Raoul Hedebouw, deputado do parlamento da belga e Presidente do partido PTB, interpelou a ministra dos negócios estrangeiros da Bélgica sobre a situação dramática que vive o povo da República Democrática do Congo.
O maior país da África subsaariana, foi colónia da Bélgica. A RDC é considerada como o país mais rico de África em termos de recursos naturais.
Nos últimos dias Goma, a capital da província de Kivu no leste da República Democrática do Congo, foi invadida pelos rebeldes do M23, com apoio das forças armadas do Ruanda. Goma e as regiões da província do Kivu são o berço de grande parte dos minerais raros.
O deputado Belga Raoul Hedebouw, perguntou à ministra dos negócios estrangeiros porquê que a Bélgica se mantém em silêncio, quando a guerra e a invasão do território da RDC já provocou mais de 5 milhões de mortes, e 1 milhão de refugiados na cidade invadida de Goma.
«Mas quando a Rússia invadiu a Ucrânia a condenação foi imediata, seguiram-se sanções, e envio de armamentos para a Ucrânia….A vida de um congolês não vale como a vida de um ucraciano?», interrogou o deputado.
«Porquê dois pesos e duas medidas?», prosseguiu Raoul Hedebouw.
O deputado disse que entende a razão do silêncio da Bélgica, dos Estados Unidos da América e de outros parceiros europeus.
«A União Europeia assinou(ontem) recentemente um acordo com o Ruanda sobre a gestão sustentável de matérias primas, como o cobalto, o cobre, o diamante, entre outros. É por isso que a Bélgica não intervém, é por causa do business, do dinheiro» , denunciou o deputado belga.
O deputado afirmou também que trabalhou durante algum tempo em Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo.
«Não é do Ruanda que vem os diamantes, o cobalto etc. Tudo vem do leste do Congo», pontuou.
No púlpito do parlamento da Bélgica, o Presidente do partido PTB, recordou do diálogo que teve com as populações do Congo. «O povo congolês diz e é verdade que as potências ocidentais não pensam na nossa felicidade, mas apenas na exploração dos nossos recursos naturais».
O deputado apelou ao povo da RDC a inspirar-se nos ideais pan-africanistas lançados por Patrice Lumumba, Kwame Kruma e Thomas Sankhara. Ideais, em que o povo africano foi aconselhado «a guiar o seu destino pelas suas próprias mãos, e nunca contar com os governos ocidentais para os apoiar ,mas sim,. que contem com o povo europeu que está ao vosso lado, no combate para a independência e a democracia», concluiu Raoul Hedebouw, deputado do parlamento da Bélgica.
As declarações em língua francesa estão disponíveis no Téla Nón ;
