Documento cita melhorias na conectividade com aposta angolana em obras; paridade de género no Parlamento aumentou em Moçambique e Timor-Leste; São Tomé e Príncipe avançaram na água e saneamento.
Reduzir a desigualdade nos PMA. Foto: Banco Mundial.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um relatório global, publicado esta quinta-feira, recomenda os 48 Países Menos Avançados, PMA, a “esforços muito maiores” para erradicar a pobreza extrema até 2020, apesar dos ganhos alcançados até 2012.
O estudo foi publicado, em Nova Iorque, pelo Escritório das Nações Unidas para os Países Menos Avançados, Países em Desenvolvimento sem Litoral e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.
Empregos
O informe aponta para a expansão da infraestrutura económica em muitas nações do grupo, como parte dos esforços para melhorar o ambiente de negócios e desbloquear o crescimento do setor privado, a geração de emprego e o potencial de erradicar a pobreza.
Angola é mencionada no documento por ter melhorado as redes rodoviárias, ferroviárias e de comunicação. O tipo de obras reduziu os atrasos e os custos de transação e ditaram o aumento da conectividade.
Moçambique e Timor-Leste
Com países como Moçambique e Timor-Leste, Angola também é mencionada entre as nações na vanguarda na luta pela paridade de género no parlamento e “pelos maiores ganhos eleitorais para mulheres”. Pelo menos um terço dos deputados são do sexo feminino tal como no Nepal, no Ruanda, no Senegal, no Uganda e na Tanzânia.
Mas tanto em Angola como na Guiné-Bissau, o aumento da renda não reduziu a pobreza. O facto torna-os uma exceção entre os 29 países menos desenvolvidos estudados. Moçambique está entre sete países do grupo onde baixou a desigualdade como reflexo da redução da pobreza.
Bissau e São Tomé
Na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe a proporção de professores formados é inferior a 50%. Os constrangimentos para a aprendizagem incluem material didático insuficiente e infraestrutura precária.
Mas São-Tomé e Príncipe destaca-se pelos avanços na água e saneamento. O relatório aponta, entretanto, para diferenças no acesso entre áreas urbanas e rurais e entre os diversos grupos socioeconómicos.
Crescimento e Desigualdades
Entre vários destaques, o relatório indica que o maior acesso à terra, à tecnologia e finanças são fundamentais para impulsionar o crescimento e reduzir a desigualdade nos PMA.
O estudo recomenda ainda que os governos assegurem que os esforços para aumentar as receitas internas são projetados de forma a reduzir as desigualdades.
A promoção do investimento público nas políticas orçamentais sustentáveis também é aconselhada como forma de aumentar os recursos públicos.
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