A população teve de sair a rua, cortar e pôr fogo na estrada que liga a cidade capital à vila da Madalena e Desejada, para o governo retomar as obras de reabilitação.
As obras de reabilitação dos 12 quilómetros de estrada foram lançadas em Agosto de 2022, véspera das eleições legislativas marcadas para Setembro. Lançadas pelo anterior governo do MLSTP, a empresa contratada para executar a obra removeu o asfalto degradado, e não avançou com os trabalhos por falta de financiamento.
Helder Paquete, director do Instituto Nacional de Estradas explicou que a «empresa construtora só recebeu 15% dos 30% que tinha direito como valor para execução da obra».
Mais de 1 ano a circular no meio de pedregulho a população ficou cansada. A estação da chuva se avizinha e a situação pode ficar muito mais complicada.
Punga Mendes, um dos populares que liderou a manifestação, disse que recentemente «o autocarro escolar quase capotava com as crianças. A estrada não está boa. Se uma criança partir a perna quem vai responsabilizar?», interrogou.
O homem que durante o protesto popular liderou também o grupo que tocou “Djambi” na estrada de Bôbô Fôrro, avisou que «o país não está bom e queremos que as coisas mudem».
Kelmei Pereira outro popular recordou que a população de Bôbô Forro e de outras localidades que fazem parte das freguesias da Madalena e da Trindade acabam por ser castigadas mesmo depois da morte.
«Actualmente só temos um cemitério que é o de Madalena. O cemitério da cidade da Trindade está fechado. Se alguém morre aqui, para levar para o cemitério da Madalena é um trabalho, porque a estrada não está boa», frisou Kelmei Pereira.
Avaliada em cerca de 3 milhões de euros, a obra de reabilitação da estrada foi retomada no mesmo dia do protesto popular, 2 de Outubro.
Helder Paquete o director do Instituto nacional de estradas, que esteve em Bôbô Fôrro numa comitiva que integrou o ministro das infraestruturas Adelino, garantiu a imprensa que o financiamento apareceu que as obras tinham sido retomadas.
Os 12 quilómetros de estrada ligam cidade capital, a várias localidades dos distritos de Mé-Zochi e Lobatas, nomeadamente as vilas da Madalena e de Desejada.
Abel Veiga
Fernando Simão
12 de Outubro de 2023 at 14:16
A população saiu a rua e fez muito bem porque este governo é constituído por malfeitores,mentirosos e maldosos.
Que haja mais situações dessas e que o povo comece a ter conciência que está a ser enganado por indivíduos que estão no poder apenas para resolver os seus problemas e nada mais. Não é isso que São Tomé e Príncipe precisa.