Uma retroescavadora começou a eliminar parte das valas criadas pela chuva abundante. Chuva que rasgou a estrada e desfez o asfalto na estrada que liga Ribeira Peixe à Porto Alegre.
Uma estrada construída na década de 90, que fomenta o turismo no sul da ilha de São Tomé, mas que por falta de manutenção tornou-se quase intransitável para as viaturas.
A população de Ponta Baleia, comunidade localizada nos arredores de Porto Alegre, a cerca de 80 quilómetros da capital São Tomé, chegou a erguer barricadas como protesto.
«Fizemos a barricada como forma de chamar o governo para perto de nós, porque pareceu que o governo esqueceu do povo de Porto Alegre. Foi uma forma de chamar a atenção do governo», afirmou Aladim Espírito Santo.
Com a estrada transformada em valas, a população diz que ficou isolada e desempregada. Segundo a população de Ponta Baleia, a maior unidade hoteleira da região, o Resort Ilhéu das Rolas fechou as portas também por causa do mau estado da estrada.
«O Ilhéu das Rolas até então está paralisado por causa da estrada. Se as obras começaram tudo indica que o ilhéu vai reabrir as portas. Estamos à espera do ilhéu das Rolas…assim que abrir e começar as inscrições vamos tentar um emprego lá. Tudo depende da estrada», referiu Rui Fernandes Cunha, outro habitante da Ponta Baleia.
O início das obras de reabilitação das partes mais degradadas da estrada trouxe alívio para Ponta Baleia.
«Se já deram o primeiro passo eu agradeço. É sinal que Deus nos ouviu e o governo também ouviu o nosso clamor», acrescentou Rui Fernandes Cunha.
Segundo o Primeiro-ministro Patrice Trovoada o governo fez um levantamento da situação das estradas do país e decidiu que enquanto não houver financiamento para reabilitação completa, vão ser feitas intervenções nos pontos críticos. A estrada do Sul é o caso. O primeiro-ministro disse que os pontos críticos representam 2 quilómetros da estrada entre a Ribeira Peixe e Porto Alegre.
Mas o isolamento da população do sul é diversificado. Rui Fernandes Cunha perguntou a Téla Nón se era verdade que o ex-ministro das infra-estruturas Adelino Cardoso tinha sido demitido.
«Aqui ouve-se a rádio com muitos ruídos e sucessivos cortes. A TVS e a RTP, então credo, não temos acesso. Não sabemos nada do que se passa em São Tomé. Estamos perdidos», reclamou.
O isolamento da população do sul alimenta a ignorância e fomenta a pobreza.
Abel Veiga
Cleopter dos Santos
17 de Janeiro de 2024 at 9:18
Será que a paralização e/ou abandono do complexo hoteleiro do ilheu da Rolas é devido a este pequeno Troço em mau estado? Duvido. Há outros motivos que levaram ao Grupo Pestana a comportar da forma que o fez.Só que o Estado devia atempadamente fazer o seu papel.
O Ministério das Finanças, através da DPE, da Economia, através da DT; APCI; DP e outros serviços do Estado devem abrir os olhos e ajudarem o Estado santomense a sacapulir ou mexer o corpo.
Miki
21 de Janeiro de 2024 at 8:14
Que vergonha abandonar seus próprios cidadãos assim. Ao negligenciar os seus próprios filhos, São Tomé continua a cavar a sua própria sepultura. As autoridades são-tomenses deveriam pensar novamente e desenvolver o Sul ou sofrer as consequências da ganância e egoísmo deste governo.
Paulo Faleiro
17 de Janeiro de 2024 at 20:10
Estive de férias em São Tomé e fui visitar o Ilhéu das Rolas a seguir ao levantamento da barricada .A população têm razão estão esquecidos à anos nao é de agora,penso que o governo São Tomense deveria por vezes dar uma volta à Ilha para verificarem não só as estradas mas tb as necessidades primárias de viver como água canalizada ,wc em todas as fregusias,eletrecidade para todos,não consigo enumerar todas as necessidades.Porque nós queremos ir para o Paraiso e vimos de lá com alegria de ver a Natureza ,as plantações, os miúdos na escola etc etc ,mas por dentro com uma mágoa ressentida das outras situações.
Gema
1 de Fevereiro de 2024 at 14:09
Assim é. O sul é o lugar preferido dos turistas, mas esquecido no seu pais. Quando sais do sul, fica a dúvida de se sair triste ou admirado da beleza. De se aquela população é apenas parte de um museum para os turistas perceber o que é a pobreza e simplicidade.
Efetivamente, as comunidades do sul tem razão. Estão insolados, não tem condições dignas nem sanitárias nem de higiene, não tem assegurado os meios de comunicação (mal chega a internet, radio e televisão) e o acesso à educação é limitado.
Em fim, somos poucos os que continuamente estamos no sul com aquelas comunidades e não esqueçemos. O resto… blablablá desde a cidade. Aquela estrada segue sem condições, nem para turista nem para as pessoas locais.
Ralph
18 de Janeiro de 2024 at 5:31
Embora isto seja sem dúvida um começo bom, realça também o que pode acontecer quando dinheiro suficiente não está disponível para atender às necessidades básicas do povo, reforçando a necessidade de se procurar cada vez mais maneiras para melhorar a sustentabilidade da economia para que tal possa servir adequadamente as pessoas.
Conceição Viegas
18 de Janeiro de 2024 at 6:59
Como santanense fico muito satisfeito ao saber dessa tão importante notícia desses pequenos arranjos da estrada do sul da nossa ilha,o essencial é ter essa iniciativa deixar de blá blá e fazer alguma coisa para o povo se sentir aliviado,hoje pelo menos já temos a energia um pouco estável os buracos das ruas da nossa cidade capital um pouco mais reabilitada