Está em São Tomé o antigo jornalista da “Semana Ilustrada” Jorge Trabulo Marques, regressa depois de uma ausência de 39 anos, para agradecer o Padroeiro Santo Tomé por ter saído com vida deste arquipélago.
Jorge Marques, cidadão português veio a São Tomé na era colonial para trabalhar na famosa Roça de Amorim de Uba-Budo. Por ter solidarizado com os trabalhadores da roça, foi castigado e enviado para outra roça, no caso a Ribeira Peixe, localizada a 53 quilómetros da cidade de São Tomé.
Segundo Jorge Marques, foi na Roça Ribeira Peixe onde conheceu o ex-Presidente Fradique de Menezes. Mais tarde abandonou a roça e tornou-se correspondente da revista semanal de Angola; “ “Semana Ilustrada”. Através da revista começou a movimentar o dossier da era colonial despertando a consciência do país e de outras nações para a escravidão que ocorria nas ilhas, assim como os episódios do massacre de 1953.
Encostou-se ao lado dos santomense para apoiar a luta pela independência nacional. Os relatos dos acontecimentos de 1953, através da “Semana Ilustrada” permitiram identificar os portugueses que participaram no massacre de 1953, na zona da Trindade e Fernão Dias. Os artigos da “Semana Ilustrada”, levaram muitos colonos a fugirem para Portugal devido o medo da vingança dos
santomenses.
Relatos de Jorge Marques, eram sustentados por fotografias do já falecido senhor Alcântara. Jorge Marques, automaticamente foi conectado como inimigo dos portugueses, os brancos vandalizaram a sua residência na rua atras do Parque Popular e destruíram o seu automóvel verde Mina Austin. Teve que refugiar-se no Bairro Alto do Riboque para defender a sua pele.
O Jornalista agora aposentado, tem outra historia importante em São Tomé porque foi a primeira pessoa que escalou o Pico Cão Grande, no distrito de Caué e fez uma aventura marítima em canoa
de São Tomé passando por Ano-bom e terminou em Malabo capital da Guiné Equatorial. Na ilha de Malabo entrou na zona de Luba, recebeu assistência e depois foi preso no regime do antigo Presidente, Massias Nguema.
Com apoio do cidadão são-tomense residente na Guiné Equatorial e actualmente cônsul de São Tomé e Príncipe, o senhor Freitas, conseguiu sair da cadeia de alta segurança de Blabech, na Guiné Equatorial, por ordem do novo Presidente Obiang Guema.
Inter Mamata
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Francis Mekano
29 de Outubro de 2014 at 8:37
bem vindo à essas ilhas que também te pertencem.
Ma Fala
29 de Outubro de 2014 at 10:04
Figura chave da nossa memoria colectiva e so agora pela primeira vez oico falar deste individuo?
Sinceramente! Aonde vamos parar com este desleixo, com esta falta de vontade de homenagiar os que fazem parte da nossa historia?
Sem a preservacao do nosso passado nao iremos a lugar nenhum.
luisó
29 de Outubro de 2014 at 10:32
…automaticamente foi conectado como inimigo dos portugueses, os brancos vandalizaram a sua residência…
Oh senhor inter mamata o senhor é jornalista?
E se alguém escreve-se … os pretos vandalizaram a sua residência… o senhor gostaria ou já estaria a dizer que era racismo chamar de pretos aquelas pessoas? Em Portugal ou na Europa se o senhor escreve-se assim a chamar de brancos ou de pretos já tinha um processo crime em cima, sim porque por lá ser racista é crime, sabia?
O senhor estragou a pintura toda.
Já agora ele não escalou o pico todo para sua informação, só chegou a metade e pôs lá uma bandeira, por sinal a de Portugal.
As coisas que o senhor não sabe…
anonimo
29 de Outubro de 2014 at 19:09
Quem esta a estragar a pintura toda é o Sr.
Jorge Trabulo Marques
1 de Novembro de 2014 at 22:00
Obrigado pelas suas palavras. Não é minha intenção entrar em polémicas e responder a cada comentário – Já o postei mais à frente. Todavia, vejo que não posso deixar em branco algumas afirmações: devo dizer-lhe que a escalada foi concluída a poucos dias de tentar a travessia São Tomé Brasil, após quatro anos de sucessivas tentativas, e já depois de ter recebido uma mensagem do MLSTP; onde se aludia à escalada, então a escassos 15 metros; concluída por mim e por mais três santomenses (um desses valorosos homens, vive na Ribeira Peixe, chama-se Sebastião, de profissão caçador; além de guia, chegou a subir com a restante equipa até ao primeiro acampamento base, no último dia da escaldada – Fale com ele e saberá responder-lhe, tal como o Constantino Bragança, que reside em Lisboa, cujo registo em vídeo está editado em Cão Grande a Grande Escalda Vertical – Sei que andou por aí um italiano, sim, mas não passou de um projeto de intenções, visto não me ter apercebido de nenhuma foto – Não as tenho todas, visto ter deixado o meu espólio (quando parti de canoa) em casa da minha estimada companheira, Margarida. Em sua casa, estava bem acutelado, só que cometi a asneira de, em Lisboa, ter pedido o Sr. Jorge Coimbra que fosse portador do mesmo, de milhares de negativos Foi lá levantá-los, tal como o atesta a carta que a Margarida me enviou, mas até hoje numa mais teve a hombridade de mos entregar, pelo que, de facto, só tenho o registo da bandeira portuguesa e escassas imagens, nas escaladas durante o período colonial, que pude recuperar, nuns casos, graças a dois artigos publicados por mim, na revista angolana de que era correspondente, mas sobretudo graças á entrega de um álbum de algumas fotos que o Sr. Afonso Henriques, esse sim, teve a amabilidade de me entregar. Se você convencer esse tal comerciante, que parece ter-se escapado de s. Tomé, a dar-me o que me pertence, creia que fico-lhe muito grato
luisó
29 de Outubro de 2014 at 10:34
correção: escrevesse…
anonimo
29 de Outubro de 2014 at 11:11
E com muita satisfação que recebo o Jorge marques nesta terra que também é dele. todos que como eu vivemos o período colonial sabemos da contribuição do Jorge para a independência de S. Tomé e Príncipe. S. Tomé e Príncipe deve a este Sr. a sua indepencia. É com subida alegria que assisto ao seu regresso a STP. Queria sugerir uma homenagem das autoridades a este patriota.
Santomense
29 de Outubro de 2014 at 11:34
Seja bem-vindo Jorge.
Obrigado.
historiador
29 de Outubro de 2014 at 13:56
Quem garante que ele subiu o pico Cão Grande? Quem viu? Qual a imagem que retrata esse passado? Cuidado com falsa mentira. . Para a poderá da nacionalidade saotomense, e de ser autor histórico. . Porque a camada jovem nao sabe desses pormenores, e maioria dos que viveram nesse tempo nao se lembra desse falso ditado.
Alguém para envestiga esse gajo. .. e o que pretende.
Saladino
3 de Novembro de 2014 at 8:28
Credo Povo invejo.
Agora entendo o porque que muitos são tomenses que têm sociedades noutros países na nossa terra não fazem nada para além de uma casa um emprego e um carrito. por causa disso o são tomense convive muito mal com o mérito dos outros. ou é feitiço ou é padrinhagem nunca será por mérito da pessoa.
perguntar a um investidor
Gualdim
5 de Novembro de 2014 at 20:59
O senhor intitulado de historiador escreve um bocadinho mal! Já agora uma das técnicas que os historiadores usam para aferirem a veracidade dos factos históricos é a entrevista a testemunhas vivas que os terão testemunhado. Faça isso homem, em vez de insinuar mentiras! Sou português mas não deixo de admirar pessoas que souberam estar à frente da própria história. Jorge Trabulo Marques tem valorizado não só a história de S. Tomé, como também a de Portugal.
Xavier
29 de Outubro de 2014 at 17:29
Bravo pelo Jorge Trabulo Marques, entusiasta de São Tomé, defesor das coisas mais difíceis, aventurero por otonomasia! Bravo também pelo jornalista Mamata e pelo Tela Non, na recolha dos fatos mais importantes da vida desse grande idealista, todo humanidade!
rancataco
29 de Outubro de 2014 at 18:21
seja bem vindo a ilhas maravilhosas
curioso
29 de Outubro de 2014 at 22:43
Quem é o tipo que está do lado direito na foto ?
Parece que na altura da foto estava a apreciar alguma beleza feminina a passar
Barão de Água Izé
30 de Outubro de 2014 at 6:14
Por que voltou só agora a STP? Turismo ? Veio fundar uma ONG para pedir dinheiro ao Estado?
Deve ter, com certeza ele os artigos que escreveu na altura. Seria muito interessante para história do nosso País, que Jorge Marques, facultasse esses artigos para avaliarmos a sua qualidade e fidegnidade da sua acção politica no “dossier da era colonial”. Parece não corresponder à verdade que muitos “brancos” fugiram de São Tomé. E os nomes dos portugueses que participaram nas atrocidades? Conte a verdade sr. Jorge marques.
anonimo
30 de Outubro de 2014 at 11:25
Quando falamos, é necessário ver o contexto em que o Jorge Marques viveu e trabalhou em STP, naquela altura um comentário como este que o S. barão de Agua Ize, acaba de publicar dava cadeia, ele escreveu artigos que desafiavam o poder colonial.
Os santolas temos que deixar de levar tudo ao nível de questões matérias, á outros valores que devem ser realçados.
Atento
30 de Outubro de 2014 at 11:20
já chega de conversa.
Se veio a São Tomé, veio e pronto.
Até parece que chegou o messias, o desejado.
Sobre os comentários do “historiador”, bom os mesmos só provam que este senhor “historiador” é gente pequena, que se julga ser dono de STP e que a vinda de alguém tem que ser investigada. Mas afinal que é que quer a nacionalidade santomense? até parece que ter a nacionalidade santomense é algum privilégio! Coitados de nós que andamos a vida inteira a tentar obter outras nacionalidades para fugirmos da miséria em que nos encontramos.
E já agora em termos de remate final, sr. “historiador”, tratar as pessoas por “gajo” não fica nada bem a quem quer que seja.
Respeito pelos outros, sempre foi sinal de educação.
Muito mal vai este pais.
Zé
30 de Outubro de 2014 at 13:39
O Sr Jorge deve estar pensando assim!
” quando eu sai desta terra isso não estava assim?!! Com tantas ajudas que receberam da comunidade Internacional esses anos todos aonde é que investiram?”, pensamento do Srº Jorge Marques!!
Colomba
30 de Outubro de 2014 at 14:46
Olha o Sr. Jorge Trabulo Marques de volta, qual Fénix renascida das cinzas!!!…
Li todos os comentários atentamente.
Uma pergunta:
– Algum de vós conviveu com ele??? Eu convivi…
Vai continuar a contar nas suas bravatas da época colonialista (altura em que se intitulou de jornalista e escreveu artigos para revistas colonialistas), ou terá histórias novas para contar???
Colomba
31 de Outubro de 2014 at 13:43
Corrijo: “nas suas bravatas” para “as suas bravatas”
verdade
30 de Outubro de 2014 at 16:39
Bem….so acho estranho a aparencia do Homem, mais parece com uma mulher….sou contra isso de homens mulheres….
Telmo Augusto
30 de Outubro de 2014 at 21:25
Eu não tenho memória curta, por esse motivo, não acredito que tenha sido o Inter Mamata quem escreveu este assunto, porque está bem escrito e o Mamata não tem capacidade para escrever assim e digo isto porque há semana atrás, o Mamata escreveu sobre Patrice Trovoada e estava com muitos erros de ortografia, erros de gramática, erros de concordância, e o artigo não tinha sentido nenhum, ao contrário deste artigo bem escrito e com sentido, pelo que felicito quem na verdade escreveu este assunto, tirando isto, o senhor Jorge Marques, que não nasceu no nosso país, é um verdadeiro santomense, amigo de São Tomé e Príncipe e dos santomenses e é mais santomense do que muitos santomenses que eu conheço. O que temos de fazer é felicitar Jorge Marques, fazer um convívo com ele e agradecer tudo que ele fez no tempo colonial para o nosso povo.
Santomenses
31 de Outubro de 2014 at 7:38
Era bom este Sr. promovesse uma palestra sobretudo para o público jovem. Assim a sua experiência, a sua história, enfim os seus ensinamentos chegavam melhor ao conhecimento daqueles que não viveram aquela época.
Atento
31 de Outubro de 2014 at 13:46
Concordo consigo meu caro “santomenses”
Mas que seja uma palestra verdadeira e não ao sabor das ideias e convicções políticas que possa ter.
Que seja uma palestra em que fale do seu passado antes da independência e fique unicamente por esse período.
Contudo seria interessante ter outras palestras com quem tenha vivido momentos muito interessantes e tristes após 1975.
Que se fale dos terrores da CÍVICA e da intenção da Frente Popular Livre de forma aberta e esclarecedora.
Concordo com as palestras quando as mesmas são verdadeiras palestras.
Para bem de todos.
Jorge Trabulo Marques
1 de Novembro de 2014 at 21:26
Obrigado Amigos por tantos gestos de carinho e de simpatia. Um abraço fraterno a todos vós: ainda não me tinha apercebido deste texto e de tão calorosos comentários. O meu profundo reconhecimento aos que se lembram ainda de mim e àqueles que apenas agora ouviram falar do meu nome. Nasci em Portugal mas sinto-me profundamente ligado a esta Ilha . Tenho vivido momentos de muita emoção, para os quais não encontro palavras para os expressar.. Eu não vim nem como turista nem como palestrante: vim numa romagem de saudade a uma terra que me é muito querida, onde cheguei aos 18 anos para um estágio de técnico agrícola da Escola Conde S. Bento de Santo Tirso, na Roça Uba Budo, estágio esse que ali não pude concluir por não aceitar tratar os “serviçais” ao velho estilo colonial, tendo sido enviado para a Roça Ribeira Peixe, de castigo, a contar cacaueiros velhos, numa área abandonada e infestada de serpentes, com um trabalhador cabo-verdiano, que acabaria por ser picado e morrer à minha frente: vim para pousar meus olhos, repletos de saudade, num mar e numa ilha, donde parti em meados de Outubro, de 1975, na canoa Yon Gato para a tentativa de uma travessia oceânica, evocando os ignominiosos tempos da escravatura, lembrando ao mesmo tempo que a mesma escravatura ainda subsistia em várias partes do Mundo, como parece ser atualmente o caso. E ao mesmo tempo – depois das travessias solitárias, à vela e a remos, bem sucedidas de São Tomé Príncipe, 3 dias, e S. Tomé Nigéria 13 dias – reforçar a minha teoria de que as ilhas poderiam ter sido ligadas por povos da costa africana, muito antes da colonização. Não pude atravessar o oceano, mesmo assim, os longos e dramáticos 38 dias à deriva de Ano Bom até à ilha de Bioko (Ex Fernando Pó) nem por isso deixaram de ser uma das experiências marítimas mais enriquecedoras da minha vida. Devo dizer que não tenho saudades do tempo colonial, fui preso e espancado pela PIDE, na sequência da minha travessia àquela maravilhosa Ilha, fui muito humilhado na Roça, Claro que também tenho algumas boas recordações, nomeadamente do tempo em que trabalhei no então Rádio Cube e como correspondente de uma revista angolana, que me abriria as portas para a carreira jornalista, altura em que iniciei também a escalada ao Cão Grande ( a que me refiro em: Cão Grande – a Grande Escalada Vertical) que viria a concluir, como mais três santomenses, poucos dias antes de partir para a grande aventura marítima com a Bandeira Nacional de S. Tomé e Príncipe. Mas, afinal, pergunto eu: o que é que o colonialismo deixou aos santomenses: três ou quatro licenciados e o abandono atabalhoado das roças, onde o santomense não ia além de capataz. Meus Caros Amigos, não vou entrar em mais pormenores porque não é este o objetivo do meu comentário. Já agora aproveito para fazer uma retificação, não foi na Ribeira Peixe, que vi então o jovem Fradique Meneses mas no Rio Douro, onde seu pai era o chefe de escritórios, um dos quadros da administração mais humanista e evoluído. Porém, só tive o prazer de conviver pessoalmente com ele, anos mais tarde. Tenho-o por ele muita estima, bem como por outras figuras históricas destas lindas ilhas, deste povo amoroso e pacifico : desde Miguel Trovada ao Presidente Pinto da Costa, figuras incontornáveis do movimento libertador e do progresso e bem-estar da República Democrática de São Tomé e Príncipe, a cujo Povo desejo as maiores venturas e prosperidades. – Um grande abraço de profunda gratidão e reconhecimento – Jorge Trabulo Marques
Lusitano
3 de Novembro de 2014 at 10:30
“…também dos Portugueses traidores também houve algumas vezes!”
Luís de Camões, “Os Lusíadas” Canto IV- 33
munoz
5 de Novembro de 2014 at 18:14
Meus caros
Eu gostaria de colocar a seguinte questão:
Creio que os santomenses devem prestar a devida homenagem ao sr. Jorge se ele a merecer, mas eu gostaria de saber se alguém alguma vez viu alguns escrito, documentos, ou até testemunhos de pessoas que de facto conheceram este senhor Jorge, senão como podemos estar a heroicizar alguém que em 39 de independência ninguém nunca ouviu falar, não acham tudo isto muito estranho? No mínimo temos que questionar a veracidade desses relatos, ninguém chega a um país e conta uma história e vai-se logo atrás, isto é no mínimo ingenuidade.
Temos que apurar a veracidade dos factos e se o homem é mesmo um herói que lhe seja rendida a justa homenagem, mas cuidado para tudo isto não ser um engodo…