Lugar histórico da ilha de São Tomé. Foi em Ananbó onde pela primeira vez os descobridores portugueses pisaram o solo são-tomense em 1470. Um património histórico no entanto abandonado. O matagal já engoliu Ananbó, para tristeza de muitos são-tomenses. Um país que está a perder referências e patrimónios que conservam a sua histórica e que consequentemente sustentam a nação.
As caravelas portuguesas, acharam São Tomé em 1470. Aproximaram-se da ilha e só em Agoa Ambó, como era chamado no passado, encontraram lugar para desembarcar e descobrir a ilha maravilhosa. Um lugar histórico onde os navegadores portugueses construíram o primeiro aquartelamento em 1470.
Um pedaço de terra que representa o início da colonização da ilha, o começo da construção da sociedade são-tomense, actualmente abandonado. Nos primeiros anos do século XXI, um empresário explorava no local um bar que aos fins-de-semana recebia visitas de muitos são-tomenses e turistas.
Muitos procuravam a frescura proporcionada pela brisa marítima de Ananbó para retemperar o espírito. Existiam mesas e assentos construídos ainda na era colonial exactamente para proporcionar a confraternização dos são-tomenses e estrangeiros, no pedaço de terra onde começou a construção da sociedade são-tomense.
Mas o país teima em não dar importância as suas referências históricas e culturais. A semelhança de outros marcos que simbolizam a história e a cultura são-tomenses, Ananbó foi abandonada. O matagal tomou conta do espaço. Os assentos e mesas foram destruídos. O pequeno restaurante construído ruiu. Só o marco dos descobrimentos erguido pelos colonizadores no centro de Ananbó, ainda resiste ao desprezo a que o local foi votado nos últimos anos.
No entanto a Direcção Geral do Turismo, diz que conta com Ananbó. O lugar deverá ser transformado numa referência para o turismo no norte de São Tomé. «Na nossa perspectiva pensamos que poder-se-ia introduzir aí outros elementos sobretudo a nível histórico. Tendo sido o lugar onde os portugueses desembarcaram. Poder-se-ia criar um pólo que espelha-se exactamente o evoluir das duas culturas desde 1470 até agora, ou então, mostras daquilo que foi a interacção das duas culturas», afirmou o Director do Turismo Gaudêncio Costa.
Gaudêncio Costa, confirmou para o Téla Nón, que o que se projecta para Ananbó, é a criação de uma espécie de museu, um centro que reflecte o início da civilização em São Tomé. Um espaço de memórias que coabita com unidades de lazer. Promoção do turismo cultural, é o que se desenha para Ananbó. « Ananbó pertence a zona norte de São Tomé, que é a zona que está mencionada no plano director do turismo, e também numa mesa redonda realizada no país chegou-se a conclusão que é a zona norte a que tem melhores potenciais para o desenvolvimento do turismo. Por isso está nos nossos planos contar com Ananbó para projectos concretos de turismo naquela região», reforçou o Director do Turismo. .
Mas para já quem está a desfrutar do espaço, é o matagal. A terra onde pela primeira vez os navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar, pisaram o solo São-tomense em 1470, está coberto de capim e de folhas dos carroceiros que antes davam sombra e frescura aos que visitantes.
A direcção do turismo, considera a preservação do património histórico e cultural de São Tomé e Príncipe como uma das prioridades, para o desenvolvimento do turismo.
Abel Veiga