Sociedade

72% de famílias são-tomenses em situação de emergência alimentar

Um estusanta-catxina.jpgdo realizado pela representação do programa alimentar mundial em São Tomé, indica que nos últimos 12 meses a maioria das famílias são-tomenses enfrentaram situações de emergência, tendo que reduzir o número de refeições diárias. O inquérito que abrangeu 175 comunidades rurais de São Tomé e Príncipe, prova que a insegurança alimentar é uma realidade e afecta 36 mil pessoas.

O inquérito que foi realizado em Setembro do ano 2007, pretendia esclarecer o problema da vulnerabilidade e da insegurança alimentar das famílias são-tomenses, sobretudo no meio rural. 1414 famílias foram inquiridas em todo o país. Os resultados provam que a insegurança alimentar é uma realidade num país que chove durante todo o ano, detentor de terra fértil onde toda a semente nela lançada dá frutos.

Segundo o relatório do inquérito, 72% das famílias declararam ter enfrentado uma situação de emergência nos últimos 12 meses. Para sobreviver a insegurança alimentar, as famílias tiveram que reduzir o número de refeições diárias, diminuir a quantidade de alimentos, e noutros casos os adultos tiveram que comer menos para evitar que as crianças passassem fome.

Em todo o arquipélago, 36 mil pessoas estão em situação de insegurança alimentar, alerta o relatório da representante do PAM. A situação é mais complicada nos distritos de Mé Zochi e Caué em São Tomé e na Região Autónoma do Príncipe, acrescenta o documento.

Segundo ainda o estudo, a posse de gado afigura-se no seio das famílias do meio rural como um factor importante para o alívio da insegurança alimentar. De acordo a investigação feita no terreno as famílias detentoras de maior número de cabeças de gado, acabam por ser as mais bem alimentadas.

As contas feitas no terreno, mostram que as famílias que têm um rendimento médio anual de aproximadamente são as que têm um consumo alimentar pobre. Os que têm um consumo alimentar aceitável auferem um rendimento médio anual superior a 9 milhões de dobras (1 euro equivale a 19 mil dobras). Aos insumos agrícolas e ao crédito para aumentar a sua capacidade de produção, bem como a promoção de técnicas culturais que conservem a fertilidade dos solos.

O combate ao isolamento das comunidades é outra necessidade, através do melhoramento da rede rodoviária no interior do país.

O inquérito permitem ao governo e as ONGS, compreenderem melhor a vulnerabilidade e o fenómeno da insegurança alimentar no seio das famílias são-tomenses no meio rural.

Abel Veiga

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