A decisão de confiscar os 9 navios de pesca foi tomada em conselho de ministros. Segundo o governo, todas as tentativas para obrigar a empresa espanhola ASTIPESCA, a reassumir a gestão dos nove navios, não mereceram qualquer resposta. Navios que representam segundo o executam inúmeros perigos para a navegação marítima e para o ambiente marinho. Doravante são propriedade do estado são-tomense, que vai vendê-los ou envia-los para a sucata. Há 1 anos que os nove navios de pesca navegam sem rumo na zona de Fernão Dias no nordeste de São Tomé.
A empresa espanhola ASTIPESCA que operava nas águas territoriais do Gabão, atracou as embarcações em Fernão Dias sem combustível, nem alimentação para os 35 tripulantes de várias nacionalidades, nomeadamente Andaluzes, Galegos, Portugueses, e Equato-guinienses. Segundo uma nota verbal do ministério dos negócios estrangeiros e cooperação enviada as autoridades gabonesas, espanholas, e para a representação da união europeia em São Tomé, os navios terão sido abandonados por razões financeiras.
Cada barco precisava de 142 mil litros de combustível, para seguir viagem até Espanha. Eram necessários 766 mil euros. Dinheiro que a empresa ASTIPESCA, nunca disponibilizou. Abandonados e ameaçados pela fome os tripulantes conseguiram escapar para os seus países de origem. Os nove barcos ficaram a deriva constituindo segundo o governo, perigo para a navegação marítima na zona de Fernão Dias, e para a região do golfo da Guiné em caso de soltura das âncoras. Prova disso mesmo é o encalhamento de pelo menos navios.
Dois deram a costa de Fernão Dias e outros dois descansam na Praia de Micoló. Perigo ambiental também é patente. O governo considera que pode haver derramamento de combustíveis e outros produtos poluentes no mar. A situação ficou mais complicada pelo facto de a empresa detentora das embarcações, a ASTIPESCA, nunca ter respondido as solicitações do executivo no sentido dela reassumir a gestão das embarcações. Por tudo isso, em conselho de ministros o executivo decidiu confiscar todos os navios. «Conforme os casos serão removidos, vendidos, ou enviados para a sucata», diz a nota verbal do ministério dos negócios estrangeiros, enviada ao Téla Nón. Ao mesmo tempo o governo decidiu intentar processo-crime contra os titulares de direitos sobre os navios. Os nove navios abandonados têm as seguintes identificações: Ontre IV, Rosa Madre, Figuero – X, XIV, XVII, e Maposa – IX, X, XI.
Abel Veiga