PARCERIA – TÉLA NÓN/RÁDIO ONU
Representante da OMS espera que divulgação de exames de laboratório seja feita esta quinta-feira ao Ministério da Saúde; mortos incluem criança de dois anos e mulher que produziu a bebida.
Foto: ONU
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Iorque.*
Os resultados dos exames de laboratório a uma bebida caseira que matou 70 pessoas em Moçambique podem ser revelados às autoridades do país entre quinta e sexta-feira.
Amostras da mistura de sorgo, milho e açúcar, localmente chamada pombe, também são analisadas por técnicos sul-africanos e portugueses. O produto supostamente envenenado foi consumido por mais de 130 pessoas. A maioria voltava de um funeral na localidade de Chitima, na província central de Tete.
Área Afetada
As declarações foram feitas à Rádio ONU pelo representante interino em Moçambique da Organização Mundial da Saúde, OMS. Ambrósio Disadidi acaba de regressar da área afetada.
“Foi feita a colheita de sangue, da urina e também as autópsias. As amostras foram enviadas a dois ou três laboratórios diferentes: o local, em Portugal e na vizinha África do Sul. Esperamos os resultados o mais rápido possível.”
Crocodilo
Uma criança de dois anos e a mulher que produziu a bebida estavam entre os mortos, que consumiram amistura onde se suspeita ter sido colocado veneno de crocodilo. Disadidi falou de famílias que perderam até três membros.
“Só o resultado das amostras é que poderá dizer. Pode haver suspeita e eventualmente pode haver caso de envenenamento. No entanto, a eventualidade não quer dizer certeza. Laboratório é que nos dirá o que foi encontrado e que tipo de veneno. Pode ser acidental ou intencional. O problema das mortes é que estão a subir. Não é que haja novos casos de intoxicação mas essa gente não vive toda no mesmo lugar. A maioria vive na cidade.
Sensibilizar Famílias
Mais de 30 pessoas estão a ser tratadas no hospital. O representante da agência disse que é essencial sensibilizar as famílias sobre o consumo da bebida, a qual acha que deverá continuar a ser ingerida como em várias tradições africanas.
Em Tete, Disadidi manteve contacto com familiares de doentes e familiares das vítimas. A situação é diretamente acompanhada por outro especialista da OMS.
*Apresentação: Laura Gelbert.
