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Em Bombaim mulheres dão a luz sem assistência médica

Pela terceira vez consecutiva nos últimos anos, a roça Bombaim viu nascer mais um são-tomense que vem ao mundo de forma mais rudimentar possível. De repente o pequeno quarto da sanzala se transforma na sala de parto.

O cenário medieval, voltou a acontecer na última quarta – feira. Luísa Baptista d 26 anos, deu a luz ao seu terceiro filho no quartinho da sanzala de Bombaim. Duas vizinhas a socorreram no momento de parto. Uma lâmina desinfectada em álcool, segundo o marido, serviu para cortar o cordão umbilical do bebé.

Folhas da terra completam o tratamento pós natal da mãe e do bebé. Hilário Fátima Cuba, pai do recém-nascido, enumerou para o Téla Nón as folhas curativas que têm tratado da esposa. «Para ajudar o corpo dela depois do parto, usamos folhas de macabali, micocó, Unguêtê de Ôbô, e folhas de matrusso. Tudo para fazer banho», explicou o marido.

O marido de 43 anos de idade, acrescentou que como das outras vezes não foi possível pedir ajuda ao posto de saúde da cidade da Trindade, que dista cerca de 10 quilómetros da roça Bombaim. «No meu caso tenho 3 crianças nascidas aqui nesta situação, mas graças a Deus sem nenhum problema», precisou.

Sem acesso a energia eléctrica, cercados por floresta, os habitantes desfrutam de água fresca que brota da terra, no entanto sem qualquer tratamento. Terá sido a água do primeiro banho do bebé que só na próxima segunda – feira, vai ser registado na cidade da Trindade. «Ela ainda não foi para o hospital por falta de dinheiro. Estou a diligenciar para que ela possa ir ao posto da Trindade na segunda – feira, e também para registar o nosso filho», afirmou o marido.

Desde as 7 horas e 40 minutos de quarta – feira, que mais um são-tomense veio ao mundo, sem assistência médica, apenas pela graça da natureza, e com a bênção do forte nevoeiro que cobre e isola Bombaim.

Atrás da Sanzala, continuam intactos os escombros do grande hospital que a roça tinha, desde a era colonial até 1983, incluindo uma maternidade.

Abel Veiga

12 Comments

12 Comments

  1. Secretaria

    26 de Junho de 2015 at 8:50

    São 40 anos de Independência, Viva STP

  2. STP

    26 de Junho de 2015 at 9:10

    Depois desta noticia, Patrice Trovoada e os seus seguidores ainda continuam a achar que construção de uma prisão de alta segurança é PRIORIDADE para o país?

    • VM

      26 de Junho de 2015 at 12:12

      Sim, uma prisão de alta segurança é urgente, para encarcerar pessoas que trazem à luz estas notícias que deviam envergonhar quem governa, como é o caso do jornalista Abel Veiga. E assim vai este pobre país de políticos incompetentes, de prioridades com pirâmide invertida, de gente que se contenta com a desgraça que ao longo dos 40 anos tem entranhado na mentalidade colectiva. As comemorações do 12 de Julho de 2015 deviam ser de luto. Simplesmente de luto.

  3. Miki

    26 de Junho de 2015 at 10:00

    Muitas gravidas em Europa agora queren dar a luz em casa, sem andar em hospital, mas com alguma forma de assistencia medica, isso sim e agora de moda ali. Em STP o problema e diferente. O governo podia preparar algums asistentes medicos mobiles (com carro) ali para ajudar as mulheres a dar luz. Isso nao e aceitavel deixar as nossas madres sem ajuda medica!!!

  4. Estrangeiro

    26 de Junho de 2015 at 13:48

    Lamentável. Só me resta desejar sorte e saúde a família.

  5. Maria silva

    26 de Junho de 2015 at 14:04

    Realmente 12 de julho deveria ser comemorado com LUTO , é incrivel a tamanha incopetencia , em 40 anos nada foi feito ( ninguem consegiu construir um hospital, e todos que foram deixado pelos colonos cairam) se o mundo fosse uma piramide, stp estaria no topo à nivel de incopentencia!
    Como ja disse o senhor stp no coment acima, depois desta noticia cadeia de alta segurança continua a ser prioridade.

  6. MÉN NON

    27 de Junho de 2015 at 6:35

    De facto é lamentável!
    Infelizmente estes episódios não acontecem só em S. Tomé e Príncipe. É importante que estes testemunhos venham a luz, não para politizarmos, mas sim para encontrar soluções.
    Nestas zonas do interior devia-se instalar pelo menos um posto de telefone público e gratuito para casos de emergência. (policia, bombeiro e hospital)
    Capacitar as parteiras tradicionais e apetrecha-las como o mínimo necessário para fazer um parto seguro ou primeiros socorros em caso de complicações até chegar o profissional de saúde e levar a parturiente ao hospital.
    SOS!
    Medicas(os) e enfermeira(os) em S. Tomé e Príncipe, urge fazer e implementar um plano de capacitação para as nossas parteiras tradicionais.
    ” BAMO ZUNTA MON”
    Aqui fica o contributo da MÉN NON.

  7. seabra

    27 de Junho de 2015 at 10:55

    Certo…as mães dos Varela,Patrice ,Gabriel ,Alcino,Rafael,Agostinho,Lévy e Co.,fazem parte das nativas que nasceram em tais condicoes,mas mesmo elas, conheceram à assistencia médica e melhores condicoes no momento do parto.
    Que fizeram estes filhos pródigos?
    Destruíram todas as infraestruturas que permitem à uma assistência medical digna,à população sãotomense,pois que nem se preocuparam de manter em Bom estado (pelo menos) ,o que os colonos portugueses deixaram.
    Nada de positivo,quanto à saúde,ao ensino,foi feito 40 anos após à independência.
    Nenhum partido politico em STP,ousa acusar o Outro,porque todos se deram as mãos para manter o povo refém das promessas ,na espetativa,de fazer melhor que o precedente ,únicamente para obter votos….uma vez no PODER ,tudo fica esquecido e por fazer. Nada muda,nada se faz para melhorar a vida da popullacao…ao contrário!
    Entretanto,os instalados no Poder continuam na boa vai ela,viajando,comprando,acumulandobens materiais,recheando os bolsos e as contas bancárias.
    Seguem outros partidos que utilizam os mesmos argumentos…e volta à funcionar. O povo tem a memória curta,não tira lição absolutamente nenhuma da manipulação dos dirigentes políticos,todos corruptos…salvo excepção!
    O Povo tem a sua parte de responsabilidade. Ele deve ser mais exigente com os seus governantes.
    A situação do país,depende do povo!

  8. ANCA

    28 de Junho de 2015 at 13:43

    Negro, Bairro Negro, Bairro Negro…

    Onde não há pão, não há sossego…

    Está é uma letra da canção da Portuguesa Marisa, nascida e criada em Moçambique, País irmão.

    De nada adianta vir aqui criticar, partido A ou B, individuo cidadão SãoTomense A ou B, todos somos culpados, quando somente critica-mos e jamais apontados direção ou sugestão de melhorias.
    Nada fazemos para melhorar. Há gente que sabe que o vizinho irmão SãoTomense está com fome na miséria, os filhos com fome e na miséria, a filha está no mau caminho, que as nossas crianças são violadas e estrupadas, jovens adultos e idosos, com poucas condições, prefere meter a cabeça na areia e esconder, acusar que o problema é de este ou daquele, nada faz…

    Como diz a letra acima

    Assim também diz o ditado SãoTomense

    Com o trabalho é que temos pão, temos que trabalhar arduamente, temos que ser mais unidos e disciplinados.

    Tu ai, sim tu ai… que estás sentado e que acabaste de ler;

    Faz este exercício de abstração e reflecção…

    Olha para a imensidão do Céu… sim lá por detrás da nuvens, coloca-te num ponto lá no Céu e observa, olha para ti mesmo, neste momento, … qual é a tua dimensão, és menos que um grão de areia, vives, somente sessenta ou cinquenta anos em média…Por detrás do Céu azul, há um espaço duma imensidão infinita… o Universo onde os Americanos Russos Chineses e Europeus te observam e andam a procura de outros planetas e recursos.

    Criticas todos dias o teu País, mas nada fazes para o melhorar.

    Procura na internet a fotografia do mapa do mundo, tenta encontrar e observar o teu País em relação aos outros países e continentes o que vês no mapa?, somente um ponto… agora compara as tuas atitudes, de arrogante, de preguiçoso, de invejoso, de mulherengo, etc, etc… quanto tempo vives na Terra?…

    Dizes que outros países são avançados… o que fazes pelo teu.

    A ti, Abel Veiga meus parabéns.

    Lá onde tiver miséria fome, falta de condições, faz manchete.Pois jamais é enterrando a cabeça na areia que vamos vencer a pobreza e miséria pelo contrário assumindo as nossas, responsabilidades.

    São Tomé e Príncipe é um País pobre, com poucos recursos financeiros, ou seja população produz pouco, gostamos pouco de produzir, trabalhar, criar e fazer algo, somos acomodados, esperamos tudo de Governos e Dirigentes… temos que exigir mais,de nós mesmos enquanto cidadãos, enquanto povo constituinte SãoTomense.

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica-nos bem

    Deus abençoe São Tomé e Príncipe

    Bem haja

  9. seabra

    28 de Junho de 2015 at 21:43

    Anca,o seu longo texto,tem muita contrariedade do A à Z.
    Pode-nos resumir qual é a (s) sua(s) mensagem(ns)?
    Porque note,parece mais uma dissertação filosófica confusa,sem sentido,vago,contraditório…crítica uma certa atitude e cometa o mesmo erro,por exemplo,quando diz algo do gênero:’ em vez de criticar o país, deve propor uma solução’. Mas você repete o mesmo êrro, quando diz que há vizinhos q sabem da miséria,das crianças violadas etc etc,…,você aponta o dedo sobre uma situação real. Qual foi a proposta ou a resposta que encontrou para solucionar o problema? Para além de concluir que cada um aponta o dedo ao Outro (que eu estimo tratar-se dum comportamento normal humano).
    Há muita incoerência no seu texto “filosófico”, confusão de temas,espaço, mundo,letra de canção etc. Constato uma desordem de pensamento…mas acredito na sua boa intenção. Pude adivinhar o que queria dizer…com dificuldade,reconheço!
    Estou de acordo consigo,quanto ao Bom trabalho do Abel Veiga.

    • ANCA

      29 de Junho de 2015 at 22:17

      Caro Seabra

      Eu entendo a sua confusão no entendimento.

      Está ao alcance de poucos.

      É de outro nível de pensamento.

  10. seabra

    2 de Julho de 2015 at 0:51

    …realmente, caro Anca.
    Ainda não me descobri com uma “vocacao” de VIDENTE,que pode penetrar na sua cabecinha para descobrir o que queria dizer .
    Defacto “advinhar” ,não está ao alcance de todos…é um Outro nivel de capacidade DIVINATORIA.
    Agora, sem gozação…sê simples e sobretudo humilde na sua redação.
    Guarde para si, o seu pretendido TALENTO de filósofo confuso,uma espécie de SAVANT(que está longe de ser…mas pode sonhar,porque não!) ,de escritor,de jornalista “raté”…enfim! Poupe-nos da sua mediocre epopéia,caro Anca.

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