Política

Sociedade Civil pede maior aposta do Governo nas questões do género

A sociedade civil de São Tomé e Príncipe participou na 5ª conferência das Nações Unidas sobre os países menos avançados que decorreu no Qatar.

Gorete Sousa, da Associação das Mulheres Juristas, representou a sociedade civil são-tomense nos diversos painéis de debate, sobre as novas tecnologias, a problemática das mudanças climáticas, e sobre a igualdade do género. «Mas o nosso foco é a igualdade de género», destacou Gorete Sousa.

A jurista são-tomense que foi convida pelas Nações Unidas, para participar na 5ª conferência sobre os países menos desenvolvidos, disse ao Téla Nón que os debates entre as diversas organizações da sociedade civil africanas, permitiram forjar parcerias para acções futuras.

«Tivemos trocas de experiências com outras congéneres africanas na perspectiva de criar parceiras,  planos comuns, para que haja uma maior concertação a nível de igualdade de género», afirmou.

As novas tecnologias dominaram os fóruns de debate. « A questão do género nesta vertente tecnológica é muito interessante», acrescentou.

Gorete Sousa ladeada pelos representantes da juventude de São Tomé e Príncipe

A sociedade civil africana definiu estratégia de acção para promover a igualdade de género nos países menos avançados.

«Vamos trabalhar nas estratégias, para que haja a nível local, e tendo em conta a cultura e estratégia de cada país desenvolver estas temáticas todas, as mudanças climáticas, o género, os conflitos regionais, o uso das redes sociais, e outras», detalhou Gorete Sousa.

A igualdade de género é o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável número 5. A sociedade civil dos 33 países africanos menos desenvolvidos considera que não há grande aposta dos governos na implementação deste objectivo de desenvolvimento definido pelas Nações Unidas, e com meta em 2030.

«Constatamos que existe pouca aposta a nível governamental, não há uma preocupação tão grande, e pouca vontade política», pontuou Gorete Sousa.

Durante os painéis de debate a representante de São Tomé e Príncipe, informou aos parceiros africanos e às Nações Unidas sobre a criação pela primeira vez no arquipélago de um ministério que se dedica a causa do equilíbrio do género.

«Propus que a partir deste ministério se possa conseguir financiamentos para que a política do género  seja uma realidade mais concreta em São Tomé e Príncipe, e que não seja uma coisa apenas que se ouve falar. O meu contributo foi nesse sentido, de apelar a maior parceria e o maior financiamento nessa vertente», concluiu.

Gorete Sousa espera que através das outras ONGs, e dos parceiros internacionais, São Tomé e Príncipe seja pressionado a implementar novas políticas que atendam as necessidades da igualdade do género.

Abel Veiga

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