O país ao seu leve-leve, São Tomé e Príncipe, está em nozado prolongado, desde 2 deste mês, pela ausência da habitual companhia amiga, a Rádio Nacional, porque o Estado, representado pelo Governo ainda não chegou ao entendimento com os jornalistas, vedando assim as populações de um dos seus direitos, o da informação.
Nem o empate a uma bola conquistado brilhantemente, na última terça-feira, pela selecção de todos os são-tomenses na República Democrática do Congo frente a sua congénere congolesa, contrastando os cinco a zero consentidos em casa na semana anterior, animou a Nação, devido ao silêncio da Rádio Nacional.
É testemunho na análise da essência do Estado haver toda a necessidade do poder político, esse poder de homem sobre outro homem impor a lei do mais forte para que o bem público não fique entregue em mãos alheias ou não descora do seu papel doutrinário. Só que, muito se diga quando na prática, em São Tomé e Príncipe, o mais forte pende sempre sobre si acusações de gestão duvidosa, VOA doa anualmente ao Governo mais de um milhão de dólares para a Comunicação Social, afirmação tida próxima do PCD na oposição para atrapalhar as discussões, já corrigida pelo Governo que afirmou serem apenas uns milhares de dólares norte-americanos de aluguer de uma parcela da ilha de São Tomé para a retransmissão dos serviços da Voz de América em África e que se destinam ao tesouro público e não especificamente a imprensa.
Para o filosófico inglês Thomas Hobbes (1588-1679) “os homens são iguais e o que os torna iguais, é o esforço que todos têm em satisfazer os seus desejos e a condição de inimigos entre si, uma vez que para satisfazer os seus próprios desejos, o homem não hesita diante do aniquilamento do outro, criando uma situação violenta onde todos estão contra todos.”
O conceito Estado por vezes colide com as qualidades de vida das populações e, o Governo, um grupo de indivíduos a desempenhar o poder político mediante determinadas regras da sociedade acabam por ter a nobre missão de exercer o poder do Estado. Em tempos de crise internacional como a actual tempestade que afecta a todos os tradicionais doadores das ilhas acostumadas a sua crise, o Estado sacrifica os seus cidadãos financeira e economicamente para manter a linha política, dita de rigor nas finanças públicas.
Nas sociedades de economia planificada, não é o caso de São Tomé e Príncipe, o Estado assume como tal o papel de regulador e gestor, impedindo qualquer iniciativa privada. É fácil depreender que nesses sistemas normalmente autoritários, o Estado é visto como pai quando na prática jamais esse papel nem de longe é exercido, a não ser o do pior pai, na medida que vários estudos de investigação política e económica, já conhecidos, aí os representantes do Estado também entram em jogos de manipulação financeira e interesses particulares em prejuízo do povo que rezam defender biblicamente.
O Governo das ilhas eleito democraticamente em Agosto de 2010, por ironia cronológica, parece forçado a entreter os são-tomenses no período que precede a quadra natalícia e a quebra-cabeça das famílias na guerra da inflação dos números matemáticos de Natal e do Ano Novo, com a contenda da comunicação social ou dos seus agentes.
Há um ano e mais ou menos por esta época o nome de uma jornalista, escritora e poetisa, na altura dona de um programa televisivo de maior audiência nacional que lhe viu ser batida a porta na cara da TVS, televisão do Estado, num dia de entrevista a um amigo que merecia o tradicional respeito das ilhas, São Lima, andou na boca do mundo e divertiu de que maneira os prós e contras, apenas porque o direito de informar foi vedado pelos superiores interesses do Estado sem que o Estado, representado pelo Governo passasse carta a seja quem fosse.
Neste ano, a maka das datas bateu a porta do Governo com a prolongada greve dos técnicos da Rádio Nacional, emissora do Estado, que esgotados os principais itens em discussão, insistem no dinheiro, mensalidade salarial acima do já acordado na Concertação Social. O Governo que demorou a sentar a mesa com a comissão dos grevistas, fez cedências e deixou a contestação monetária a depender da maior e melhor produção dos agentes da Rádio Nacional, uma oportunidade a tirar proveitos pelos fazedores da informação e de entretenimento com a chegada do cabo de fibra óptica que, em breve, irá abrir a auto-estrada da internet nas ilhas do centro do Mundo.
Entretanto, o Primeiro-Ministro, eventualmente, preocupado com o alarme nacional de greves, vindo do estrangeiro, lá de cima do outro lado do Atlântico, ao meio do destino (não visitou a Venezuela del Hugo Chaves) saltitando de ilha em ilha, em missão da exigente diplomacia do Estado nos novos tempos para a África, regressou ao país com promessas de Havana no campo de saúde, num avião privado quiçá, sem custos para o paupérrimo cofre público.
A boa-nova é o Estado não ser detentor de um jornal. Para o ano a penitência do Governo estaria hasteada a porta dos fazedores da imprensa escrita para a apepsia dos são-tomenses.
“Os homens são movidos e perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que eles têm delas.” Epicteto, (55 d c – 135 d c) filósofo grego
21.11.11
José Maria Cardoso
Coisas & Lugares
21 de Novembro de 2011 at 18:32
Outra maka mais!A teimosia nunca foi boa conselheira.A julgar por aquilo que diz, o artigo,tenho imensa pena e penso que alguem tem que pôr ordens em casa.Mais, nem tudo está perdido. Já agora JMC,envio-lhe calorosamente os maiores aplausos e votos de continuidade.Estas tentativas de acordo tem conhecido contornos muito difíceis de gerir.Qualquer negociação tem duas faces e é a arma de dar e receber.Cedências e flexibilidade entre as partes é o que se pede. Eu acredito na capacidade de diálogo das mulheres e homens Santomenses.Resta-nos esperar!Coisas Lugares.
Tio
22 de Novembro de 2011 at 22:28
O Patrice Emery Trovoada é um Primeiro Ministro muito incompetente!
ESMERALDA
21 de Novembro de 2011 at 19:23
AUMENTO SALARIAL SÓ EM 2012 APÓS APROVAÇÃO DO OGE. FIQUEM CALMOS. TODOS NÓS ESTAMOS A ESPERA DO DITO AUMENTO SALARIAL E O PAGAMENTO DO 13º MÊS PELA 1ª VEZ EM STP. VIVA STP
luisó
21 de Novembro de 2011 at 21:46
já em 2006 eu pagava a todos os meus empregados 1 milhão de dobras por mês e em junho e novembro pagava a dobrar (férias e natal)para além de pagar todas as despesas de saúde e tinha bons empregados e não fiquei mais pobre por isso.
Ene
21 de Novembro de 2011 at 22:33
Ha quase um quarto de gravana que os teus eruditos contributos nao fazem morada nesta janela ou estarei com uma amnesia terminal? Ainda assim espero que os ditos servidores da coisa publica e os nossos ditos politicos embebam como flontados essa tua humilde forma de pensar.Em nome da minha familia e com muita admiraÇao, um forte abraÇo.
Baga Tela
22 de Novembro de 2011 at 9:21
Isto é uma brincadeira. Mas que raio de governo é esse???
Nando
22 de Novembro de 2011 at 10:04
Grve geral, isto sim. O país propriedade de certos «santomenses». Façamos como os outros povos de áfrica, europa…que reivindicam vivamente os seus direitos. Só assim conseguiremos ser pelo menos pobres. A vida que leva a maioria dos santomenses é de miséria.A maioria dos santomenses não vive, apenas sobrevive.Os jovens santomenses estão frustrados sem emprego ou com emprego precário, sem esperança e sem auto estima. Temos direito a uma vida saudável no nosso país. Prefiro a morte do que viver na miséria.
Floli Canido
22 de Novembro de 2011 at 10:06
Realmente há que pensar bem no assunto salarial do país.
Ramos Dias
22 de Novembro de 2011 at 10:29
Ainda bem que ja existe outras rádios no pais,ja assim o povo não ficara totalmente privado do seu bem, que é a imformação,mas não é a mesma coisa.
Nando Vaz (Roça Agostinho Neto)
22 de Novembro de 2011 at 12:27
Demagogia – é conduzir o povo a uma falsa situação. Em termos etimológicos provém do Grego, querendo dizer “a arte de conduzir o povo”.
” Tudu nó cébé kumá náncé na té capacidadi de góvéna téla cé, unha rékadu kum mécé pá téla nón dá ministru cé nó de edukaçon ” Boca Bulhon” cuma discurso cé kwé fé dá nó ku sca vivé ni estrangero nón, sai ska studá,pá un am ja, nón bé são tomé, pa nó poxe mostra iné cuma ku n´gué ska govéna. Santola eu vos emploro vamos aguentar, enquanto a vida, há esperança, um tenho fé que tudo vai mudar para melhor!..
Nando Vaz (Roça Agostinho Neto)
22 de Novembro de 2011 at 12:29
Governo de ditadura!..
Madalena
22 de Novembro de 2011 at 12:41
Acho o momento singular para o governo criar uma unica empresa de serviço publico. RTSTP(Radio e televisão). Diminui custos e torna mais funcional.
Criar um pccs novo
Carlos Pereira da Silva
22 de Novembro de 2011 at 15:11
Os homens da Rádio querem para os seus jardineiros e guardas Db. 8 000 000,00 e para os outros, imaginem, dez, quinze, vinte, trinta. E quem paga? E nós da TVS que fazemos um esforço notório? Quanto o Estado irá nos pagar? os nossos salários são certamente pouco. Mas, pode-se chamar de ditador um Governo que não aumenta o salário apenas de um sector, exigência que todos reconhecem exagerada? Quem disse isso, à partida parece que está do nosso lado, mas a verdade é que pretende perturbar a luta dos trabalhadores da RNSTP e a nossa na TVS e na STP Press. Seu Bandido! Você sabe o que é ditadura? Dá bóka súdu!
Telavive
22 de Novembro de 2011 at 15:22
Os santomenses são muito ignorantes. Por isso esta terra está e continuará assim! Vê-se são inteligentes demais.
Telavive
22 de Novembro de 2011 at 15:30
Como santomense preocupa-me demasiado esta onda de incultura por um lado e de má fé por outro. Coisas da política. Porquê que a rádio nacional nunca fez greve nos últimos 10 anos? Porquê só agora se lembram do subsídio para comunicação social? País de subsídios! São tão ignorantes que nem parecem jornalistas! Leiam o contrato de VOA para conhecerem as suas cláusulas? Os senhores, já que são tão inteligentes, antes de escreverem coisas, porquê que não investiguem? Eu sou santomense! Somos todos sem excepção montes de entulhos!
Gente boa
23 de Novembro de 2011 at 9:31
Infelizmente mau momento para fazer greve.
Angela
24 de Novembro de 2011 at 11:00
Angela Ferreira
Ok, meus amigos e minhas amiguinhas.
Trouxe para vós uma Pequena CRÓNICA.
A VIDA A MODA SANTOMENSE
… Algures há uns trezentos kilómetros da Costa Ocidental de África,
mais concrenatamente no Golfo da Guiné, situam-se duas maravilhosas Ilhas,
às quais deu-se o nome de São Tomé e Príncipe, vulgo STP, ou seja, Somos Todos Primos. Mas no entanto, o vulgo destas Ilhas está totalmente desvirtuado, ou seja, significa: São Tantos Parabenizados, isto porque, enquanto uns tantos neste País vivem a grande, a francesa e até a árabe, a maioria vive aí na precariedade e sem voz. Se tentar esforçar-se para que saía um pouco que resta da sua voz, é-lhes feito ver quanto custa o poder. Entretanto, o actual governo e o seu antecedente, levaram a cabo muito boas tarefas, por exemplo: foram falando sobre a corrupção até que hoje acabaram totalmente com este mal, que remete os “Zés Povinhos” na miséria absoluta. Não há uma elite sempre a enriquecer facilmente, isto porque têm herdado furtunas cá no País, os jazigos de ouro e diamante dos seus antepassados. Todos os diregentes dizem que o País está mal, e é verdade, até muitos deles já puseram os seus cargos a “dez posição”, visto que o País está mal, não é mano? Eles não estão a tomar saúde, estão a ficar saudáveis, é porque o país está mal, tá ver, ta ver, ahnnnn.
O governo sempre exige trabalho e muito trabalho, é verdade, sem trabalho não há produção e a produtividade, por isso, o salário mensal é minimamente suficiente para suportar as despesas durante três meses, para uma família composta por mãe, pai e quatro filhos, com despesa de água e luz e renda de casa. Nem é necessário fazer-se a chamadas “LÀZA”. Para quê? Agora o saco vazio já fica em p não em pé, porque em p um lado já está cheio de nada, como vemos na “letra”. Não se admira que uma secretária tenha mordomias como subsídio de água e luz, telefone e outras tantas regalias, enquanto que um técnico de formação Superior, Média e Média/Superior não o tem, isto é para ver como é o modo fascinante de se viver em São Tomé. Segundo notícias locais, um polícia foi morto fatalmente num interpelação a um cidadão por abate e comercialização de madeira. Se não fosse o seguro de vida que todos os governos garantiram aos agente das forças, o que seria dos seus filhos menores e a esposa. É para ver que os Go vernos estão trabalhando muito, aliastodos os Polícias tem como as secretárias, os subsídios de “árdua e ruz”, “telefome” e outro subsídios para não passarem por mendigos.
Os terrenos de estado, estão sendo devidamente distribuídos para os jovens e adultos que ainda não têm um espaço e algoram fazer a sua casa própria, já que milhares de casas sociais que o governo fez, a população não quiz receber, e as que receberam já pagaram todo o valor em dívida e o governo não quer contruir outras iguais,
O PAÍS TÁ SUBIR, TA SUBIR, TA, ISSO TÁ, mas não para você Zé Povinho.
Até breve
Da vossa amiga Angela Ferreira, um abraço daí para todos em São Tomé.