Economia

São Tomé acolhe em março a Cimeira de Negócios da CPLP

A cimeira de negócios em São Tomé e Príncipe está marcada para os dias 16, 17 e 18 de Março próximo. O projecto que pretende atrair investimentos privados para o arquipélago, é promovido pela Confederação Empresarial da CPLP em parceria com o governo são-tomense.

A confederação Empresarial da CPLP e o governo são-tomense organizaram na última semana em Lisboa-Portugal um encontro com os investidores para a apresentação da Cimeira de Negócios em São Tomé, prevista para o mês de Março.

Nelma Fernandes(na foto), em nome da Confederação Empresarial da CPLP, declarou às entidades presentes no encontro, que o desenvolvimento do tecido empresarial da CPLP, é o principal objectivo da Confederação Empresarial.

«Para esta cimeira em concreto vamos levar instrumentos financeiros», precisou Nelma Fernandes.

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), é um dos operadores financeiros que a confederação empresarial da CPLP, vai colocar em acção na cimeira de negócios de São Tomé.

«O BAD vai estar presente para perceber quais são os projectos elegíveis para se investir, para desenvolver a economia e a condição social de São Tomé e Príncipe», assegurou a responsável da confederação empresarial da CPLP.

Para além do BAD, Nelma Fernandes acrescentou que «vamos levar um fundo sul-americano que tem uma verba para investir na agricultura, pescas e transformação alimentar….».

Com a sala cheia de empresários portugueses, a confederação empresarial da CPLP, lançou um estímulo para uma maior participação na cimeira de negócios de São Tomé. ´

«As empresas portuguesas que têm interesse em estar presente na cimeira de negócios, podemos através de uma candidatura fazer reverter 50% do investimento que possam ter para estar presente nesta cimeira…», concluiu.

Mas, investir em São Tomé e Príncipe não é um mar de rosas, e de sucesso garantido. O alerta para que os grupos privados interessados em participar na cimeira de negócios de São Tomé, tenham os pés bem assentes na terra veio do economista Alcídio Pereira(na foto).

Profissional da banca portuguesa, mais concretamente na área de crédito à empresas, o economista participou no encontro de Lisboa, como cidadão são-tomense e conhecedor da realidade económica e do mercado nacional.

Chamou a atenção do sector privado para realidades difíceis que marcam o mercado são-tomense. Pouco mais de 200 mil habitantes, num arquipélago de 1001 quilómetros quadrados. Um mercado pequeno.

«Essa realidade por outro lado proporciona-nos um potencial considerável, se termos como exemplo a região autónoma da Madeira-Portugal, que tem uma dimensão territorial ligeiramente inferior a São Tomé e Príncipe, mas como se sabe, já tem um nível de desenvolvimento que é superior a média europeia» afirmou o economista Alcídio Pereira.

A atracção do investimento privado estrangeiro, é segundo o economista a única alternativa, para São Tomé e Príncipe libertar-se da crónica dependência da ajuda financeira internacional.

«São Tomé e Príncipe esteve muito tempo, esses mais de 40 anos dependente da ajuda externa. Só que esse modelo de financiamento ao desenvolvimento está completamente esgotado», pontuou Alcídio Pereira.

O economista que diz conhecer a realidade de São Tomé e Príncipe, orientou os empresários presentes na reunião de Lisboa, a optarem pelo investimento no sector do turismo.

«Pensem preferencialmente no sector do turismo. É este sector que irá arrastar todos os outros sectores da economia como as pescas, o comércio, a indústria, serviços etc…», precisou.

Turismo é segundo o economista a alavanca para qualquer macroeconomia, como é o caso de São Tomé e Príncipe.

Os empresários que estiveram na apresentação da cimeira de negócios da CPLP marcada para Março em São Tomé, ficaram a saber que o arquipélago localizado no golfo da Guiné, tem muita mão-de-obra e jovem. António Quintas, embaixador do arquipélago em Portugal, convidou os empresários a marcarem presença no evento de Março, para in loco avaliarem as potencialidades do mercado são-tomense.

Edite Ten Jua(na foto), ministra dos negócios estrangeiros e cooperação de São Tomé e Príncipe, representou o governo no encontro com os empresários em Lisboa.

«A cimeira que vamos realizar nos dias 16,17 e 18 de Março pretende em primeiro lugar colocar São Tomé e Príncipe no roteiro pós pandemia da Covid-19, e em segundo lugar atrair empresários. Empresários que sejam audazes, arrojados, com uma mentalidade orientada para transformação dos activos naturais em economia viva», frisou a ministra dos negócios estrangeiros e cooperação.

Ten Jua descreveu a agricultura como sendo um mundo de oportunidades em São Tomé e Príncipe. Segundo a ministra é um laboratório para introdução de novas técnicas e de novas culturas.

O solo fértil «apela a uma agricultura de vertente gourmet capaz de satisfazer os mercados mais sofisticados e exigentes».

A CPLP representada pelo seu Director Geral Armindo Brito Fernandes recordou aos presentes que depois da cimeira de Malabo- Guiné Equatorial, é chegada a vez de São Tomé ser palco do encontro dos empresários e da cimeira de negócios da CPLP.

Armindo Brito Fernandes destacou a preparação da agenda estratégica para cooperação económica e empresarial da CPLP para o período 2022-2027. Uma estratégia que segundo o Director Geral, junta-se à Cimeira de Negócios e demonstra que «está em marcha um movimento de natureza diversa e com vários sectores que nos vão conduzir ao aprofundamento da cooperação económica entre os países».

A CPLP já confirmou presença na cimeira de Negócios de São Tomé em Março próximo, e prometeu dar todo apoio «que lhe for solicitado».

Tudo preparado para a cimeira de negócios da Confederação Empresarial da CPLP em Março na capital São Tomé.

Abel Veiga

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