Sociedade

Bird Life constrói postos para proteger as florestas e combater roubo na roça

A Bird Life Internacional, assinou com o governo santomense, um acordo que pretende combater a onda de roubo que está a destruir o trabalho das famílias de agricultores, tanto na produção de produtos de exportação como na de produtos alimentares. O agricultor é tendencialmente criador de animais, que também são alvos preferenciais dos ladrões.

Ao mesmo tempo, o roubo e abate de árvores para produção de materiais para construção civil, está a provocar graves problemas ambientais em São Tomé e Príncipe.

Relatos de agricultores denunciam que no interior do país, vários cursos de água secaram, a chuva diminuiu mesmo nas regiões montanhosas, várias espécies de pássaros antes abundantes na floresta tornaram-se raros, e pragas estão a aumentar nas áreas de cultivo.

Roubo desenfreado e agressão contra a natureza, que agora vão ser fiscalizados de perto, pelas autoridades santomenses. Com financiamento da União Europeia, a Bird LIfe Internacional, vai construir 5 postos de vigilância nas zonas estratégicas da ilha de São Tomé.

Os 5 postos de vigilância, vão custar cerca de 48 mil euros. Vão funcionar como destacamentos para as forças policiais, ou para guardas de mato, que terão a missão de fiscalizar todo o transporte de mercadorias que sai da roça, em direcção as vilas e cidades distritais, assim como os carregamentos que seguem para o mercado da cidade capital, São Tomé.

«Juntos teremos a missão de definir o modelo de gestão desse esforço de controlo permanente, adequado a realidade local e que assegura a sustentabilidade da acção de vigilância», referiu o representante da Bird Life, na cerimónia de assinatura do acordo.

O ministro da agricultura, pescas e desenvolvimento rural  Francisco Ramos, usou da palavra para definir os postos de vigilância como um incentivo para o aumento da produção e da produtividade no meio rural.

«É algo muito importante instalar 5 postos de controlo,…. em que estaremos a dar coragem à aqueles que trabalham na agricultura. Estaremos a dar coragem à aqueles que criam animais. Estaremos a coragem para garantia da nossa floresta,…», frisou o ministro.

O Ministério da Agricultura acredita que os postos de vigilância vão contribuir para a redução do roubo nas parcelas de terras agrícolas, assim como permitirá o controlo do abate de árvores nas florestas.

A Direcção da Floresta e Biodiversidade, estima em centenas o número de árvores que são abatidas diariamente em São Tomé e Príncipe.

A polícia nacional, está envolvida no projecto de postos de vigilância. «Abraçamos muito esta causa tendo em conta a vontade do Ministério da Agricultura em minimizar a situação de abate ilegal das árvores, e o fruto nas parcelas agrícolas. Situação que põe em casa o rendimento das famílias que se dedicam a agricultura», garantiu o chefe da polícia nacional do distrito de Lobata.

Note-se que recentemente, a Polícia Nacional criou uma unidade vocacionada para protecção do ambiente e biodiversidade.

Abel Veiga

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