Sociedade

Estado distribui equipamentos de orientação marítima aos pescadores mas alguns não utilizam

A penalização para os pescadores que não utilizam os equipamentos de orientação marítima que o Governo está a distribuir no quadro do programa de mudanças climáticas, financiado pelo Banco Mundial, está plasmada no protocolo de acordo assinado na entrega dos materiais.

No último fim de semana o Ministério das Infa-estruturas e meio ambiente, distribuiu kits de materiais de orientação marítima para 71 pescadores do distrito de Cantagalo. Até agora quase 300 pescadores de São Tomé e da ilha do Príncipe, foram formados sobre o uso do GPS, e outros equipamentos de orietnção marítima.

Após a formação os pescadores recebem kits de materiais para dar segurança a faina e permitir maior captura do pescado. No entanto a Direcção do Meio Ambiente, está a constatar que alguns pescadores fazem-se ao mar, sem os equipamentos que foram distribuídos. «Percebemos que alguns pescadores que receberam os materiais, não estão a levar para o mar. Ainda na semana passada alguns pescadores da zona de Neves desapareceram no mar. Constatamos que o proprietário da canoa tinha recebido todos os materiais, mas permitiu que os pescadores fosssem para o mar sem os materiais», denunciou Arlindo Carvalho, director do ambiente.

O Banco Mundial é o financiador do projecto, que pretende melhorar a segurança dos pescadores durante a faina. «E quando um pescador desaparece no mar, constitui despesa para o Governo que tem que arranjar dinheiro para o combustível, mobilizar a guarda costeira etc. Não podemos estar a dar esses materiais que custaram tão caro aos nossos parceiros para vocês guardarem em casa», advertiu Arlindo Carvalho.

Na cerimónia de distribuição dos kits de materiais de orientação marítima para 71 pescadores na cidade de Santana, o Director do Ambiente, anunciou medidas para por fim a negligência dos pescadores. « Exigimos a celebração de um protocolo de acordo com os pescadores. Para as  pessoas que recebem os materiais e não os utiliza, vamos para as suas casas com as autoridades judiciais e recolhemos os materiais. Vamos tomar, e dar as pessoas que querem utilizar», pontuou.

Arlindo Carvalho, garante que doravante vai acompanhar de perto a utilização dos materiais ofertados aos pescadores.

Para já 280 pescadores dos distritos de Cantagalo, Lembá e Região Autónoma do Príncipe, foram beneficiados com equipamentos de orientação e socorro, nomeadamente GPS, reflectores para radares e kits de primeiros socorros.

A Direcção do Ambiente indicou que outros 230 pescadores, dos distritos de Mé-Zochi, Lobata e Água Grande, serão os próximos beneficiários.

Abel Veiga

7 Comments

7 Comments

  1. ze da pesca

    29 de Julho de 2013 at 20:11

    E porque não usam? Não querem? Não precisam? Ou simplesmente não sabem usar porque não foram devidamente ensinados?

  2. tó da pesca

    30 de Julho de 2013 at 9:46

    Porque não têm cultura de usar. Porque não existe obrigação legal para utilizarem. Porque o Estado é conivente com a falta de uso. Porque sem obrigação legal não se pode penalizar. Porque não existe uma guarda-costeira activa, mas sim passiva. Porque nesta matéria, internamente existe um absentismo geral. Para finalizar, quando terminar este projecto, o assunto também morre.

    • lupuye

      30 de Julho de 2013 at 11:52

      Tens toda a razao. Em STP, mesmo com leis nao se chega la. Veja so o problema do capacete para os motoqueiros? Quase ninguem usa e eles estao a morrer como moscas. Tinham que culpabilizar as pessoas e responsabiliza-las. Fazemos leis e nao pomos em pratica. Os nossos policias e as nossas guardas costeiras sao facilmente comprados por causa da pobreza existente no pais. E que a situacao e mesmo complicada.

  3. jorge ventura

    30 de Julho de 2013 at 10:11

    Parece que esta actividade de distribuição está ser bem realizada, porque a ONG MARAPA e a Direcção das Pescas têm formado estes pescadores antes dos materiais serem distribuídos.
    Na realidade devia haver um regulamento que obriga os pescadores a utilizarem os materiais de segurança. Mas para o efeito, o governo tem que garantir que haja lojas especializadas para vender estes materiais no mercado.
    Acho interessante esta iniciativa, já que vai criar melhor condição de segurança para pescadores e permite os mesmos pescar mais, abastecer melhor o mercado e também ganharem mais dinheiro e reduzirem a pobreza nesta classe.
    orça Governo e Bem Haja
    Jorge

  4. Trinta Mil

    30 de Julho de 2013 at 10:48

    Ao invés de perseguir coitados pescadores, de forma menos pedagógica, devemos sim colocar inspetores de pesca nos navios que pescam na nossa zona, de forma a saber se cumprem com a legislação em vigor. Isso sim, dava rendimentos ao pais, mais salários e empregabilidade.
    temos de nos preocupar com coisas grandes, grandes ambições.
    Os motoqueiros não usam capacete, faça o balanço entre uma atividade e outra,(pesca). Basta um exemplo.

  5. Trinta Mil

    30 de Julho de 2013 at 13:04

    Não vale a pena censurar isto, faz parte da nossa contribuição.
    Cada inspetor formado, terá a sua família com rendimento.
    Outrossim será , mais bem gerido os recursos marinhos de forma sustentável. Colocar a bordo de grandes navios de pesca, gente com formação, pode ser no futuro mais rentável do que aluguer simplesmente ou mesmo licença de pesca. Para isso as universidades devem ver no mar uma solução em termos de viabilização das suas ofertas formativas.

  6. nao sei de nada

    30 de Julho de 2013 at 18:33

    iucai,ISP, lusófona, investem no cluster do Mar. Mar tem tudo para o nosso futuro.
    Biologia marinha, Oceanografia, Hidrocarbonetos, Economia marítima, Legislação marítima, direito do mar, Segurança marítima, Etc.
    O nosso futuro depende da vossa criatividade. Temos 38 anos de idades estas questões já deviam estar selecionadas. Quem decide, tem pouca espectativa em relação ao futuro. Foi assim e continua ate os nossos dias.

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