Sociedade

Programa Mundial de Alimentos é o Premio Nobel da Paz de 2020

Agência da ONU é a maior organização humanitária global atuando na questão da fome e promovendo a segurança alimentar; Comitê Nobel da Noruega destaca capacidade impressionante da agência em intensificar esforços na pandemia.

 O Comitê Nobel da Noruega revelou esta sexta-feira que o Programa Mundial de Alimentos, PMA, é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2020. O pronunciamento oficial foi apresentado  em Oslo pela presidente do comitê, Berit Reiss-Andersen.

A agência da ONU receberá o reconhecimento pela assistência alimentar fornecida a milhões de pessoas em todo o mundo, em particular durante a pandemia do novo coronavírus.

No pronunciamento publicado em Oslo, na Noruega, o comitê destaca o trabalho do PMA lidando com a fome. Essas ações também “lançaram as bases para a paz em nações onde ocorrem guerras”.

Na primeira reação da agência ao anúncio, em rede social, o PMA realça “os mais profundos agradecimentos ao Prêmio Nobel pela homenagem.” Para a entidade da ONU “este é um poderoso lembrete para o mundo que a paz e o Fome Zero andam de mãos dadas.”

Secretário-geral

Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que o PMA “é a primeira resposta do mundo na linha de frente da insegurança alimentar.”

Segundo ele, “em um mundo de abundância, é inescrupuloso que centenas de milhões de pessoas vão para a cama todas as noites com fome.”

O chefe da ONU contou que as mulheres e os homens do PMA enfrentam o perigo e a distância para entregar sustento que salva vidas a pessoas com vidas arrasadas por conflitos e desastres, crianças e famílias que não sabem de onde vem sua próxima refeição.

Guterres destacou também “uma fome de cooperação internacional”, dizendo que a agência “também alimenta essa necessidade.”

O secretário-geral afirmou que “o PMA opera acima do reino política, com a necessidade humanitária conduzindo suas operações.”

A própria organização sobrevive com contribuições voluntárias dos Estados-membros da ONU e do público em geral.

Para Guterres, “essa solidariedade é necessária agora para enfrentar não apenas a pandemia, mas outros testes globais do nosso tempo.”

Ele lembra que ameaças existenciais, como as mudanças climáticas, agravarão ainda mais a crise da fome.

Trabalhadores

Também no Twitter, o diretor-executivo da agência, David Beasley, disse que a notícia era “inacreditável.”

Segundo ele, isto apenas acontece devido “à família do PMA, que estão nos lugares mais complicados do planeta, onde existe guerra, conflitos, extremos climáticos, não importa, eles estão lá e merecem este prêmio.”

ODSs

Em 2019, quase 100 milhões beneficiários tiveram ajuda em 88 países. Foram vítimas de insegurança alimentar aguda e fome, incluindo em situações onde a combinação de conflito e da pandemia aumentou o número de pessoas que estão na iminência da fome.

O comitê do Nobel realça que diante da pandemia, o Programa Mundial de Alimentos demonstrou “uma capacidade impressionante” de intensificar seus esforços.

A erradicação da fome é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU adotado pelos países em 2015.

O comitê realça o PMA como o principal instrumento da organização para atingir a meta e que “nos últimos anos, a situação mudou.”

Apoio

Cerca de 135 milhões de pessoas sofreram de fome aguda em 2019, um recorde em anos. A guerra e os conflitos armados são apontados como os principais responsáveis pela situação.

O comitê realça que o mundo corre o risco de passar por uma “crise de fome de proporções inconcebíveis”, se o PMA e outras agências de assistência alimentar não receberem o apoio financeiro que pediram.

O pronunciamento realça a ligação entre a fome e o conflito armado como um círculo vicioso: a guerra e o conflito podem causar insegurança alimentar e fome, assim como a fome e a insegurança alimentar podem gerar conflitos latentes e o uso da violência.

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