Eleições presidenciais

Fradique de Menezes sempre quis ser um bom presidente

Aclamado pelo povo como empresário visionário e político promissor, Fradique era  encarado pela classe política como detentor de um forte capital político. Chegou aos aposentos do Palácio do Povo em 2001.

O grande mérito para este feito foi certamente a sua posição empresarial e sua experiência política. Militante do MLSTP/PSD desde os  anos 70, antes de ser eleito presidente, já havia desempenhado vários cargos políticos na administração pública e na diplomacia santomense: de ministro a representante do país no exterior.

Essas experiências carimbadas na sua ficha pessoal foram suficientes para seduzir Miguel Trovoada, que ao final de seu segundo mandato, fez de Fradique seu principal herdeiro político. Miguel Trovoada foi o principal fiador e “padrinho” político de Fradique na operação  que o conduziu  ao cargo de chefe da nação. Função que desempenhou durante dez anos consecutivos, eleito em 2001, foi reeleito em 2006.

O legado

As funções de presidente da República no atual cenário institucional e constitucional concede poucas margens de manobra para o presidente empreender várias ações de iniciativa própria. A existência de um Primeiro Ministro como chefe do governo, cria automaticamente um sistema de travões e contrapesos ao presidente. Isso obviamente ofusca e limita o protagonismo do presidente em muitos aspectos.  E, Fradique conhece bem essa realidade. Pessoas mais próximas dizem que o presidente cessante, algumas vezes confidenciou que preferia ser primeiro ministro, pois nesta função teria mais protagonismos e vias de acesso para implementar seus projetos políticos.

Ao que consta, fazendo um balanço meramente superficial é difícil achar uma grande realização de Fradique que possa equivaler a um legado. Mas uma de suas grandes realizações que talvez esteja próximo de um legado, foi sem dúvidas a revisão, em 2003, da constituição em vigência no país. Mas convenhamos, foi praticamente uma obra colaborativa, que reuniu vários especialistas, incluindo portugueses.

A tensa relação entre autonomia e controle de poderes

No começo de seu mandato presidencial, a relação entre Fradique e o Poder Legislativo (Assembleia Nacional) foi sempre tensa. Com o Poder Executivo (governo), houve também algumas tensões. As sucessivas quedas de oito (08) governos reflete essas tensões. De Setembro de 2001 até a presente data, o país conheceu nove (09) Primeiros Ministros.

No começo de seu mandato, as relações com o parlamento não eram das melhores. Isso criou desequilíbrios institucionais e controvérsias de atuação.  A situação tornou-se insuportável quando em 2003, num verdadeiro jogo de braço de ferro, Fradique destituiu a Assembléia Nacional, demitindo todos os deputados eleitos.

Em política hesitação corresponde à insegurança

Após destituir a Assembléia Nacional, 48 horas (dois dias) depois, Fradique voltou atrás, anulando a sua decisão. Com este recuo estratégico, a decisão de Fradique sôo mais à indecisão e insegurança do que uma atitude de solução.  Essa situação acabou por reduzir o seu protagonismo político, expondo uma fraqueza do presidente: precipitação e imediatismo.

O Golpe de Estado

No dia 16 de julho de 2003, quando se encontrava em visita de estado à Nigéria, Fradique foi destituído por um golpe de estado conduzido por altas patentes militares do país.  O país estava em retalhos. O estado  fraturado e Fradique fragilizado. Os militares criaram a Junta Militar da Salvação Nacional, liderado por Fernando Pereira.   Pretendiam avançar com a criação de um governo provisório. Mas a idéia não vincou. Oito dias depois (23 de julho), graças a pressão da comunidade internacional, Fradique foi reconduzido no cargo. Mas o aviso estava dado: Setores da sociedade estavam descontentes. Os militares achavam-se os salvadores da nação. A ordem institucional estava em perigo. A partir daí, o país passou a viver de desconfianças. Fradique viu reduzido seus espaços de manobras.

A falta de habilidade política e cortesia diplomática para negociar situações delicadas

No estouro da crise do golpe de estado em 2003, face ao apoio da comunidade internacional, Fradique tinha tudo para se sair bem.  Mas em algum momento demostrou falta de habilidade política e cortesia diplomática para negociar situações delicadas. Isso o prejudicou, e muito.

Nas tensões políticas e diplomáticas pós-golpe, Fradique se desentendeu com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos.  Algumas declarações públicas de Fradique desagradaram dos Santos.

Em uma delas, quando rumava para Libreville (Gabão), questionado por jornalistas santomenses sobre o suposto papel de angola na intentona golpista, Fradique respondeu ”… Seria bom perguntarem isto ao próprio Presidente José Eduardo dos Santos. Eu pago-vos a viagem e vocês vão a Luanda entrevistar o Presidente José Eduardo dos Santos. Está combinado? Quando eu regressar falaremos dos detalhes”

Estas declarações foram amplamente reproduzidas pela imprensa angolana.  Dos Santos, ficou aborrecido.  No fórum diplomático, Angola exigiu a retratação pública de Fradique. Fradique não se rendeu aos apelos.  Os ânimos se exaltaram. Hoje, essa situação serve para justificar o fato de até agora, dos Santos não ter visitado São Tomé e Príncipe durante os dois mandatos de Fradique.  Espera-se que com a eleição de Pinto da Costa, muito respeitado e admirado por dos Santos, o estadista angolano pise finalmente o solo santomense.

Apesar de todas estas situações, Fradique conseguiu não só manter-se no poder, como ser reeleito em 2006. No fim de mandato, marcou no prazo certo as eleições. Nunca cogitou artimanhas constitucionais para conseguir um terceiro mandato. Teve durante a campanha eleitoral (antes e pós-eleições), uma postura digna. Por tudo isso, apesar das situações circunstanciais negativas registradas em seu reinado, como queda de governos, dissolução da Assembleia Nacional, tensões diplomáticas, ele conseguiu salvaguardar o seu cargo. Soube levar o seu mandato até ao fim. Embora esteja deixando o poder com o país mergulhado numa crise sócio-econômica, é visível a relativa estabilidade política-institucional que o país vive – a chave principal para vencer a crise social e econômica. Isso é suficiente para constatar que, ao longo dos dois mandatos, Fradique tentou ser um bom Presidente.

Carllile Alegre – carllilealegre@gmail.com

22 Comments

22 Comments

  1. Julio Neto

    15 de Agosto de 2011 at 15:44

    Querida Compatriota,

    Li o seu texto. Gostei. Mas no entretanto nao poderia deixar de lhe dizer que, com tantas experiencias Fradique deveria deixar o país melhor.
    Mas hei-de escrever sobre o assunto muito brevemente.
    Abracos

    Julio

    • Ferro Costa

      16 de Agosto de 2011 at 6:44

      O senhor Fradique devia pagar pela desgraça e atraso com que deixou STP. O pais recuou 100 anos com esse senhor.

  2. sulila miranda

    15 de Agosto de 2011 at 15:52

    Txzonzu! Ele em vez de nos ajudar colocando o nome do nosso país onde deve estar, só nos envergonhou. Esqueçamos esse pesadelo!
    Desta vez de quem é esse texto? Claro que já sei… mas porquê ele não assume a autoria do texto, vai se lá saber: Cada doudu cê pancada!

  3. Malébobo

    15 de Agosto de 2011 at 16:05

    Durante os vinte anos de democracia em stp, o Fradique foi o pior presidente de sempre, nunca consigo unir os santomeneses em particular, sempre com divergencias

  4. coblo

    15 de Agosto de 2011 at 16:56

    Prezada Carlile Alegre,

    Parabenizo-a pelos excelentes artigos com que tens nos premiado. Apesar da sua juventude, não envereda pelo caminho de especulação e sim de clara pesquisa dos acontecimentos deste ou daquele com que se propõe a escrever. Permita-me indagar se a manutenção no poder do senhor Fradique não teve altos políticos que se refletiram, aliás, foram determinantes no quadro socioeconômico atual do país? Acrescento que a insegurança institucional derivada de constantes mudanças de governo, em oposição a firme permanência de sua excelência no poder, solapou a sociedade santomense, considerando que todo e qualquer projeto ou iniciativa para a melhoria do cenário socioeconômico do país, seja ele com apoio de parceiros internacionais ou não, sofria constantes interrupções e incertezas e os custos de sua operacionalização e/ou manutenção tornavam-se elevados e a conta pagamos até hoje. Que dignidade podemos elencar a um mandatário que só de seu mandato abraçou, em detrimento de toda uma sociedade? Um abraço e continue assim.

    • Conóbia cumé izê

      16 de Agosto de 2011 at 10:05

      Cara Jornalista Carlile ALEGRE.
      Gostaria de lhe felicitar e pedir que complete o seu trabalho. A guerilha não foi só com José EDUARDO de Angola; foi também contra os Trovoadas que levara ao poder em 2001. Patrice TROVOADA e seu pai.Mas o Patrice candidatou-se em 2006 contra FRADIQUE MENEZES com apoio do MLSTP/PSD,e outros partidos, incluindo o PINTO DA COSTA e o próprio Miguel TROVOADA porque o interesse dos Trovoadas não foram protegidos pelo Fradique. A coligação MDFM/PCD salvou o Fradique com apoio do POVO que não aceitou a máfia dos Trovoadas e disse mais 5 anos ao Fradique de Menezes.Agradeço que investigue bem para informar com verdade. É muito perigoso incultar a verdade… Aquivo Histórico tem instrumentos (documentos) dos 36 anos do nosso STP. Este paríso cheio de infernos tem documentos, é só consulta-los.Fico-lhe imenssamente grato …Fui

  5. monsieur

    15 de Agosto de 2011 at 18:48

    A festanca que o Pinto quer fazer na sua tomada de posse convidando todo mundo, pois já depaupera o pouco que já temos em quanto a orcamento de Estado. É dinheiro que já mandaria mais de 50 pessoas irem a Portugal fazer operacoes dos males de saúde que os perseguem.

  6. Pinto João

    16 de Agosto de 2011 at 6:52

    Será mesmo que queria ser bom presidente?..com todas essas trapalhadas sem necessidades afundando o país a quem vem escrever isto!!…será que a gente que anda a dormir a sombra da bananeira ou é mais uma destas,que fazem parte deste esquema.O Fradique devia prestar a conta com os tribunais,dos tais barris de petroleo que pouco a pouco vai caíndo no esquecimento.Fradique comprou tudo isto sim,talvez a senhora sinta nisto querer ser bom presidente,nós os São-tomenses temos que dar cesar o que e de cesar e não tamos aqui a jogar com os nossos interesses.Ve bem a situação do nosso país para ver que esta tudo claro a miséria tornou o povo mendigo…enfim…eu não vivo em São tomé e nem sou santomense mas gosto bastante do vosso país já estive varias vezes ai e espero ir mais vezes.

  7. Sempre a subir

    16 de Agosto de 2011 at 9:49

    Contrariamente ao Pinto que pensa ter nascido só para ser presidente, acho que Fradique aceitaria o cargo de 1º ministro mesmo depois de deixar de ser Presidente, só que tem um problema. Fradique sempre quis trabalhar, mas ele não consegue. A Bíblia diz que demónio só vem para matar roubar e destruir, logo ele não vai deixar os seus discípulos fazerem diferente. Mesmo quando estes tentam fazer algo de bom ele usa um outro elemento seu para impedir e bloquear, para depois dar castigo ao desobediente. Veja por exemplo, demónio deu-lhe Tomé VC como primeiro-ministro logo aquele preguiçoso sem visão, acha que ele conseguiria fazer algo? Veja STP trading, o demónio lhe enfiou Delfim Neves, que tem o tribunal nas mãos e come grana como se fosse cabra com capim e nada nunca lhe acontece.
    Quanto as tensões é mesmo coisa de inferno, a Bíblia diz que lá só há tormentos e instabilidades. Quanto a intervenção militar é normal, sempre que a soberania é posta em causa. É uma das prorrogativas militares. As forças armadas são soberanas e passam a ficar em cima de tudo e todos quando uma guerra está declarada. Aliás lembra-te dos Ninjas, já imaginaste onde isso iria parar se não fossem os militares?
    Quanto as declarações, a boca de Fradique perde controlo quando ele fica nervoso, parece metralhadora, disparando contra tudo e todos. Quando acaba a munição arrefece, claro deixando rastos.
    Claro com Pinto a coisa será outra, apesar de muitos erros no passado hoje ele é um ancião de 75 anos com muita maturidade, melhor espírito e muito mais humilde (apesar de um rastozinho de arrogância ainda sobrar) Mas fez bem não se prender em negociatas com candidatos derrotados, hoje tem as mãos livres para agir. Dos Santos virá finalmente ter com alguém em S. Tomé.
    Quanto a reeleição de Fradique é normal o povo deu-lhe a oportunidade de se redimir como está a dar ao Pinto só que… enfim.
    Mas quanto as campanhas, no dia em que votou na primeira volta demonstrou ser de visão muito fraca e curta quando falava da vitória logo a primeira volta, diante de 10 candidatos.
    Falaste bem minha querida tentou. É só isso que demónios fazem intentando sempre.
    Vontade nunca lhe faltou.

  8. DT

    16 de Agosto de 2011 at 12:02

    Cara Carllile Alegre, não tens perfil nem competência para seres comentadora. Procura a tua área…

  9. Odair Baía

    16 de Agosto de 2011 at 12:26

    “Ao que consta, fazendo um balanço meramente superficial é difícil achar uma grande realização de Fradique que possa equivaler a um legado. Mas uma de suas grandes realizações que talvez esteja próximo de um legado, foi sem dúvidas a revisão, em 2003, da constituição em vigência no país. Mas convenhamos, foi praticamente uma obra colaborativa, que reuniu vários especialistas, incluindo portugueses.”

    Quero recordar que a revisão Constitucional de 2003 não é um legado do Presidente Fradique de Menezes, pelo contrário constitui uma revisão contra a sua vontade. O actual presidente é defensor do regime presidencialista, por esse motivo jamais estaria de acordo com um sistema – semi presidencial de pendor de Assembleia da Nacional.

    Em Outubro de 2002, sob a governação do PR Fradique de Menezes, a AN iniciou o processo de revisão constitucional. As emendas elaboradas reduziam os poderes do PR e reforçavam as competências do Governo e da AN. Sobre este procedimento da AN o porta voz do PR Neves da Silva chamou-a de “(…) tentativa de golpe de Estado constitucional contra o Presidente da República” (Diário Téla Nón, 18 de Janeiro de 2003). Como espectável, o PR condenou com bastante veemência este processo de revisão constitucional e com isso ameaçou dissolver a AN caso não se chegasse a um acordo comum relativamente às emendas constitucionais. Apesar das ameaças apresentadas pelo PR, ainda assim, a AN no inicio de Dezembro de 2002, os 52 deputados presentes na sessão da AN aprovaram unanimemente as emendas da Constituição que entrariam em vigor no fim do mandato do Presidente em 2006. Em vez do PR promulgar o novo texto constitucional, no mês de Janeiro de 2003, o PR devolveu o documento a AN, alegando a existência de 35 erros ortográficos. A AN corrigiu os erros e reenviou o documento ao PR. No entanto como a AN havia recusado a proposta do PR de submeter o texto constitucional ao Referendo popular, em 17 de Janeiro de 2003, este vetou a nova Constituição. Sabendo de antemão que o veto poderia ser ultrapassado se houvesse na reapreciação uma votação com a maioria qualificada, ainda assim o PR anunciou que vetaria a Constituição pela segunda vez, se a AN não tomasse em consideração as suas sugestões, embora a Constituição não permitisse um segundo veto presidencial (Seibert; 2007, O SIMI-PRESIDENCIALISMO E O CONTROLO DA CONSTITUCIONALIDADE EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE; Lisboa: Revista Negócios Estrangeiros, número 11.4 Especial p. 51 e 52). Em 24 de Janeiro de 2003, o PR Fradique de Menezes e representantes da AN assinaram um memorando de entendimento, segundo o qual o PR revogou o decreto de dissolução da AN e promulgou parte da revisão constitucional e esta aceitou submeter os artigos da nova Constituição referentes aos poderes do PR ao referendo popular antes do termo do mandato do PR, em simultâneo com as eleições legislativas em Março de 2006.

    Antes do termo do mandato do PR e antes das eleições marcadas para Março de 2006, os defensores da nova constituição semi-presidencial de pendor parlamentar argumentaram que a realização do referendo seria inconstitucional, visto que nos termos do art.º 71.º, n.º 3 da CRDSTP-2003 explicitamente exclui-se do âmbito de referendo as alterações à Constituição. Como é obvio esta posição não foi acompanhada pelo PR que defendia a realização do referendo e cumprimento do memorando do entendimento.

    Em Setembro de 2006, após o vencimento das eleições presidenciais por parte do PR Fradique de Menezes, deu-se inicio ao seu segundo mandato e como tal, entraram em vigor os artigos 80.º, 81, e 82.º da nova Constituição de 2003 referentes às competências do presidente.

    Como podemos observar a revisão Constitucional de 2003 não contou com o apoio do PR Fradique de Menezes.

    • Laura Mendes

      18 de Agosto de 2011 at 17:32

      Caros Odair Baia e Daniel, obrigada pelo vosso esclarecimento.Já tinha uma ideia de que a democracia semi-presidencialista não seria tolerada pelos nossos presidentes afro-autoritários, por isso não votei no Pinto, porque conheço o valor da nossa Democracia e não gostaria que nada a pusesse em risco, enfim vamos ver.

      A verdade é que o semi-presidencialismo, apesar de tudo, trouxe alternativas políticas, liberdade de expressão e, queiramos ou não, transparência.

      Nos PALOPS, os países que optaram pelo presidencialismo ainda não mudaram de governo, nestes países a corrupção é um cancro como nós, mas pior ainda, é que têm mais riquezas naturais do que nós e têm um desenvolvimento humano muito inferior ao nosso (vejam o relatório de desenvolvimento humano das Nações Unidas) o que significa que o povo vê a riqueza a passar sem poder dizer um ai, o analfabetismo impera e as crianças morrem como animais.

      Penso que falta-nos reconhecer o valor dessa Democracia na reconstrução do país, falta-nos mais trabalho e responsabilidade
      perante as funções que desempenhamos, falta-nos ser mais cooperantes para o bem, os nossos políticos devem aprender a criticar mas colaborar com ideias válidas com os governos em vês de boicotar tendo mais responsabilidade para com o colectivo em detrimento do individual.

      Aproveito a deixa para sugerir que seria interessante que a sociedade civil organize fóruns de discussão sobre os problemas do país e faça chegar sugestões de mudança aos responsáveis, e pressione com ABAIXO ASSINADOS e até mesmo propostas de referendos, são os Instrumentos que a Democracia permite.

      Mas… O POVO SÃO OS DIRIGENTES E OS DIRIGENTES SÃO O POVO, QUEM MUDARÁ PRIMEIRO?

  10. Daniel

    16 de Agosto de 2011 at 13:13

    Duas notas, em nome de algum rigor histórico:
    1) a revisão de 2003 não foi uma realização de Fradique, logo está longe de ser considerado, ao menos como hipótese, um legado muit menos de Fradique.Para que conste, a consequência jurídica da revisão de 2003 foi reduzir, limitar os poderes do presidentente da república, acentuando o pendor parlamentar do regime misto sime-presidencial existente. É público que Fradique defendia exactamente o oposto, pelo que, só por desconhecimento, a articulista ousou escrever o que escreveu. A única coisa que poderia ser atribuído ao Fradique quanto à revisão de 2003 foi ter conseguido que várias das normas revistas não entrassem em vigor imediatamente mas apenas aquando do início do 2º mandato do PR.
    2) Fradique não voltou atrás na decisão de dissolver o parlamento (já agora uma precisão: o PR não demite deputados nem tem qualquer poder em relação aos deputados, quando muito dissolve o parlamento e, por consequência, os mandatos de deputados, excepto os da comissão permanente, cessam).Fradique foi, sim, obrigado, pelo parlamento, a voltar atrás porquanto o decreto presidencial de dissolução não foi aceite por aquele órgão por o julgar inconstitucional. Realce-se que, àquela data, o parlamento era o órgão que detinha os poderes de fiscalização da constitucionalidade (mais tarde atribuídos ao Tribunal Constitucional, àquela data inexistente). O decreto presidencial (ainda que politico, é também um acto jurídico) e neste aspecto era e é susceptível de ser apreciado em sede da fiscalização da constitucionalidade. E foi exactamente isso que o parlamento ameaçou fazer, forçando, desta forma, Fradique a recuar. De resto, há que ter presente a mediação das então presidente do Supremo (Alice Carvalho) e 1ª Ministra (Mª das Neves), cujo resultado foi o acordo entre o Fradique e o Parlamento. Portanto, Fradique não recuou (livremente), Fradique foi obrigado a recuar. Em qualquer dos casos, aquilo foi uma aberração, com a agravante de, caso único, no constitucionalismo, do decreto de dissolução e o da revogação da dissolução terem sido publicados no mesmo dia, no diário da república.

    • Conóbia cumé izê

      16 de Agosto de 2011 at 16:54

      OK DANIEL:
      Gostei e felicito pela brilhante contribuição acima reto-menciado.Felicitações…Haja vida !…Fui

  11. Matabala

    16 de Agosto de 2011 at 18:34

    Primeira coisa:
    Nunca ouvi falar do Fradique como politico antes de se candidatar a Presidente da república;
    segunda coisa:
    Ele mesmo tinhda dito que “caso não arumar a casa, pediria sua demissão dois anos depois…se a constituição da república não lhe permitia fazer o que queria então que se demitisse;
    Terceira coisa:
    10 anos de mandato e a realçar apenas uma obra “Revisão da constituição”…
    Outra coisa:
    Um presidente que se prese, é um arbitro, um defensor da constituição e não um agitador, alguém que em situação de tensão, deve falar de forma convencente e ter um discurso que toque na alma e no lado intelectual das pessoas…ele nem sabia falar…eu tinha receio de ver e ouvir os discursos do nosso presidente;
    Ainda:
    Ele conseguia desagradar muito mais pessoas do que aquelas que conseguia agradar…com os seus discursos…
    Para terminar:
    Ele consegui ser reeleito porque tem dinheiro e o Povo continuava ignorante, deixando-se comprar por bagatélas de nada…o que ele deveria fazer era agradecer a passividade deste povo que lhe deixou ficar ai até agora e sair sem reclamar tendo em conta as dívidas que ele tem com este povo…pelas promessas não cumpridas, pelo atraso que, em conjunto com o governo ele instalou o país..
    Obrigado

  12. Sabedoria

    16 de Agosto de 2011 at 19:56

    Caros amigos santomenses, o sr Aurelio Martins foi derrotado na campanha presidenciais sim, antes ser derrotado que ser chamado de ladrão. dizem que tem divida mas dividas não é roubo.saio da derrota limpo, e digno com a cabeça erguida.

    • MELQUIADES NEVES

      17 de Agosto de 2011 at 12:03

      Aurelho Martins mostrou que jovens podem criticar doutra maneira, mas não acreditou no poder de jovens e preferiu cometer besteras de acordo ao conselhos dos Macacões.
      Agora mais de que nunca ele precisa de criar um movimento juvenil forte, para proteger e manter a sua liderança dentro do MLSTP, isso é urgente, a criação de movimento juvenil em cada comunidade.
      Proteger a sua Liderança no Partido, Tentar eleger pessoas da sua ala para as autarquias, concorer ao cargo do 1º Ministro e só mais tarde sonhar com presidencial.
      A toda necessidade de juntos evitar que os macacos velhos do MLSTP possam vir a destruir a figura do homem, apenas porque cometeu um erro que é bastante normal.

  13. Piá cu uê Txilá

    16 de Agosto de 2011 at 22:34

    Ainda bem que citou SEMPRE QUIS SER UM BOM PRESIDENTE,congratulo o seu reconhecimento, mas infelizmente não foi e nunca mais será… finalmente acabou o pesadelo porque foram para mim 8 anos de vergonha internacional,o País perdeu crediblidade. Presidente palaiê na África so foram dois:
    Nº1 é aquele que foi convidado por ele na tomada da posse
    Nº2 É o Fradique.
    Eu tinha medo dos discursos desse senhor de tudo que falava enfim, era so cometer gafes.
    Mais se o Pinto da Costa é o MAL então acreditem no proverbo que dizem que a MAL QUE VEM PARA O BEM. O povo elegeu e elegeu muito bem porque estava a porta mais um palaiê.

  14. MELQUIADES NEVES

    17 de Agosto de 2011 at 11:44

    Olha vamos parar de estar a falar e falar, criticar e criticar, o pais também é nosso.
    Vamos trocar criticas baratas por acções valiosas, eu quero ler de cada um aquilo que tem feito em prol da nação.
    Alguem que aumenos faz parte duma Associação, ou fundação.
    Alguem que organizou uma campanha de limpeza ou um acto de caridade nos hospitais, ou lares dos Idosos ou das crianças de rua.
    param de falar e falar e mostram o que podem fazer

  15. MELQUIADES NEVES

    17 de Agosto de 2011 at 11:51

    O Pais é nosso, vamos proteger a imagem do nosso pais, vamos falar bem desse São Tomé.
    Quem não sabe ajudar é melhor parar de criticar ou de atrapalhar.
    E mais facil tomar um castelo de dentro pra fora, do que de fora pra dentro.
    param de atirar pedras, increvam tambem nas forças politicas e obriga-lhes a mudar de mentalidade.
    Os que criticam muitas das vezes, são mais podres.
    hipocritas
    O meu São Tomé é uma terra de paz e é linda, e tem algumas pessoas boas (os descendentes cabo-verdianos e os cabo-verdianos).
    Os portugueses poderiam avançar com o massacre de 1953 e acabar com essa raça preguiçosa e intriguista.

  16. Jonh Q

    23 de Agosto de 2011 at 11:12

    O nosso actual presidente Fradique de Menezes inicialmente podia dar-se o caso de querer sem bom presidente, mas demostrou o contrário. Demonstrou que queria o bem do seu bolso. a onde se viu um presidente e visita de estado apresentar-se como sendo um empresário? Foi isso que aconteceu quando o Fradique foi ao Brasil.
    é vergonhoso…

  17. Zunu

    27 de Agosto de 2011 at 22:12

    Sugiro ao senhor ex presidente que doe parte de suas propriedades, absurdamente e ricamente estendidas aos olhos de quem queira ver no litoral das pobres ilhas, que doe ao povo são-tomense e crie moradas sociais. Será que este senhor tem coragem de abrir as suas mansões num país pobre e necessitado? Não tens vergonha, senhor Fradique?

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