Sociedade

Trabalhos de requalificação da Lixeira de Penha em fase de preparação

No único vazadouro do género no País – a Lixeira de Penha – está em curso uma intervenção de requalificação que, apesar de não eliminar a totalidade dos problemas existentes, permitirá uma efetiva inversão da situação de ameaça à saúde pública.

Na semana passada foi testada a pesagem de resíduos à entrada da Lixeira de Penha. Apesar de incompleta, o ensaio permitiu confirmar as estimativas existentes no que respeita às descargas realizadas no único espaço atualmente disponível para a deposição final de resíduos. Com pouco mais de um hectare, a Lixeira de Penha recebe os resíduos provenientes do distrito de Água Grande e Mé-Zochi, estimados em cerca de 5000 toneladas por ano, numa média de cerca de 30 descargas diárias.

A melhoria da recolha de resíduos tem vindo a evidenciar os problemas relacionados com a ausência de uma deposição final apropriada. Com efeito, nos últimos anos tem-se assistido a um esforço gradual por parte das várias Câmaras Distritais, no sentido da extensão e aumento da frequência da recolha de resíduos. Nos próximos anos, prevê-se que a quantidade recolhida mantenha a sua tendência crescente. A valorização e a deposição adequada são portanto pontos incontornáveis na correta gestão de resíduos. Na Lixeira de Penha, a falta de procedimentos adequados tem vindo a aumentar substancialmente os efeitos negativos num local já por si não preparado.

O sucesso da intervenção em curso, no âmbito do projeto “Conversão da lixeira de Penha em vazadouro controlado” executado pela ONG ALISEI, com o apoio da cooperação australiana (AusAid), em parceria com a Câmara Distrital de Água Grande, permitirá uma inversão do panorama atual. Nesse sentido e tirando partido dos resultados já conseguidos por parte de outras intervenções em execução, como o aumento do controlo das entradas no vazadouro, a previsão de construção de uma plataforma para a deposição separativa de alguns resíduos, como perigosos (pilhas, baterias, óleos lubrificantes, lâmpadas, etc), vidros, metais e outros, aliada à utilização do local baseada num plano de exploração, resultará em melhorias substanciais para na saúde pública da população e ambiente. Paralelamente, será possível determinar o tempo de vida útil restante, até que, o então vazadouro de Penha, possa ser devidamente encerrado e o novo espaço possa estar preparado.

Simão Dias

Artigo escrito no âmbito do projecto “Consolidação do apoio às Câmaras Distritais para a implementação de um sistema regular de recolha dos resíduos sólidos” executado pelas ONG’s ADAPPA, ALISEI, FCJ e MARAPA com o apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento

3 Comments

3 Comments

  1. Fela dí bê

    4 de Agosto de 2011 at 4:10

    Vão no futuro começar a fazer triagem para a separação dos resíduos perigosos, vidros, metais, etc., dos demais, a isto deve-se reconhecer o esforço. No entanto, fica a questão o que vão fazer com esses resíduos separados? Vão gastar recursos para que simplesmente fiquem separados?

    Volto a frisar, aberturas de valas é uma solução que cria outro problema… Inovem por favor…

  2. voz do emigrante

    4 de Agosto de 2011 at 8:22

    Enfim,falta de cabeça tantos quadros disem serem formados mas se calhar so se lenbram di vinho da palma aos fim de semana,porque nao trasformar a lixeira de penha num ETAR? porque nao aproveitar os residios liquidos e solidos para gaz natural?? e muito mais ? enfim o senhor arlindo gomes que anda a viajar de um lado para outro a diser e falar do ecosistema de s.tomé deveria era deixar de viajem e por a cabeça a pensar fui

  3. Arlindo Gomes

    5 de Agosto de 2011 at 12:33

    Caro a Voz do Emigrante

    O cantor santomense “Hailton Dias”, na sua análise, conseguiu chegar a conclusão de que um dos grandes males que afecta S.Tomé e Príncipe, é de que todos somos doutores. Na realidade, muitos santomenses consideram-se especialistas de tudo. Um só santomense é capaz de dominar a medicina, a engenharia, a economia, as finanças etc. no entanto a sua contribuição para o desenvolvimento económico e social do país é zero.
    Vê-se no seu comentário, que o senhor ouviu alguém falar de ETAR, e não sabe nada da matéria. Quero lhe dizer que a sigla ETAR significa, “Estação de Tratamento das Águas Residuais”. E os lixos não são águas residuais. A ETAR é construída para tratar as águas sujas que provêm de qualquer actividade.
    Para o tratamento dos lixos, utiliza-se Aterros Sanitários. A partir de Aterros Sanitários, é que se pode aproveitar os gases que são produzidos no mesmo, “o metano =CH4” para a produção de energias.
    No entanto para este tipo de investimento, é necessário fazer uma análise de custo/beneficio, pois muitas vezes, não justifica fazer um investimento que é bastante carro, quando a quantidade de gás produzido não justifica.
    Se o senhor é assim tão especialista na matéria ambiental, o senhor devia conhecer a Lei de Bases de Ambiente de STP. Esta lei diz, que todos os cidadãos têm direitos e deveres na gestão do ambiente no país. Sendo o senhor especialista nesta matéria, porque é que nunca submeteu uma proposta de transformação e aproveitamento de resíduos para as autouridades nacionais.
    Qual é a contribuição que o senhor já deu para a protecção ambiental no país, já que o ambiente é uma matéria transversal, e o senhor em qualquer sector que estiver, terá que lidar de uma forma ou de outra com as questões ambientais.
    O senhor fala das viagens do senhor Arlindo Gomes. Quero lhe dizer, que graças a estas viagens que o mesmo tem feito, junto com alguns quadros do país, conseguimos um don de mais de 3 milhões de dólares, cujas actividades estão a decorrer no Distrito de Lobata, com acções no dominio de agricultura, floresta, águas para abastecimento e para irrigação.
    Graças a estas viagens, o país irá beneficiar este ano de um dom no valor superior à 4 milhões de dólares, onde se irá proteger todas as costas do país contra a erosão costeira, e dotar os pescadores de meios de orientação e de dispositivos colocados nas suas canoas, para os indetificar em caso de desaparecimento, para além de muitas outras acções em curso no país no dominio de ambiente.
    Agora diga-me, qual tem sido a sua contribuição para o desenvolvimentop sócio económico de S.Tomé Príncipe???
    Arlindo Gomes

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