A ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades sublinhou a importância de uma colaboração firme entre o Estado e a justiça. A declaração de Ilza Amado Vaz surge na sequência da investigação em curso, que visa esclarecer um alegado esquema de desvio de avultadas somas de dinheiro público.
No âmbito da operação SAFE (Sistema de Administração Financeira do Estado), foram realizadas buscas e apreensões durante dois dias consecutivos no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades.
O segundo dia da operação coincidiu com uma reunião entre o governo e os cônsules de São Tomé e Príncipe espalhados pelo mundo. Segundo Ilza Amado Vaz, chefe da diplomacia santomense, a presença policial e a intensa movimentação no edifício não afetaram o desenrolar do encontro.
A ministra, que já liderou o Ministério da Justiça por duas vezes, sublinhou que é fundamental o apoio do governo ao trabalho das autoridades judiciais.
“Este é um processo judicial que, de acordo com as regras, não exige comunicação prévia. As apreensões estão em andamento, e presume-se que haja elementos suficientes para justificá-las. Trata-se de um procedimento judicial, e nossa responsabilidade é colaborar plenamente. As buscas podem durar dois ou mais dias, dependendo dos elementos encontrados ou das informações necessárias. O Estado e o governo devem cooperar integralmente, e é isso que estamos fazendo ao colocar-nos à disposição das autoridades”, afirmou Ilza Amado Vaz.
A investigação, conduzida pelo Ministério Público com o apoio da Polícia Judiciária e da Polícia Nacional, tem como objetivo desmantelar uma rede fraudulenta suspeita de desviar fundos públicos.
Até ao momento, um funcionário da Direção do Tesouro Nacional foi detido, e uma grande quantidade de documentação foi apreendida em várias áreas administrativas e financeiras de diferentes ministérios. Esses documentos encontram-se agora sob análise de uma equipa forense especializada.
José Bouças