Sociedade

Mais um braço de FERRO entre Médicos e a Ministra da Saúde

Desde a passada sexta – feira que os Médicos do Hospital Ayres de Menezes, solicitaram uma reunião com a Ministra da Saúde para tratar de questões urgentes no hospital de referência nacional, com destaque para a falta de medicamentos. As partes não se entendem sobre a realização da reunião.

«Enviamos uma carta com urgência à Ministra da Saúde desde a semana passada, solicitando uma reunião com ela aqui no hospital Ayres de Menezes. Hoje (quarta – feira), ela exigiu que os médicos fossem reunir com ela no seu gabinete. Nós não aceitamos. Os assuntos que temos para tratar com a ministra devem ser analisados aqui no Hospital, porque é aqui onde estão tais problemas que devem ser resolvidos urgentemente», declarou para o Téla Nón, uma médica do hospital Ayres de Menezes.

Está assim aberto mais um Braço de FERRO entre os médicos e a ministra da Saúde Ângela Pinheiro. Segundo a médica que falou para o Téla Nón, o gabinete da ministra da saúde não deve ter espaço para receber todos os médicos do Hospital Ayres de Menezes. «São assuntos que terão que ser analisados sector a sector e na constatação in loco dos mesmos», reforçou a médica.

Segundo a médica a urgência da reunião com a Ministra tem a ver com as carências que o Hospital Central enfrenta nesta altura. «Não há medicamentos. Nós não somos curandeiros. Somos médicos, e temos uma missão curativa, por isso administramos medicamentos para salvar vidas. Não é possível que não haja medicamentos no hospital. Estamos a lidar com esta situação há algum tempo. Pedimos a presença da ministra para nos dizer o que faremos», relatou a médica.

A profissional de saúde, que para já preferiu falar sob anonimato, deu o exemplo de uma situação ocorrida na terça – feira. «Eu estive de piquete ontem no banco de urgências, e o único antibiótico que a urgência tinha é a penicilina cristalizada. Temos casos em que o tratamento deve ser feito com a associação de antibióticos, e não há. Só há um e único antibiótico na urgência. Não é possível», reforçou, para depois acrescentar que «na última semana estive a atender uma paciente que acabou por falecer, porque a medicação que orientei não existia. O que é que eu poderia fazer mais?», interrogou.

Segundo a médica o mais grave é que «os pacientes e os seus familiares têm as suas atenções centradas em nós os médicos. Culpabilizam-nos por tudo. Nós é que somos incompetentes, nós é que somos atacados quando alguém morre aqui. No entanto se não há medicamentos, que milagres podemos fazer?», interrogou.

Os médicos estão incrédulos com a situação de penúria de medicamentos no hospital Ayres de Menezes. «Estou aqui há 18 anos a trabalhar como médica e nunca vi coisa dessa. Sempre tivemos carências, é verdade, mas nunca a este ponto. Não há adesivos, não há pensos, não há luvas, não há detergentes para limpar o chão, e nem se quer há papel para passar receitas de análises ou de medicamentos. Não sabemos o que fazer», frisou.

Por tudo isso os médicos decidiram solicitar uma reunião com a ministra da saúde, para entenderem o que é que afinal de contas está a acontecer. «Caso contrário vamos ter que cruzar os braços, porque não haverá muito a fazer», concluiu.

Enquanto isso prossegue o Braço de FERRO entre os médicos e a ministra da Saúde sobre o lugar onde deverão sentar para conversar sobre a maior crise de sempre no hospital Ayres de Menezes.

O Téla Nón vai acompanhar o caso que promete correr muita tinta nos próximos dias.

Abel Veiga

25 Comments

25 Comments

  1. Gregório do Nascimento

    25 de Abril de 2012 at 18:31

    Abel Veiga, para com estas patetices. Então são os médicos que convocam a ministra e lhe diz onde é que se deve reunir? Quem é que te disse que o provblema de falta de médicamentos se resolve no Hospital Ayres de Menezes. O complexo desses médicos é o facto da ministra não ser médica e estar a puxar as orelhinhas. Preferem um médico, uma médica como ministra e o corporatismo permite que os médicos não façam nada, cghuem ao hospital as dez horas, maltratem os doentes e as onze e meia já estão de volta para as suas clínicas privadas a tratar pacientes com médicos do Estado a preço de ouro.
    Para com isso e deixem desses complexos do outro tempo. Os médicos s~~ao autoridades técnicas e nisto a ministra não se mete. Mas a política da saúde o horário de trabalho, o roubo e a boa vida é com a ministra. Vá em frente, querida e que Deus te abençoe.
    G. Nascimento

    • Voz da Razão

      26 de Abril de 2012 at 8:32

      Meu caro
      Gregório do Nascimento
      Até certo ponto posso estar de acordo consigo em relação a alguns comportamentos dos nossos médicos com os pacientes, mas permita-me dizer-lhe que realmente não há mesmo medicamentos nem materiais que os médicos reclamam. Agora pergunto eu, porquê? O governo tem estado a tomar medidas de austeridade, contenção de despesas cerrada, pra quê? Não há nenhum investimento, não se vê nenhum sinal de melhoria de condição de vida das pessoas. Então pra onde é que estão a canalizar o pouco dinheiro que se tem poupado? Parece mesmo ser uma brincadeira. Eu como utente do hospital também já presenciei situações tristes em que os médicos dizem que não têm adesivos. O que é isto? Porquê que não se adopta outro modelo de gestão deste único hospital? A Sra Ministra não quer se reunir com os médicos porque ela não tem nenhuma politica pra saúde e muito menos não tem nenhuma prespectiva para a melhoria da gestão do hospital.Temos é que ser sensatos na análise das coisas.
      Que Deus abençoe aos utentes e pacientes desse hospital.

    • Leucadio

      26 de Abril de 2012 at 10:21

      Mas, os médicos que se dizem humanos, recusam a reunião porque a hierarquia decidiu que ela tem que ser no Gabinete da Ministra????? Convenhamos. O que custa aos médicos dirigirem-se ao Gabinete da Ministra??? Só em STP. Politiquices e politiquices!!! A médica que deu esta entrevista deveria ter mas é VERGONHA.

    • Negro Bué

      26 de Abril de 2012 at 12:59

      Meu caro Leucadio e Gregório Nascimento:
      Como a comunicação social “não tem uma politica investigação” não temos como saber as exactamente quando e por quem foram dadas as respostas aos médicos! Pois te informo que, após a solicitação da reunião pelos médicos para o dia 23 segunda feira aonde a sra. Ministra não compareceu nem enviou “nenhum representante”, mas enviou sim uma nota para o director do hospital remarcando a reunião para terça feira dia 24! No dia terça feira a sra. não compareceu a reunião nem sequer se dignou em justificar…mas como São Tomé é poderoso e aqui sabe-se tudo que se passa na rua, ficou-se sabendo que na terça feira a sra. Ministra sim foi ao Hospital Central, mas foi sim para resolver um problema de saúde de alguém bem próximo! Vos digo ainda que outrora a sra. Ministra comparecia no hospital a qualquer hora e por tudo e/ou nada, sobretudo quando ficava sabendo que havia um paciente da ilha do príncipe em atendimento no Hospital Central! Tirem as vossas ilações e digam quem está fazendo politiquice, ok!

    • Armenio Sousa

      26 de Abril de 2012 at 17:06

      Na realidade o hospital está muito mal. Todo o sistema nacional de saude vai de mal a pior.
      Entendo que de facto, tratando-se de um sector tão sensivel e que briga com a vida das pessoas, não custa nada a ministra deslocar-se ao hospital e falar com os médicos. Isso não significa diminuição de personalidade, porque de ceerteza que os médicos não pediram o encontro com a ministra aos gritos ou aos berros. Se calhar, formalizaram uma carta.
      Agora, se a iniciativa partisse da ministra, muito bem, os médicos teriam sim que se deslocar ao local proposto pela titular.
      Politiquices a parte, mas meus caros, nunca o nossos sistema de saude no seu todo esteve tão mal.
      Politica a parte, é necessário um SOS urgente para salvar a saude enquanto estrutura do Estado e a saude do povo.
      Paludismo está a aumentar sem limites, hospital não tem medicamentos, operações ou cirurgias foram interrompidas, não há oxigénio, postos de saude de várias localidades têm apenas as portas abertas mas não fazem nenhum porque não têm nada, enfim, é necessário mesmo um grito de alerta nacional.

    • Tiberio

      27 de Abril de 2012 at 9:12

      Mas, o paulodismo nao está a aumentar por culpa deste governo!
      Eu também pergundo: De onde vinham todos os medicamentos anteriormente? Do OGE? Dos parceiros bilaterais e multilaterais?
      O que eu quero dizer, é que sempre as pessoas/politicos aproveitam essas situaçoes para retirarem vantagem politica. Nao estou a defender o comportamento nem da Ministra, nem dos Médicos, mas sim da coerência.
      Na minha modesta opiniao, os medicos nao devem e nem podem decidor onde se reunir com a Ministra, por outro lado se realmente a Ministra, sem justificaçao alguma nao compareceu nas duas reunioes marcadas, é muito grave.
      Mas uma coisa eu concordo: Em STP nao temos jornalistas, mas sim fofoqueiros politicos. So querem aproveitar dessas situaçoes para perpectuarem os seus ataques politicos inconsequentes ao inves de proporcionar ao publico nacional e internacional com um jornalismo insento e de qualidade. Faça por favor a investigaçao journalistica e procure ser imparcial, porcure ser simplesmente JORNALISTA. O Tela Non é lido em qualquer parte do mundo onde existe internet. E STP é nossa terra. Por isso, tenho pena de STP e seja coerente e fale somente a verdade, por mais dura que seja para os nossos amigos e os nossos nao amigos.

    • carlosborges

      27 de Abril de 2012 at 10:52

      Entendo que de facto os sector da saúde vai muito mal, mas atenção que é apenas a ponta do icebrg. Isso demonstra a falta de rumo que ja se tornou a principal marca deste Governo do ADI.
      Esta senhora é a mais incompetente ministra que este sector conheceu desde a independência. Mas ela coitadaa não é culpada, o principal culpado é o senhor Primeiro Ministro que não para no país para se inteirar e resolver os problemas do povo. Este senhor passa mais tempo fora em negócios pessoais aproveitando-se do estado. Uma vergonha!

  2. Mina Piquina

    25 de Abril de 2012 at 18:31

    Isto esta igual ou pior a Guine Bissau.
    Fui

  3. Lupuye

    25 de Abril de 2012 at 20:21

    Esse braco de ferro nao deveria existir. E sempre assim em STP, as pessoas nao sabem o que e prioritario e neste caso e a solucao da falta de certos materiais para tratamento dos pacientes. Que a reuniao seja feita no hospital ou no gabinete da ministra, nao tem importancia. A verdade e que devem reunir o mais urgentemente possivel e encontrar uma solucao urgente para o problema. Como disse o G. Nascimento, a ministra nao tem que ser medica de profissao para estar a testa do ministerio. Ela tem e que estar a par das situacoes e resolve-las. Tambem e verdade que os nossos medicos passam muito pouco tempo nos nosso hospital e depois se mandam para as suas clinicas para resolver os problemas da populacao a um preco proibitivo. Isso tem que parar num pais em que mais de metade das pessoas nao tem nem o minimo para comer.

  4. Pinto

    26 de Abril de 2012 at 7:49

    Realmente a situacao é preocupante , triste e nao se pode admitir uma coisa dessas.STP é um pais de extremos.Por um lado temos o primeiro ministro ou melhor o cidadao PT que faz ofertas ao pais, que seguramente o seu presente custou lhe uns milhares de euros e por outro lado estamos perante uma necessidade digamos basica que é garantir assistencia médica a populacao.Os mèdicos por mais que queiram nao podem fazer nada, eles teem a funcao de curar mas para que se cure é necessário medicamentos.Sinceramente nao se pode aceitar nem permitir coisas dessas.

  5. MÉ SOLO

    26 de Abril de 2012 at 8:24

    Se a Srª Ministra fosse Médica, claro que sentiria na pele as dificuldades dos Médicos que não são Curandeiros, se fossem não haveria problemas nenhum, pois bastava folhas, raízes e cascas para resolver os males. Ao menos que a srª Ministra fosse uma boa GESTORA o que não me parece.

    Portanto, no gabinete da srª Ministra ou Centro Hospitalar é preciso que se encontre uma solução muito e muito urgente, porque são vidas de pessoas que estão em jogo.

  6. bili ue

    26 de Abril de 2012 at 8:33

    muito roubo de medicamento para as clinicas privadas angela abre olho

    • santomense

      27 de Abril de 2012 at 13:20

      Se existe mesmo desvio de medicamento para clínicas privadas, então que se crie meios de evitar ou controlar o roubo, talvez teria que instalar câmera de segurança onde é armazenados os medicamentos e que faz a fiscalização não aceite suborno de cameras (que tudo isso é um processo caro e que não se resolve de uma dia pra outro eu sei, mas pelo menos ajuda a evitar certas fraudes e que as pessoas ficam impunes por falta de prova), mas que a situação no hospital precisa ser resolvida..ah..isso precisa e urgente, afinal de contas tem vidas humanas em ‘jogo’.Talvez alguém precisa ceder, seria mais adequado uma comissão dos médicos ir no gabinete da ministra em expor os problemas e juntos conseguir uma solução mais plausível a todos, principalmente pensando no sofrimento do povo hospitalizado que dependem desses medicamentos para viver e/ou sobreviver,posso até estar errada, mas esta é a minha humilde opinião!!

    • santomense

      27 de Abril de 2012 at 13:22

      Peço desculpa por alguns erros ortográficos, não foram intencional.

  7. Sukulumêçu Abre olho

    26 de Abril de 2012 at 8:51

    Mais uma vez estamos perante uma situção que ecredito exigir a demição deste governo. Num único hospital do país está numa uma situação tão grave assim, a Ministra de saúde ainda vem a Cominução Social dizer k está tudo bem. mas entendo, os dirigentes deste país cuida da sua saúde fora do pais, e agora da nisso

  8. conterrâneo

    26 de Abril de 2012 at 9:07

    Os medicos chegam ao trabalho muito tarde.

    Deixam os pacientes aí sentados enquanto andam na boa e a exigirem horas extras a preço de ouro ao Estado.

    Há que se pôr um basta nessa atitude desses medicos.

    Vai se para urgencia a noite, não se vê medicos porque estão a dormir.

    É preciso um ministro que tenha braço de ferro para por esses medicos nos eixos.

  9. nós

    26 de Abril de 2012 at 9:23

    Os médicos santomenses deviam ser mais “humildes” sabendo que o País é pobre. São médicos hoje graças a bolsa do Estado. Têm um salário superior a maioria dos quadros em STP e mesmo assim fazem greve por tudo e por nada. Chegam ao hospital quando querem e vão correndo para as Clínicas Privadas.

  10. Budo Dawa

    26 de Abril de 2012 at 10:05

    Meus compatriotas.
    Acho que devemos ser todos mais humildes e contribuir para busca de solução. Evitemos mais acha na fugueira. Entendo que a ministra e os médicos devem encontrar meio termo.

    Ajudemos a resolver o problema.

    Pelo entendimento e pela concordia, a bem dos pacientes

  11. rancataco

    26 de Abril de 2012 at 10:08

    muito roubo de medicamentos pra clinicas privadas …

  12. Mimi

    26 de Abril de 2012 at 10:15

    Recordo-me que as condiçoes do Hospital Ayres de Menezes foram um dos grandes trunfos de batalha do ADI (e dos seus) muito antes da campanha para as legislativas, durante a campanha, enfim… Logo depois da tomada de posse, foi o PM com a sua “entourage” fazer uma visita surpresa, marcar faltas e tudo para demosntrar que agora sim as coisa iam entrar nos eixos. Fez-se as mudanças que se fez nas estruturas de Recursos Humanos, iventou-se toda a ciência nova que se podia inventar… e … dois anos depois… temos o Hospital nas piores das condiçoes desde a sua existência. O que foi que aconteceu?
    Espero que algures um par de gente esteja a dizer neste momento: Onde é que foi que nós erramos?

  13. Joao Batepa

    26 de Abril de 2012 at 10:21

    Depende.

  14. nino godo

    26 de Abril de 2012 at 11:02

    sr Gregório do Nascimento e um louco
    a ministra vai ao hospital sim,ela e causadora de todos os males

  15. Conóbia cumé izê

    26 de Abril de 2012 at 12:48

    Num País que se exibe carros de 30.000 e 100.000 euros,viagens sucessivas dos governates e demis orgãos de soberania,os que tratam da vida humana que são Médicos e outros, trabalham em condições extremamente precária;um autentico inferno… O primeiro sector que o Primeiro Ministro Patrice TROVOADA visitou,foi Hospital AYRES DE MENEZES;infelizmente,passados quase dois anos, a situação complicou. Este é o governo do ADI…São Tomé PODEROSO não dorme !!! …FUI

  16. Estudante

    26 de Abril de 2012 at 13:28

    Este é um problema grave. Não vale apena estar aí a culpabilizar este ou aquele, porque o problema está residido em todos nós. Não existe espirito de honestidade em S.Tomé.Os soberanos fazem das suas e os subditos também. Isto é,os governantes são negligentes para com os seus deveres e os medicos( nem todos) são negligentes e por cima desviam medicamento para suas clínicas. Há que mudar esses tipos de comportamento em STP. Corrupção está a invadir STP . Muitos medicamentos são doados em STP, pergunto onde vão os mesmo? Será que são os doentes que estão a consumir em grande escala? Fica como reflexão.

  17. com verdade

    29 de Abril de 2012 at 16:18

    isto e mais uma prova de incopetência de vário ditos MINISTROS que temos no nosso pais, isto acontece em toda parte, na saúde, justiça e educação, ssa ÂNGELA, ELÍSI e os restantes ñ passa de grandes incopetentes

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