O Director Geral das Florestas, Anahory Dias(na foto em baixo), aproveitou na segunda – feira, a cerimónia de formação dos guardas florestais e dos eco-guias, nas instalações do Jardim Botânico nas montanhas do centro da ilha de São Tomé, para anunciar que as florestas da ilha de São Tomé estão ameaçadas.
Mais ainda, denunciou a falta da autoridade do Estado que mesmo com legislação nas mãos não consegue punir os autores do abate indiscriminado das árvores.
O caso fica mais complicado, quando segundo o Director Geral das Florestas, o desmatamento acelerado que se assiste até no parque nacional, designado Obô, é patrocinado por figuras nacionais detentoras de poder financeiro. «Há um investimento por fora. São pessoas que têm meios que estão a causar danos a nossa floresta. Aliciam porque vai em benefício deles. Isto acabaria se as autoridades agissem em conformidade», afirmou de forma peremptória o Director Geral das Florestas.
O negócio lucrativo de abate de árvores e de comercialização da madeira ganhou estatuto de impunidade na ilha de São Tomé, garante o Director Geral das Florestas. « Existe a lei das florestas. Muitas vezes agimos e apanhamos as pessoas em flagrante delito, e só apreendemos os equipamentos de serragem e os materiais para construção civil. Os autores são identificados. Mas em termos de punição, fica aquém. Temos aqui a procuradoria, temos os tribunais mas que ………», pontuou, Anahory Dias.
O verde que cobre a ilha de São Tomé……. está ameaçado e a impotência das autoridades da ilha de São Tomé, pode dar um grande empurrão para que o verde denso, dê lugar a mais clareiras e terra seca e movediça. Só na ilha de São Tomé…., porque na ilha do Príncipe, a protecção da natureza e a convivência harmoniosa entre o homem e a o ecossistema do Príncipe, é uma missão, um objectivo de vida e de desenvolvimento de facto sustentado, assumidos pelas autoridades da região autónoma do Príncipe e pela população local.
«Seria bom que puséssemos os pés no chão e assentássemos e cozinhássemos bem, uma rota que pudéssemos seguir de contrário a floresta vai acabar», alertou o Director Geral das Florestas.
A Direcção Geral das Florestas calcula que mensalmente na ilha de São Tomé várias centenas de árvores incluindo em zonas proibidas como o parque natural são anárquicamente abatidas, sobretudo para produção de materiais de construção civil, mas também, para produção de carvão.
A formação dos guardas florestais que iniciou segunda feira no Jardim Botânico de São Tomé em Bom Sucesso, é uma acção financiada pelo Fundo Mundial para o Ambiente, e vai durar 15 dias. Os guardas florestais serão capacitados para proteger as florestas.
Mas o Director Geral, não acredita que a formação em curso, venha a estancar o crime ambiental que ceifa a vida nas florestas, isto é das plantas e dos animais de forma directa, mas também, a vida do homem são-tomense que a muito curto prazo, começará a ranger os dentes em consequência das suas práticas ambientais criminosas. «Eu tenho a certeza que esta formação não vai corresponder a esses objectivos. Tinha que passar por um processo de formação devidamente planeado e reunir as condições que poderiam responder a essa necessidade», concluiu Anahory Dias.
Abel Veiga
Joao Carlos
14 de Novembro de 2017 at 8:43
Falta de visão dos nossos governantes;
1- Porque não pegar nos militares e pô-los a guardar os nossos principais recursos, natureza(florestas, areia, tartarugas, macacos etc…)
2- Como é que querem desenvolver o turismo, se estão precisamente a deixar extinguir o que de mais precioso temos para oferecer os turistas ? (natureza, praias, casas das roças etc)…
3- Será que valeu-nos sermos independentes ??????
Olivio cardoso
14 de Novembro de 2017 at 14:24
Em Primeiro lugar desejo força ao senhor director e os seus colaboradores, trabalhar com recursos que vem em benefício comum.
Não é facil amigo, uma coisa que nos faltam nos os santomense mudança de comportamento e atitude, enquanto a ilha irma de principe. falo como responsavel da area tecnica tambem nao esta sendo facil mas estamos sempre a batalhar, nao desanime amigo director
Púmbu
14 de Novembro de 2017 at 20:27
Este DIRETOR vai passar o Natal DESEMPREGADO!!! A nossa MÁFIA governativa ñão vai tolerar tamanha coragem deste HOMEM!!!
…PENA…
Ralph
15 de Novembro de 2017 at 6:20
Parece ser um caso indubitável de corrupção na parte do governo, deliberadamente ignorando as leis para favorecer doadores do extrangeiro. É claro que as leis existem mas o que se passa é que não são cumpridas. Porém, a resposta certa, na minha opinião é a criação e apoio de outras indústrias e mercados económicos para propulsionar a economia e retirar a necessidade pelo governo seguir ou permitir tais atividades ilícitas.
Clemilson souza
15 de Novembro de 2017 at 12:31
País dependente de ajuda externa só da nisso vão destruir o que o turista quer ver a natureza!
Toni
15 de Novembro de 2017 at 21:30
Nenhum governo consegue combater este tipo de problema quando o povo está na miséria, expliquem a quem pode ganhar 1 milhão de dobras, que não pode ganhar o triplo se abater uma árvore, esta é a realidade…
Esqueçam as formações, enquanto houver miséria!!!
Nem o Estádio tem dinheiro para prevenção e conservação da riqueza histórica e florestal de Stp.
Já neste fórum li algo “entreguem o Paiy a estrangeiro ” se calhar aos novos colonizadores “China “.
Tivemos tudo, e tudo estamos a perder.
Um bem ajam para todos os nossos dirigentes desde a independência, vai fazer 42 anos, nem com idade adulta se aprende…
Vergonha
Fui
Martelo da Justiça
16 de Novembro de 2017 at 20:25
É lamentável o que se está a passar em São Tomé e Príncipe. O Governo não uge nem buge, A oposição nem uma palavra!! Muito estranho mesmo. Cada dia que passa perco esperança neste Pais.
Fernando Simão
16 de Novembro de 2017 at 21:06
É uma vergonha! Mas o silêncio daqueles que podem fazer alguma coisa e não fazem é o que mais me preocupa.
Vamos estar atentos na sorte deste Diretor que teve a coragem de denunciar esse crime ambiental.