Todos os anos vários pescadores desaparecem nas águas territoriais de São Tomé e Príncipe. Por sorte as águas do golfo da Guiné conduzem alguns para as praias dos países vizinhos. O país nunca teve um centro de busca e salvamento. Uma delegação da organização marítima internacional e do ministério dos transportes da Nigéria, veio sensibilizar o governo no sentido de dar passos firmes para realização deste projecto.
Para além dos pescadores que desaparecem, principalmente os da ilha do Príncipe, deixando famílias a sua sorte, o país já assistiu a naufrágios de vários navios há poucas milhas da praia e não teve capacidade de reacção.
O caso mais impressionante ocorreu em finais de Julho, quando a embarcação cabo-verdiana Micau carregada com 700 toneladas de arroz ofertado pelo Japão para o povo são-tomense, naufragou na zona do ilhéu das cabras, portanto a vista de toda gente. O país não conseguiu reagir para socorrer o navio que estava a deriva há mais de 5 dias. O mesmo aconteceu com outras embarcações, e são muitas.
Sem capacidade de busca e salvamento, São Tomé e Príncipe, está no centro das preocupações da organização marítima internacional e do governo nigeriano, que enviou uma delegação do ministério dos transportes para ajudar a organização internacional, na sensibilização do estado são-tomense sobre a necessidade de se criar um centro de busca e salvamento no arquipélago, ou então estar em sintonia com o centro de busca e salvamento operacional na vizinha Nigéria. «Sendo São Tomé e Príncipe um país insular deve estar preparado para as questões que dizem respeito a busca e salvamento, não só busca e salvamento mas tudo o que diz respeito a segurança marítima», afirmou Alda Bandeira, directora do gabinete governamental que lida com as questões marítimas.
A delegação estrangeira encontrou-se com o ministro das finanças e da cooperação internacional Américo Ramos.
O Téla Nón promete dar mais pormenores sobre a missão de sensibilização que veio a São Tomé para convencer as autoridades nacionais sobre a importância urgente de o país insular ter um centro de busca e salvamento.
Abel Veiga
Franz K
2 de Setembro de 2010 at 8:50
Falando nesta matéria, devemos dar graças a Deus, por não ter acontecido mais uma tragédia do género no fim de semana passado.
Que o digam os viajantes do navio que fizeram o trajecto Príncipe-ST neste dia…
moreno
2 de Setembro de 2010 at 11:19
seria muito bom para o pais concretizar isto.termos uma marinha bem apetrechada com lanchas rapidas, helicopeteros e sobretudos homens com formacao neste dominio.mas essas coisas teem o seu preco, talvez com uma parceria seria , credivel consigamos materializar essa questao. mas seria muito benefico para STP.Um bem haja
Celsio Junqueira
2 de Setembro de 2010 at 13:32
Caro Moreno,
O “preço” seria o investimento inicial, mas enviaria um sinal de confiança e de segurança aos inumeros projectos turisticos, do sector da pesca e de trasnportes maritimos.
E cobrando uma taxa simbolica de 1 a 5 % sobre as vendas destes sectores conseguia-se viabilizar o financiamento desta entidade.
Temos que ter imaginação e engenharia mental para contornar os problemas.
Não podemos assistir impavidamente ao que por exemplo aconteceu ao navio “Micau”.
Precisa-se de soluções para os problemas e garantias para que a economia funcione.
O Estado tem o seu papel e não pode descurar e nem esconder com a bandeira de falta de dinheiro e ou financiamento.
Abraço,
FC
2 de Setembro de 2010 at 16:16
Caro Celsio,
Com todo o respeito que as suas palavras me merecem, mas saberá dizer-me quanto custa manter uma marinha bem apetrechada, como diz o moreno?
Sabe o que é manter um helicóptero?
Mesmo as parcerias custam caro. Vamos devagar.
A falta de dinheiro é real, não é apenas um “bicho papão” que se inventou para justificar a má gestão dos últimos tempos, se bem que a má gestão também exista.
Claro que uma vida humana não tem preço, mas são riscos que por enquanto estamos sujeitos.
E há muitas outras prioridades no país, do que estar a pensar numa marinha bem apetrechada, sinceramente…
Celsio Junqueira
3 de Setembro de 2010 at 9:57
Meu Caro FC,
A sua abordagem é interessante e as perguntas são oportunas.
Mas digo-lhe obviamente que não sei os numeros exactos (e nem sei se deveria saber). Um centro de busca e salvamento é para o mar, o mesmo que os bombeiros em terra, portanto, independente dos custos (que não sei quais são) é uma obrigatoriedade ter.
O nosso problema em STP continua a ser as prioridades, vejamos o porquê:
– Preferimos apostar num porto de aguas profundas em detrimento de unidades hospitalares de topo de gama (pelo preço do projecto porto aguas profundas teriamos o melhor senão um dos melhores hospitais de Africa).
– Gastamos dinheiro numa Docas de Pesca e nem tinhamos o problema energético resolvido.
– A nova Central Electrica foi construida com um financiamento que o actual PR FM queria que fosse para um Centro de Congresso Internacional.
Meu caro amigo, prioridades são e serão sempre em primeiro lugar para salvar vidas humanas e garantir a existência delas de uma forma saúdavel. A mão-de-obra tem de estar protegida para poder trabalhar a 100%.
Infelizmente começamos a construção de STP pelo “tecto” e o resultado está a vista.
Abraço,
Franz K
3 de Setembro de 2010 at 13:15
Muito bem dito, estou a gostar de trocar estas impressões consigo. Mas isto tudo nós sabemos. Sabemos o que é certo e o que é errado.
Mas cinja-se apenas nas perguntas que lhe fiz. Uma coisa é algum parceiro nos oferecer um bem, outra é manter este bem com as condições que temos.
Sabia que nem bombeiros temos em condições? Onde está a segurança das pessoas e dos seus bens em terra? Quanto mais no mar?
As suas ideias são válidas, mas é preciso concretiza-las.
É aí que reside todo o nosso drama, na concretização. Passamos muito tempo a falar de coisas que já sabemos como devem ser.
Mas existem particularidades, que se calhar é necessário vivê-las para se ter uma ideia mais definitiva da coisa e, pois claro falarmos delas, com mais rigor.
Eu acho que o meu caro amigo tem potencial para perceber onde quero chegar.
Espera para ver o orçamento geral do estado, e verá que todas estas ideias, na sua maioria, servem para encher as gavetas e prateleiras da sua biblioteca, não que não sejam boas, mas porque de momento não são concretizáveis, por um ou outro motivo.
Ou então ficarem a espera de um doador que entre nos nossos sonhos e os compreendam.
Compreenda a minha frustração, todos os dias me debato com estes problemas, meu caro, por isso tenho que ficar quase sempre no meio termo ou no nada.
Celsio Junqueira
5 de Setembro de 2010 at 12:14
Meu Caro,
Concordando em absoluto com o que escreveu e só discordo de si no ponto em que resume que o cidadão tem que saber quanto custa um serviço para poder pedi-lo.
O cidadão não é o politico, e os politicos foram para lá supostamente para resolver os problemas do povo.
Estará de acordo comigo que o OGE terá muitos gastos superfluos e que se o pais for mais austero consegue ter bombeiros e centro de busca e salvamento nem que seja equipado com material básico.
Mas se quiser discutir numeros e propostas a serem apresentadas para solucionar esse problema, terei o maior prazer. Envia-me um email e preparamos os dois uma proposta adequada e com engenharia financeira adequada para que seja sustentavel e suportavel no OGE.
Um Grande Abraço e bom FDS,
Celsio Junqueira
3 de Setembro de 2010 at 10:03
INEM está a avaliar custo-benefício dos helicópteros com vista a “gestão adequada”
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assegurou hoje que a relação custo-benefício do serviço de helitransporte é “avaliada a todo o tempo” com vista a “uma gestão adequada” dos recursos.
Abílio Gomes comentou, desta forma, a notícia divulgada hoje pela Agência Lusa de que cada hora de voo assegurada pelos três helicópteros ao serviço do INEM em Macedo de Cavaleiros, Santa Comba Dão e Loulé custou, no último trimestre, mais de 5600 euros ao Ministério da Saúde
Segundo fonte da empresa que aluga estes meios, a Helisul, a fatura apresentada ao Ministério da Saúde pelo serviço prestado em abril, maio e junho foi de 1,3 milhões de euros.
Para o presidente do INEM, “a gestão adequada dos meios obriga a que a sua relação de custo-benefício tenha que ser avaliada a todo o tempo”.
Esta avaliação permitirá “fazer uma gestão adequada e consciente dos recursos disponíveis para prosseguir os fins do INEM”, adiantou.
O INEM não faz, para já, um balanço sobre o serviço de helitransporte em Portugal, “uma vez que os três novos helicópteros iniciaram a sua actividade a 01 de abril” e “é ainda muito cedo para tirar conclusões e levar a cabo medidas”.
Estes três helicópteros foram prometidos em 2007 pelo então ministro da Saúde, Correia de Campos, como contrapartida para o fecho de serviços de atendimento permanente nos centros de saúde e urgências hospitalares.
Além destes três meios aéreos, o INEM tem dois helicópteros, em Lisboa e Porto, de maior dimensão.
(Lusa)
Digno de Respeito
3 de Setembro de 2010 at 3:06
Certo que um “destacamento” de protecção civil tem um preço alto que até pode fugir a nossa realidade finaceira (não suportável no OGE). Mas, se pensarmos a insolaridade do País, as alterações climatéricas constantes e global e o posicionamento geográfico em relação a fragilidade humana, logo puriamos a pensar num projecto ambicioso. Pois, nunca sabemos qual será o nosso destino.
Recuando um pouco no tempo, lembro-me a queda da aeronave que fez desaparecer fisicamente o nosso Osvaldo (que tanto lutou pra conquistar uma formação) entre outras vidas acidentadas. Isto, é a penas para referir a importância de pelo menos um helicópetero no País, nem que houvesse uma parceria entre os nosso vizinhos e com a participação de quadros nacionais.
Entendo que nunca é demais termos uma equipa de Protecção Civil no País dotado de meios técnicos (ainda que sejam básicos) para qualquer situação emergente. Seria uma forma estratégica de estarmos minimamente preparados para cobrir os 1ºs socorros nesse domínio até que os melhores meios possam surgir com apetrechos tecnológicamente mais avançados. Nunca é demais por exemplo fazer um teste de simolácro de forma a sensibilizar a população. Isto, considero de precaver o amanhã. Estaria a ser ambecioso?!
kimposso
4 de Setembro de 2010 at 17:36
Enfim, eh na realidade uma boa iniciativa, aguardemos pelo desfecho.
Precisamos de uma policia maretima, ai sim, depois da marinha adjudicava-se outros componentes.Ou entendendo mal ou esta materia eh do ambito da Defesa Nacional….
Jeka
5 de Setembro de 2010 at 8:50
Todos os artigos, comentarios e opinioes aqui expressos devem reflectir o lado mais tolerante do nosso ser. Aceitemos as opinioes de uns e outros, desde que apresentadas com respeito, urbanidade e civilizadamente. Devemo-nos sentir livres, mas responsaveis, quando fazemos os nossos comentarios e nao se esquecam que nem sempre foi possivel exercer esse direito. Se hoje e possivel foi uma conquista da democracia. A democracia deve ser preservada e para isso temos que interiorizar alguns principios basicos, tais como, o respeito pela opiniao contraria, a humildade, a justica, a honestidade, etc..
A liberdade e a democracia sao como o amor. Exigem atencao, dedicacao e respeito mutuo.
Bem haja.
Jeka.
Barão de Água-Ize
23 de Setembro de 2012 at 7:04
Com nulos meios económicos nada poderá ser feito. Por que n ão ter mentalidade arrrojda e extinguir Exército, Marinha, Força aérea (?), Bombeiros e Policia e criar uma nova instituição civil, polivalente, que abarcasse todas as responsabilidades e actividades que aquelas entidades dizem prover? Poupança brutal e mais eficácia.
STP necessita de ter entidades militarizadas ? Veja-se o caso da Suiça!!