Sociedade

Estagnação e inflação pioram crise de insegurança alimentar no mundo, diz Banco Mundial 

PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU

População africana é a mais afetada, com cerca de 111,6 milhões de pessoas sob ameaça; 73,7% dos países de baixa renda enfrentam inflação superior a 5%; previsão de estagnação pode durar até 2026. 

O quadro de insegurança alimentar no mundo continua grave, segundo avaliação do Banco Mundial divulgada esta semana.

O levantamento indica que o problema afeta atualmente 61,6 milhões de pessoas na África Oriental e ameaça quase 50 milhões no ocidente e centro do continente.

Inflação dos preços dos alimentos é maior que a geral

Os conflitos e as mudanças climáticas continuam puxando a insegurança alimentar, mas indicadores econômicos agravam a situação.

O Banco Mundial afirma que a inflação doméstica dos preços dos alimentos permanece alta em muitos países de baixa renda. Dados de outubro passado a janeiro deste ano mostram que 73,7% das nações deste grupo têm mais de 5% de inflação.

Em termos reais, a alta dos preços dos alimentos excedeu a inflação geral em 56% dos 164 países onde há dados disponíveis.

Desde a atualização de 14 de janeiro, os índices de preços agrícolas e de exportação subiram, fechando em altas de 3% e 6%, respectivamente.

A inflação alimentar continua a ser um assunto premente em muitos países em desenvolvimento

Variações no preço do milho, trigo e arroz

Quem comprou milho pagou mais 3%. No caso do trigo, a alta foi de 5%. Os preços do arroz, por outro lado, fecharam em queda de 10%.

Em comparação com janeiro de 2020, o consumidor teve de pagar 27% a mais pelo milho.

Em média, apenas 3% do financiamento total na área do desenvolvimento é atribuído ao setor alimentar. Já no campo humanitário, 33% dos recursos são destinados à ajuda alimentar.

Estagnação persistente

O último relatório “Perspectivas Econômicas Globais do Banco Mundial”, divulgado em janeiro deste ano, alerta para uma estagnação econômica persistente, com o crescimento global projetado para se manter em 2,7% até 2026.

Embora isso sinalize alguma estabilidade, não é o suficiente para impulsionar uma redução significativa da pobreza ou combater o aumento da insegurança alimentar e nutricional em países de baixa renda.

O relatório ressalta como os desafios da alta inflação, dívida crescente e interrupções no comércio estão exacerbando a insegurança alimentar para os mais vulneráveis do mundo.

1 Comment

1 Comment

  1. Jon

    24 de Fevereiro de 2025 at 15:02

    Ninguém mais quer trabalhar campos, nem criar animais, nem ir a pesca.

    Roubo, desleixo, diminuição do pescado no mar, etc, etc

    Exigem medidas internas nacionais, regionais, e locais, a formação profissional agrícola, aliada as novas técnicas agrícolas, as tecnologias e maquinarias, organização e trabalho, a organização interna do sector do comercio, dos mercados, a problemática dos transportes, o financiamento, o combate ao crime, roubo nas parcelas, de modo a efetivar aumento de produção, a produtividade devem em conjunto com o sector da transformação, abastecimento do mercado interno, bem como para exportação, aproveitamento dos mercados regionais e mundiais, ser principio e visão estruturante, para a questão da segurança alimentar,…

    Porquanto necessitamos de diversificar a nossa base económica e financeira, apostar nos serviços de excelência, quer na educação , quer na saúde, quer nas tecnologias de informação e comunicação, na administração publica, no sector financeiro, na banca, nos seguros, na justiça, na segurança, na proteção, no turismo, na cultura, restauração, gastronomia, transportes, a habitação, telecomunicações, o desporto, a economia do mar, a economia verde e circular, …tendo em mente o principio da sustentabilidade, de atração, de venda, melhor ordenamento do território, melhoria das condições de vida das populações, estabilidade, a governança, a transparência.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

To Top