Política

PCD admite que o espaçamento de 5 dias entre as eleições locais e legislativas pode gerar alguma confusão

delfim.jpgO PCD que governa São Tomé e Príncipe em parceria com o MLSTP/PSD, diz que o decreto presidencial que marca as eleições foi publicado em boa hora. Delfim Neves(na foto) secretário-geral do partido, recordou que na semana passada o PCD havia instado o Chefe de Estado a marcar as eleições, como forma de travar alguma instabilidade e indecisão que pairava no seio da população. As datas estão marcadas, o PCD agradece, mas admite que alguma confusão poderá marcar a realização dos actos eleitorais.

Para o PCD algo diferente vai ser vivido pela primeira vez na realização das eleições em São Tomé e Príncipe. «Diferente porque a lei permite que se faça duas semanas de campanha quer para uma eleição quer para outra. Mas a separação entre os dois actos eleitorais é de cerca de 7 dias. Depois há o chamado período de reflexão. O período de reflexão para a eleições autárquicas e regionais, será exactamente o dia da plena campanha para as legislativas. A partir daí começa a surgir confusão. Será que haverá um período de reflexão? O partido que não respeitar o período de reflexão será responsabilizado? Interrogou Delfim Neves.

O secretário-geral do PCD, considera que era preferível a marcação das eleições em simultâneo. «Na minha perspectiva havendo um espaço de 5 dias devia-se ter marcado as eleições em simultâneo. Porque não se justifica haver um espaço de 5 dias a separar duas eleições. No entanto marcadas estão, e vamos respeitar», reforçou.

PCD diz-se tranquilo e agradece o facto do Presidente da República ter marcado a data das eleições, porque segundo Delfim Neves, a indecisão já estava a provocar especulações e acções políticas negativas no terreno. «Não vemos qualquer inconveniência em relação as datas. No entanto tem sido prática o presidente da república ouvir os partidos políticos sobre as datas das eleições de modo a se encontrar a data consensual», pontuou.

Delfim Neves aproveitou para anunciar que o seu partido vai disputar sozinhas as eleições de Julho e Agosto. A coligação ou parceria eleitoral com o MLSTP/PSD que tem sido comentado na praça pública não existe, garantiu. «Não haverá nenhuma coligação. Contrariamente a aquilo que algumas pessoas andam a propagar no terreno de que o PCD vai coligar sobretudo com o MLSTP/PSD. Nós já decidimos a nível dos órgãos máximos do partido que para as próximas eleições o PCD concorrerá sozinho», frisou, para depois acrescentar que «Não está definido apoio ou parceria com nenhuma das forças. Depois das eleições sim, tudo estará em aberto», concluiu.

No total de 6 câmaras distritais em São Tomé, o PCD dirige 4, nomeadamente Lobata, Água Grande, Caué e Cantagalo. Fruto da vitória da coligação com o MDFM-PL nas eleições autárquicas de 2006.

O partido que conseguiu maioria absoluta nas primeiras eleições multipartidárias realizadas em 1991, perdeu o poder 2 anos depois, tendo feito uma longa travessia do deserto até 2006. Ano em que regressou ao poder em coligação com o MDFM-PL. Com fim da coligação com o MDFM-PL, o partido de Delfim Neves, aproximou-se do MLSTP/PSD seu antigo arqui-rival, tendo assegurado a governação do país, num pacto político de não agressão entre as duas forças políticas.

Abel Veiga

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