Liberal, é o nome da Fragata da marinha do Brasil que começou a operar nas águas territoriais de São Tomé e Príncipe no dia 26 de agosto. Exactamente na véspera da conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu em São Tomé.
«A presença da fragata é uma coincidência oportuna e representa a solidez da parceria entre São Tomé e Príncipe com o Brasil, e os parceiros africanos», afirmou o embaixador Pedro Luiz Dalcero.
Convidado para visitar a fragata Liberal, o Téla Nón constatou que São Tomé e Príncipe foi a primeira escala do navio depois de ter rasgado o oceano atlântico em direcção ao continente africano.
Guinex III, é o nome da operação naval que foi lançada pela marinha do Brasil no ano 2021. Brasil considera que o golfo da Guiné tem enorme importância estratégica. O atlântico sul liga directamente Brasil ao golfo africano da Guiné.
«Algumas rotas comerciais que abastecem o Brasil passam por esta região. A nossa missão é de contribuir para diminuir os crimes no mar tanto no golfo da Guiné como a nível mundial», explicou o contra almirante André Félix.
O contra almirante comanda a fragata que realizou exercícios conjuntos com a guarda costeira de São Tomé e Príncipe. Treinos nos domínios de primeiros socorros, tratamento de avarias das máquinas, combate a poluição, inspecção dos navios que circulam nas águas são-tomenses e também foram realizadas manobras tacticas de combate a criminalidade no mar.
Com a missão de promover a interoperacionalidade das forças navais dos países do golfo da Guiné, a operação Guinex III, pretende estabilizar o ambiente marítimo no Golfo da Guiné.
Depois de São Tomé, a fragata seguiu para os Camarões. Costa do Marfim, Nigéria, Senegal e Cabo Verde estão na lista da operação Guinex, com a presença da fragata Liberal durante 2 meses e meio nas águas do Golfo da Guiné.
O navio de guerra tem um helicóptero a bordo, e uma equipa de forças especiais, ou seja, fuzileiros navais e mergulhadores.
Atracada ao largo da ilha de São Tomé desde o dia 26 de agosto, a fragata Liberal acompanhou também a chegada do Presidente Lula da Silva e de outros países à São Tomé para participar na Cimeira da CPLP. Mais uma demonstração do regresso do Brasil à África.
«O presidente Lula é o líder político brasileiro que mais visitou a África. O nosso comércio com a África cresceu exponencialmente», revelou o embaixador do Brasil em São Tomé e Príncipe, Pedro Luiz Dalcero.
Lula da Silva participou na Cimeira da CPLP de São Tomé, depois de ter visitado Angola. Antes ainda tinha estado presente na Cimeira dos BRICS que decorreu na África do Sul. Uma nova organização política, económica e financeira, que une os países do chamado Sul Global. Brasil enalteceu a entrada de dois Estados africanos no grupo dos BRICS nomeadamente a Etiópia e o Egipto.
«O mundo multipolar é uma grande vantagem. Dá poder a aqueles que são aparentemente mais frágeis», frisou o embaixador do Brasil.
No quadro da operação Guinex III, a fragata Liberal da marinha de guerra do Brasil trouxe para São Tomé e Príncipe mais de 10 toneladas de carga diversa. Trata-se de donativos feitos pela marinha e pelas igrejas e outras instituições sociais do Brasil para as suas congéneres são-tomenses.
Abel Veiga