Aurobindo Xavier
Presidente da Sociedade Lusófona de Goa, Índia
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Reunir dois conƟnentes em São Tomé e Príncipe? perguntarão os leitores. Eu diria que sim. Olhem para as minúsculas ilhas de Vanuatu ou de Solomão ou para a Ilha de Papua Nova Guiné, todos estados independentes, onde a América (EUA) e a Ásia (China) estão a disputar as benesses desses estados.
O que é que essas ilhas do Pacífico tem de comum para captarem a atenção e o interesse das grandes potências? É a sua posição geográfica no Oceano Pacífico. E será que São Tomé e Príncipe mesmo sendo um minúsculo estado insular, não tem uma posição geográfica relevante no Golfo de Guiné, no Oceano AtlânƟco? Eu acho que sim. E está a aproveitar ao máximo essa sua localização privilegiada frente às grandes potências e insƟtuições controladas por elas?
Acho que pouco em face de novas alterações geopolíticas. Vamos então analisar resumidamente essa situação. O Golfo da Guiné, um polo de atração O Golfo da Guiné uma vasta região que se estende do Senegal a Angola incluíndo São Tomé e Príncipe, é uma importante zona maríƟma para o transporte de petróleo e gás, bem como para mercadorias de e para a África Central e Austral. Todos os dias, há cerca de 1.500 navios de pesca, petroleiros e navios de carga navegando nas águas do Golfo.
Mas são águas perigosas, cheias de piratas. Em 2020, de acordo com o Bureau Marítimo Internacional., o Golfo da Guiné registou 84 ataques a navios, com 135 tripulantes sequestrados. A região é agora responsável por cerca de 95% de todos os sequestros. Talvez por isso mesmo a posição geográfica de São Tomé e Príncipe é de suma importância para a geoestratégia das grandes potências como os Estados Unidos, a China ou a Rússia, cada um delas pretendendo alargar a sua zona de influência e simultaneamente combater a concorrência.
Os interesses das potências emergentes por São Tomé e Príncipe
Desde a luta pela sua independência São Tomé e Príncipe manteve sempre um bom relacionamento com a Rússia. Na 2ª Conferência Parlamentar Internacional “Rússia-África” realizada em Moscou em março de 2023, o presidente da Duma (Parlamento Russo) Vyacheslav Volodin reuniu-se com a Presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe Celmira Lourenço e salientou que as relações entre a Rússia e São Tomé e Príncipe “estão apenas no início do desenvolvimento”.
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