Sociedade

Estudantes bolsistas do Estado no Brasil reclamam o pagamento das bolsas de estudo de Abril a Setembro de 2011

O silêncio imposto pelo Governo não consegue abafar o grito de desespero e revolta dos Estudantes são-tomenses no Brasil. O Téla Nón tem procurado sem sucesso, uma explicação das autoridades do ministério da Educação em relação a situação dos Estudantes no Brasil. Para derrubar o silêncio pesado, os Estudantes aumentam o grito de desespero.

Brasil, 19 de Setembro de 2011.

Ao excelentíssimo Ministro da Educação;

Excelência,

Como é do conhecimento de vossa Exc.ª. , o custo de vida no Brasil é muito alto e a maioria dos estudantes bolsistas do Estado são-tomenses não pode trabalhar por causa de uma das cláusulas do Programa Estudante-Convênio de Graduação, no qual a maioria está inserida. Para grande parte de nós, o subsídio do governo é o único meio de subsistência. A quantia destinada para as bolsas (trezentos dólares) é pouca em relação ao que realmente precisamos mensalmente para cobrir despesas normais como aluguel da moradia, energia eléctrica, água, esgoto, gás e condomínio (em casos de apartamentos prediais). Além disso, temos despesas com alimentação, higiene, locomoção e compra de materiais escolares que, somadas às anteriores, representariam gastos enormes e insustentáveis para quem vive com 300 USD (trezentos dólares) mensais no Brasil (dependendo também um pouco da região onde se vive). Imagine a situação de quem vive com muito menos do que isso, que é o nosso caso! Entre nós, já discutimos diversas vezes sobre o valor do subsídio, mas chegamos sempre à conclusão que o mais urgente é a assiduidade no seu pagamento por parte do Ministério da Educação/Direcção das Finanças.

Excelência, queremos alertar-lhe sobre a necessidade do pagamento dos valores correspondentes a bolsas de estudo de Abril a Setembro deste ano que, como sempre, está atrasado.

Ora, as despesas são mensais e representam uma obrigação que cada um de nós tem com entidades públicas e privadas que nos fornecem bens e serviços. Já que a bolsa de estudo de São Tomé e Príncipe é a nossa única fonte financeira, frequentemente sofremos pressões e humilhações devido à situação de inadimplência em que vivemos no Brasil. Como foi aqui relatado por colegas nossos, vários estudantes são-tomenses já foram expulsos por donos de moradias por falta de pagamento de aluguéis dos imóveis.

Existem algumas perguntas que não se calam:

– Será que, alguma vez, os responsáveis pelo sector de bolsas de estudo de STP pararam para pensar nisso, para imaginar o sufoco que passamos diariamente a partir do momento em que recebemos a bolsa, quitamos as dívidas de meses anteriores e continuamos endividados “até ao pescoço”?

– Vossa Exc.ª acredita que 900 USD (novecentos dólares) chegam para cobrir as despesas acima citadas, acumuladas por oito (9) meses?

– Será que o Ministério da Educação alguma vez se encontrou com órgãos superiores do Estado para discutir sobre esta questão?

– Será que existe interesse de vossa parte para pôr fim a este “cancro” a que os estudantes são-tomenses são indefinidamente expostos?

– Será que vossa Exc.ª. conhece realmente a nossa situação?

– Será que vossa Exc.ª. “ouvem” as nossas preocupações?

– Porque é que o Ministério da Educação da informação não nos informa sobre as questões que são sempre colocadas?

Excelência, temos um cotidiano muito triste, longe dos familiares, longe de pessoas de quem gostamos, estudando para servir ao país da melhor forma possível. As coisas ficam muito mais difíceis quando o Estado não cumpre a sua parte do acordo, que é a efectivação do pagamento das bolsas de estudo. O Sentimento de frustração toma conta do nosso pensamento a ponto de nos desmotivar neste percurso de conhecimento que tanto queremos vencer, para o bem da sociedade são-tomense.

O apelo que fazemos, para finalizar, é que todas as esferas da sociedade são-tomense se unam para trabalharmos e colocarmos o país no rumo do desenvolvimento. Que cultivemos, todos os dias, o respeito pelo próximo, a seriedade na realização das nossas funções e o compromisso com as nossas obrigações. Só assim poderemos erradicar este e outros tipos de problemas que secam as esperanças dos são-tomenses em dias melhores.

Sem assunto de momento, receba os nossos cumprimentos em nome dos estudantes bolsistas do Estado são-tomenses no Brasil.

Representantes do Grupo:

Helton Neves

Hailton Sousa

Miguel Nascimento

bolsistassantolas@hotmail.com

8 Comments

8 Comments

  1. leu

    23 de Setembro de 2011 at 14:06

    Senhor ministro da Educação senhor foi padre tenha compaixão de estudantes els são filhos de pai pobre tenha compaixão com filhos de Deus que esta sofrendo pra conseguir se formar e ajudar S.tomé… Quem esta estudando em brasil, cuba, Russia e outro países são só filhos de pobre que depende de bolsa, único meio de sobrevivência ….

  2. Bolsista Santola

    23 de Setembro de 2011 at 15:46

    Correcção: *”Vossa Exc.ª acredita que 900 USD (novecentos dólares) chegam para cobrir as despesas acima citadas, acumuladas por NOVE (9) meses?”

  3. Bolsista Santola

    23 de Setembro de 2011 at 15:59

    Queremos agradecer a inteira colaboração do Tela Non na publicação das nossas reivindicações. Gostaríamos de ter um diálogo mais discreto com os responsáveis pelos problemas que enfrentamos. Entretanto, nunca recebemos um feed-back do Ministério da Educação, nos sentimos abandonados e esta situação tem CONSEQUÊNCIAS CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS.

    É bem provável que a incompetência, o histórico de corrupção em STP tenha sido alimentado por situações como esta…. Se calhar, os nossos governantes que fazem uso “errado” da coisa pública passaram pelas mesmas situações que nós e agora têm um espírito vingativo e querem ter o que nunca tiveram enquanto estudantes: uma vida digna!! Portanto, meus senhores, pensem bem nas vossa acções, porque escolhas de hoje reflectem no futuro. Cada escolha nossa é uma semente, um dia gera frutos…..

    Queremos que o governo nos diga algo. Criamos um endereço electrónico para isso….mas parece que os responsáveis não querem conversar connosco.

    Queremos deixar bem claro que, enquanto não for estabelecido um diálogo sério e construtivo com os estudantes bolsistas do Estado no Brasil, toda a sociedade, o mundo saberá da vossa incompetência em criar um clima de paz entre as partes.

    Ora, nos devem bolsa de nove meses e nos pagam valor de três meses??? Por outro lado, tivemos informações de que foi dada a “ordem” para o pagamento de todo o valor devido ao ministério das Finanças, porque é que o pagamento integral não foi efectivado?? Precisamos de informações sérias. Será que não há internet no Ministério da Educação? FALEM CONNOSCO!!!

  4. optimista

    23 de Setembro de 2011 at 17:19

    MEUS DEUS

  5. Nativo

    25 de Setembro de 2011 at 12:39

    Sou nativo desta nação, ja venho acompanhando a situação econõmica deste país, que desde a independência de 12 de julho de 1975, até agora esse São Tomé continua sem rumo ao desenvolvimento econômico e social. Minha gente olha o tamanho desse país, o número da população, as ajudas externas que se beneficia, a aplicação dos investimentos estrangeiro e muito mais ja é para o país crescer e criar suas condições de dependência, o dever de explorar mais os recursos existente e também há necessidade de implementação das industrias e empresas de forma que o país aumente a produtividade e ao mesmo tempo podendo empregar mais pessoas de forma a diminuir o desemprego que se alastra neste país;O país deve explorar mais os recursos como a pesca, agricultura e turismo de forma que venha a ter o superáfit, já assim ter o capital dispoível para enviar aos estudantes no exterior a afim de concluirem seus estudos.
    Outro ponto que eu gostaria de colocar é que o governo juntamente com o Banco Central devem criar incentivo ao empreendedorismo,de forma que o país produza mais e tenha grandes empresários, pessoas que poderão ser o pilar de emprego para o país etc, são políticas que necessitam ser discutidas e analisadas pela autoridade Santomense e entre outra coisas como turismo etc é como tinha dito falta explorar recursos para que a sociedade viva melhor.
    Sabemos que a África em geral lidera a cultura de corrupção, é preciso acabar com isso fazendo boa distribuição de renda que todos possam viver bem e felizes.

  6. nós

    25 de Setembro de 2011 at 15:40

    Antes de mais tenho agradecer ao jornal tela non.
    1 eu gostaria que uma delegacao de ministerio de educaçao de sao tome e principe viesse ao brasil, para conversar com a gente de perto.

    2 gostaria que o ministerio da educaçao analisasse bem a lista dos estudantes que estao fora do pais., digo isso porque pode haver estudantes que ja terminaram a faculdade e continua ganhando esta mesada,

  7. Feijoada

    26 de Setembro de 2011 at 10:38

    Dr. Patrice Trovoada, se o País não tem dinheiro, vende ´rapidamente 2 ( duas ) Viaturas do Tribunal sendo do Dr. Garrido e outro da senhora chourosa ( Prado) e mande dinheiro aos futuros politicos e empresarios.

    Sou assim…

  8. Brasil

    6 de Outubro de 2011 at 9:41

    Meus senhores esta terra não tem pernas pra andar, os nosso dirigentes estão delapidando todo o bem do País…nesta terra meus senhores,só se salva quem puder…lamento, mas temos uma governação triste e vergonhosa…
    Pra complicar, nem mesmo os formados que ca estão querem ajudar, entraram no sistema e desoraram seu Diploma…agora é só corrupção…»lado a lado», o novo lema para detonarem o País….

Leave a Reply

Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

To Top