CST, BISTP, etc.
Lamento, mas não vi nada de particularmente corajoso ou de inovador no artigo.
Malé
26 de Abril de 2011 at 14:45
Sr Vugu-vugu,entendo a sua preocupação, mas parece-me muito arcaica a sua forma de pensar. O melhor que a ENCO poderia fazer, era não publicar tal resultado. Se o fez, deveria tê-lo feito bem…é indiscutível. Quando fazemos algo mesmo que não gostamos de o fazer, fazemo-lo com profissionalismo de forma a sermos enaltecidos, e a ENCO não o fez.
O sr sabe que, bem há pouco tempo o Estado sãotomense vendeu a sua participação que detia nesta empresa…o sr consegue dizer-me a partir desta divulgação (da ENCO)qual o ganho/perda para o Estado? Não se esqueça que parte desta venda foi património do povo sãotomense…como é que sabemos se o povo foi ou não lesado na venda? Ou isto não lhe interessa saber?
Tenha juízo homem!!!???
vugu-vugu
26 de Abril de 2011 at 23:05
Juízo é o que vos venho recomendando, vivamente. Se fazer as coisas bem feitas é ser arcaico, então, caro compatriota, eu quero ser arcaico. Os pais da nação em 1974/75 também tinham a mania que os outros eram arcaicos. Passados 36 anos os resultados estão à vista.
Vamos lá ver se nos entendemos de uma vez por todas.
Não encontram nas minhas mensagens qualquer defesa ao conteúdo da informação publicada pela ENCO. Concordo que ela é menos que escassa e nem devia dar lugar a um artigo de opinião.
O que critico, e insisto, é que o autor do texto excedeu-se largamente ao insinuar fraudes fiscais e outras acusações gravíssimas.
Este é que continua a ser o pomo da discórdia. Quem não quiser perceber isso…
Não conheço suficientemente o código de direito comercial de STP, para saber se a ENCO está ou não em falta no cumprimento dos seus deveres. Se violou alguma lei, então o autor devia indicar que leis do país a ENCO violou. É isso que se exige de um técnico competente e responsável.
Aprendam a fundamentar as vossas alegações antes de andarem por aí a pôr em causa o bom nome das pessoas e das instituições para terem visibilidade.
Quem tem que prestar contas ao povo é o Estado. As empresas devem prestar contas aos seus accionistas, ao Fisco e aos seus parceiros (bancos, trabalhadores, clientes, fornecedores,… se assim entender).
O povo não é (ou era) accionista directo da ENCO. O accionista era o Estado. Assim, quem tem que prestar contas dessa venda ao povo é o Estado e não a ENCO.
Se o Estado vendeu mal a sua posição na ENCO quem tem que prestar contas ao povo é o Governo.
Se estão assim tão empenhados, organizem-se e investiguem o caso. Peçam, por escrito, informação à Enco. Peçam o mesmo ao Governo, cruzem informação. Peçam o registo da venda da participação. Trabalhem a sério no lugar de mandar “bocas” foleiras no Tela-Non. Não andem por aí a tentar matar a fera com gritinhos de “prima-dona”.
Deixem-se destas parolices. Aprendam a fazer as coisas como deve ser. A transparência é um assunto demasiado sério para ser abordado dessa forma tão primária e leviana.
Estou a tentar ser pedagógico (confesso que já me vai faltando paciência) para que o autor, na próxima, seja mais prudente nas suas considerações.
Sem esses cuidados a defesa da transparência passa a ser mais uma panaceia como a luta contra a pobreza, perdão da dívida e tantas outras boas intenções que se transformaram em brincadeiras de mau gosto em STP.
Fiz-me entender?
1982
29 de Abril de 2011 at 4:34
Realmente com tanto Vugu Vugu não há País que resiste. Enquanto outros lutam para melhorarem os meios de divulgação que as sociedades comerciais inscritas são obrigadas a realizar, recorrendo a novas tecnologias, nós continuamos a achar parolices exigir que no nosso País se comece a desenvolver estas praticas.
Mesmo sem conhecer a lei que rege as sociedades comerciais em STP ou em qualquer País banana do mundo com economia de mercado é fácil de se perceber a razão de existir nessas leis a obrigatoriedade e o dever das sociedades comerciais disponibilizarem, aos interessados, sem encargos, informações contidas nos documentos como:
.Acta de aprovação das contas;
.Balanço, demonstração de resultados e anexo ;
.Parecer do órgão de fiscalização, quando existir.
Continuar a usar a manta do mágico para tapar os truque é que vamos lá.
Tá bonito, tá!
Ovumabissu
29 de Abril de 2011 at 22:47
Sem querer defender o “Vugu-Vugu” mas quer parecer-me que o “1982” quer fazer-se de desentendido. O homem deixou claro e transparente que é pela transparência e agora você insinua que “ah porque é jovem e tal…”
Pedir que as coisas sejam bem feitas é “usar manta do mágico e… blá, blá, blá…”. Mixicoge ê samu!
Yah, parece que os vugu-vugus não são só do “vugu-vugu”. Há também por aí muito “lástico flóbó” a querer matar cessa, rôla, coconzucu, viuvinha, sui-sui e até tluki-sum-deçu.
É isso aí “vugu-vugu”, pau nestes aprendizes de feiticeiro. Acredite, você não está só.
1982
10 de Maio de 2011 at 6:33
Meu caro Amigo.
Só não o respondi a mais tempo por causa dos meus afazeres profissionais e pós universitários.
Por acaso sabe qual é o maior sinal de transparência que uma sociedade com fins lucrativos como as sociedades comerciais pode dar ao mercado? Eu digo-lhe, é apresentar o seu Relatório de Contas de forma transparente e em tempo útil.
Eu o aconselho a perder mais tempo investindo em conhecimento de forma a não cair na tentação de ser manipulado e fazer a triste figura de ignorante.
Quero dize-lo que possuo experiência profissional como Gestor de Empresas e sei perfeitamente a exigência que os mercados de livre concorrência e o estado que precisa regular e realizar as devidas cobrança dos impostos fazem para que estas informações sejam disponibilizadas a tempo e a hora.
Por favor meu caro, deixa de ser faccioso e não caia na tentação de formação de quadrilhas.
Este espaço é livre e pelo que me costa foi feito para que as pessoas possam transmitir as suas ideias e contribuírem, de forma gratuita, para o enriquecimento do debate.
.
1982
10 de Maio de 2011 at 8:09
Queixam-se de dirigentes que temos e esquecem-se que com este tipo de atitude estão a contribuir para atrasar o desenvolvimento do País e ao mesmo tempo a ajudar a promover a corrupção.
Como dizia o outro: “Cada povo tem o que merece.”
Telma Trindade
4 de Maio de 2011 at 18:34
Caro Yáqueson Zacarias,
Não precisava de se exceder tanto na crítica, é claro que os mapas contabilísticos existem e foram todos entregues à Direcção dos Imposto, a ENCO tem é que publica-los conforme manda a LEI, a semelhança dos bancos e empresas mistas. A ENCO opera numa situação de monopólio, pelo que não sei qual a razão de tentarem esconder a sua performance financeira, enfim…
A CGI, Lda. é uma empresa de capitais privados, sendo que não está obrigada a publicar o relatório de contas anual.